quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Ainda a F2

No post da semana passada sobre os 30 anos da primeira prova da F2 Sudam, esqueci de incluir o retrato abaixo. Sentado no muro do box, um dos maiores nomes da história do automobilismo argentino.
 

Enquete 12 Horas - Resultados (final)


No último post falamos sobre a primeira parte da enquete, focada no público. Um ponto que acabei esquecendo de citar é que a prova será disputada no mesmo sábado da inauguração da Arena do Grêmio. Não tenho certeza se esse fato afastaria o público da largada (não sei o horário do jogo), mas como me comentou o Nildo Júnior, do Correio do Povo, as 12 Horas certamente não terão destaque em nenhum jornal ou programa de TV.

Bom, vamos à segunda parte da enquete, que abordou a questão do grid, justamente aquela que foi eleita a questão mais importante para se ter um bom público no autódromo.

Das 13 ideias lançadas (boa parte delas colhidas a partir de comentários feitos aqui), destacarei aquelas que reuniram igual ou mais de 50% dos votos. Foram cinco. Farei alguns comentários a seguir:

5ª - Dividir classificação por categorias conforme regulamentos dos regionais (ex: Marcas, Copa Fusca, Endurance, etc):
Isso era feito, se não estou enganado, até lá por 2000, 2001. As categorias corriam a prova com o regulamento próprio, assim o investimento e a preparação de cada equipe para a prova eram menores. Tenho certeza de que se assim fosse, o grid voltaria a crescer.

4ª - Reduzir valor da inscrição:
É sabido que o custo da prova é alto, que é necessário ter uma grande mobilização de pessoas e recursos para fazer a prova acontecer, mas creio que não são somente as equipes que deveriam arcar com esse custo. As 12 Horas, como sendo um espetáculo, deveria ter um, dois ou quantos fossem patrocinadores para rachar a conta. Se já é caro correr de carro ao longo do ano, aquela que deveria ser uma confraternização de final de ano, acaba ficando desinteressante.

3ª - Permitir a participação de carros de turismo com pneus radiais:
Essa ideia tem muito a ver com a primeira que abordei mais acima. Li alguns comentários sobre a economia dos pneus slicks frente aos comuns de rua (radiais) e temos especialistas que passam por aqui para poder opinar, mas, de acordo com a enquete, essa foi uma das mais votadas.

2ª - Melhorar a infraestutura do autódromo:
As reformas concluídas recentemente vão ajudar e muito as equipes a se instalar no autódromo. Os novos boxes são maiores, o que sempre ajuda numa prova como as 12, onde normalmente mais de um carro ocupa uma mesma garagem. Dia 11 de novembro irei lá conferir.

1ª - Obter maior divulgação na imprensa:
No início do post falei sobre o conflito com a inauguração da Arena do Grêmio, que por sí só não é um problema. O problema estará nos olhos da mídia, totalmente direcionados para este evento. Se não houver como mudar a data, dificilmente a divulgação dará algum resultado.

Vamos dar uma passada no resultado geral.

Ideia        Votos               %
Obter maior divulgação na imprensa 56 72
Melhorar a infraestutura do autódromo 50 64
Permitir a participação de carros de turismo com pneus radiais 42 54
Reduzir valor da inscrição 39 50
Dividir classificação por categorias conforme regulamentos dos regionais (ex: marcas, copa fusca, endurance, etc) 39 50
Oferecer bons prêmios aos vencedores por categoria (ex: carro, viagem, etc) 38 49
Incentivar a participação de concessionários com carros esportivos (ex: Mini, Veloster, Camaro, etc) 38 49
Custear a participação de equipes convidadas da Argentina e Uruguai 19 24
Limitar a três o número de pilotos por carro 19 24
Fazer a prova valer pontos pelos campeonatos regionais 16 20
Isentar inscrição para pilotos campeões da temporada nas categorias regionais 15 19
Estabelecer um orçamento máximo (por categoria) para todas as equipes 15 19
Impedir a participação de pilotos sem experiência 13 16


Alguns comentários:

- A questão da premiação foi bem pontuada e creio que serviria de atrativo para que mais equipes participassem da prova.

