A turma não teve muita dificuldade para identificar o personagem do último Desafio. Era o piloto de Gramado Fábio Bertolucci, no início de sua carreira no kart, em 1973. Fábio fazia parte da equipe Gramado Competições, que tinha o patrocínio do Hotel Serra Azul e das Malhas Anne Rose. Na equipe corriam também o irmão de Fábio, Ronaldo, Jorge Martinewski, Roberto Schmitz, Gilberto Pierini, Nelson Rolla e Júlio César Dias, que foi quem me enviou os dois primeiros registros abaixo (ele aparece circulado nas imagens).
Bertolucci ficou no kart até 1975, quando passou a competir na Divisão 1 com um Chevette, mantendo em seu carro o #2 que trazia da época do kart.
Nas temporadas de 1976 e 77 montou uma equipe na Fórmula Ford, competindo ao lado do antigo parceiro Jorge Martinewski. E foi no dia 15 de Maio de 1977, em Tarumã, que o seu talento foi nacionalmente reconhecido. Na segunda etapa do Campeonato Brasileiro de Fórmula Ford, que na época reunia várias feras do automobilismo brasileiro, entre elas Amedeo Ferri e Artur Bragantini, Fábio venceu a sua bateria eliminatória e a bateria final contra quase 30 concorrentes. A vitória em Tarumã o ajudou a concluir o campeonato na quarta colocação.
Os planos de Fábio para o ano seguinte, motivado pelos bons resultados na Fórmula Ford nacional, era obviamente a Europa. Porém, num treino na Alemanha acabou sofrendo um acidente que o deixou afastado das pistas até o final de 1979, quando voltou a disputar algumas provas na Fórmula Ford brasileira.
Sem equipe para a temporada de 1980 na Fórmula Ford, Fábio mudou radicalmente seus foco, indo acelerar no Rallye, mas quem nos contará mais sobre isso será o Mestre Renato Pastro num próximo post.
A partir de 1986 retomou às pistas no Campeonato Regional de Turismo, com um Gol da equipe Gramado Racing ao lado de João Alfredo Ferreira, o "Baguncinha". Em 1988 retomou a parceria com o irmão Ronaldo no mesmo campeonato, desta vez com um Passat. Ao final daquele ano, Fábio e a Gramado Racing já davam mostras das suas intenções para o ano seguinte, adquirindo um Voyage e estabelecendo uma dupla com Amadeo Moeller. Esse esquema seria a base da equipe Rinaldi Racing que faria o Campeonato Brasileiro de Marcas e Pilotos - Copa Shell - em 1989.
Já na segunda etapa em Tarumã, o Voyage #17, preparado por Dino Di Leone, a dupla Bertolucci e Moeller chegou a comemorar a vitória, porém foi desclassificada por irregularidades técnicas (amortecedores argentinos não homologados pela CBA). Apesar da desclassificação, a equipe não desistiu de perseguir a vitória, que acabou vindo alí mesmo em Tarumã, numa das últimas etapas daquela temporada, com Fábio correndo ao lado do experiente Ronaldo Ely.
Bertolucci ainda participou das temporadas de 1990 a 1992 da Copa Shell na mesma equipe, fazendo dupla com Evaldo Quadrado.
Abaixo uma série de imagens que mostram registros da carreira de Fábio Bertolucci nas pistas.
Fonte das imagens: revistas Quatro Rodas e Auto Esporte, arquivos Júlio César Dias, Ricardo Baldino, João Campos, site Fórmula 1.6, jornal Zero Hora, jornal Esporte Motor e arquivo pessoal.