- A ideia de termos carros apoiados por concessionários também foi bastante pontuada. Já pensaram se a revenda Hyundai decide preparar um Veloster e entregá-lo na mão de três experientes pilotos ou jornalistas para que fosse avaliada a performance do veículo num teste prático? Vocês que acompanham as corridas já devem ter visto isso acontecer inúmeras vezes em provas de longa duração. Citei a Hyundai como um exemplo para lembrar o que foi feito certa vez numa Mil Milhas, onde dois Scoupe foram preparados (istó é: foi acrescentada a gaiola de proteção, o banco concha e outros itens de segurança - nem o ar condicionado foi retirado) e entregues a jornalistas para avaliação. O carro era bem mais ou menos, mas trouxe, além da avaliação na prática, um baita retorno para a marca. Citei a Hyundai, mas isso poderia ser feito por qualquer uma, com qualquer carro, desde que se enquadrasse em alguma das categorias em disputa - o que não é difícil.

- Interessante observar que a turma solicita redução das inscrições, mas não se preocupa em estabelecer um orçamento por categoria.

Bom pessoal, bem atrasado, mas cheguei ao fim com o tema da enquete das 12 Horas. Sinceramente não creio que o que escrevi aqui e a opinião de vocês terá algum resultado prático sem que isso chegue ao conhecimento da organização. Como havia comentado, vou encaminhar tudo isso ao ACRGS. Se eu puder ajudar de alguma forma, contem comigo.

Obrigado a todos que participaram e vamos torcer para ver Tarumã cheio dentro e fora da pista.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Enquete 12 Horas - Resultados


Lembram das enquetes que fizemos lá no início do ano para tentar identificar as causas para a diminuição constante do público e do grid na prova mais tradicional do estado? Pois é, por falta de tempo acabei não dando continuidade às discussões e o assunto ficou pelo caminho. Mas, antes tarde do que nunca, afinal falta pouco mais de um mês para a 32ª edição das 12 Horas, retomo o assunto com os resultados das duas enquetes que passaram por aqui.

A primeira abordava a questão do público, perguntando aos blogueiros a receita para trazer o público de volta ao autódromo. Bom das 21 ideias lançadas (boa parte delas colhidas a partir de comentários feitos aqui), destacarei aquelas que reuniram mais de 50% dos votos. Foram sete. Farei alguns comentários a seguir:

7ª - Listagem dos inscritos na portaria a partir dos treinos:
É comum ouvir reclamações do público de que não sabe quem são os pilotos que estão no carro A ou B, mas o que parece fácil de resolver na verdade não é. Dia desses, conversando com o Fernando Silva, que atualmente faz o material com as informações dos inscritos para as etapas do Marcas, Copa Fusca, etc, ele comentou que fica inviável fazer isso nas 12 Horas em razão de que muitas equipes deixam para se inscrever em cima da hora. É comum, chegar no dia da classificação - quinta-feira - e encontrar uma listagem com 15, 18 carros e com muitos deles ainda com apenas um piloto definido. Uma forma de resolver o problema seria limitar o prazo da inscrição um dia antes da classificação, assim haveria como produzir o material para ser distribuído ao público na entrada do autódromo.

6ª - Participação de pilotos e carros de outros estados:
Tradicionalmente havia um conflito de datas entre duas provas longas no sul do país. As 12 Horas e as 500 Milhas de Londrina. De acordo com as informações que recebi essa coincidência não ocorrerá neste ano, portanto é provável que alguns carros que correm por lá, participem também da prova em Tarumã e vice-versa. De qualquer forma, a última vez que tivemos um grid com muitos carros e pilotos de fora, foi em 2003, quando a prova valeu pelo Brasileiro de Endurance. Mas acho que nesse ponto, seria interessante ver pilotos de expressão nacional correndo nas 12 Horas. Já pensaram se um Cacá Bueno aparece na lista de inscritos? Não que eu simpatize com ele, mas garanto que haveria bastante gente interessada em vê-lo em ação nesta prova tão peculiar.

5ª - Sistema de som em todo o autódromo:
Hoje é possível ouvir o "Perna" na reta e em parte do Tala Larga, mas creio que o custo para adicionar mais alguns pontos (curva 3 e saída do Tala) não seja muito expressivo. Além de divertir a turma, as informações são úteis para entender o que está acontecendo na pista, pois depois da primeira hora, quem não está no alcance dos autofalantes, fica totalmente perdido.

4ª - Melhor infraestrutura de banheiros:
Ir ao autódromo numa 12 Horas requer muito espírito de aventura. Caso seja necessário utilizar um banheiro, é melhor pensar num matinho, pois, salvo o do restaurante, os demais - até a última 12 Horas - estavam em estado muito precário. Ouvi comentários de que com as reformas, esse ponto foi melhorado. Irei no autódromo daqui a uns dias, daí vou conferir. Se estiverem OK, é mais um passo para que toda a família se sinta mais à vontade de acompanhar a prova.

3ª - Maior divulgação na imprensa:
Alô imprensa e ACRGS! Se a turma diz que não tem informações sobre a prova, o que pode ser feito para reverter a situação? Acho que a divulgação na internet não é suficiente. É necessário penetração em jornais (Zero Hora e Correio do Povo, no mínimo), e TV, principalmente RBS, com matérias no Globo Esporte ao longo da semana que antecede a prova. Isso certamente vai ajudar a atrair mais público.

2ª - Telões ligados na cronometragem:
Essa é uma ideia que tornaria a prova muito mais interessante para o público. Muitos dos que acampam no autódromo, ficam sabendo quem está na liderança só nas primeiras horas da manhã e, até por não ter as informações sobre a disputa, acabam perdendo o interesse na prova. Se fosse colocado um telão sobre os boxes, voltado para a reta, e outro no Tala Larga, tenho certeza de que daria um bom resultado.

1ª - Grid entre 40 e 50 carros:
É indiscutível que as 12 Horas só se torna interessante se o grid for "graúdo". É preciso ter atrações, carros diferentes, pilotos de expressão, mas é preciso também que a reta esteja cheia de carros. Estou falando não de 30, mas de 40, 50 carros. 12 Horas é sinônimo de muitos abandonos, acidentes, mas se chegarmos ao final com poucos carros, é mais um motivo para o público ir embora. O grid é tão importante para o sucesso da prova que a segunda parte da enquete vai falar exclusivamente sobre isso. Publicarei essa parte ainda essa semana.

Vamos dar uma passada no resultado geral.

Ideia        Votos              %
Grid entre 40 e 50 carros. 109 78
Telões ligados na cronometragem. 88 63
Maior divulgação na imprensa. 86 61
Melhor infraestrutura de banheiros. 77 55
Sistema de som em todo o autódromo. 76 54
Participação de pilotos e carros de outros estados. 74 53
Listagem dos inscritos na portaria a partir dos treinos. 73 52
Retorno da largada Le Mans (carros parados na diagonal). 68 48
Substituir o racha por provas preliminares. 64 46
Ter mais carros de Turismo no grid. 63 45
Acesso às curvas do Laço e saída do Tala Larga. 58 41
Iluminação de mais pontos da pista. 58 41
Maior durabilidade e disputa entre os carros. 48 34
Participação de pilotos e carros de outros países. 38 27
Haver disputa de títulos pelos campeonatos regionais. 36 25
Distribuição de brindes para o público. 30 21
Realização de shows (musicais e/ou aéreos) durante a noite. 30 21
Haver chance de disputa entre Protótipos e Turismo (handicap). 27 19
Mais locais para acampamentos. 26 18
Prova disputada apenas pelos carros de Turismo 21 15
Substituir Safety-Car por bandeiras vermelhas. 10 7

Alguns comentários:

- A largada Le Mans quase atingiu 50% dos votos, mas creio que o fator segurança impeça que ela seja realizada novamente.

- Eu imaginava que a turma iria pedir mais espaço para acampar e assistir à prova, mas pela enquete isso não pareceu tão importante.

- Uma 12 Horas só com carros de turismo, que foi um assunto bastante falado nos comentários, obteve apenas 15% dos votos.

- A ideia de parar a prova quando dos acidentes, também teve uma votação baixa.

Bom, essa pesquisa retrata a opinião dos poucos que por aqui passam. Mesmo assim, vou encaminhar os resultados para a organização da prova. E vocês, o que acharam dessa primeira parte? Amanhã ou quinta, publicarei a sequência.

domingo, 28 de outubro de 2012

Desafio da Semana

O local e o ano já estou dando de bandeja, mas será que alguém identifica o piloto?
 

Mãos à obra!

sábado, 27 de outubro de 2012

O primeiro passo para o Sulamericano

O Desafio da última semana foi díficil e desta vez ninguém levou. OK, era o "Chico" Feoli no seu novíssimo chassi Muffatão com motor Passat, com o qual havia vencido a última prova do Campeonato Brasileiro de Fórmula 2 de 1981, em dezembro daquele ano, no Rio de Janeiro.

Porém, como eu comentei, alguns detalhes mostrariam que não se tratava de um Desafio fácil. Assim, vejamos: o número do carro era o 72, enquanto que tradicionalmente o "Chico" competia com o #12 (anos mais tarde, por ocasião dos encontros com os hermanos, acabou usando também o #21 e o #23). Outro ponto que chama a atenção é que os pneus são ligeiramente mais largos, como vocês poderão comparar mais abaixo. Em resumo, não era uma prova do Brasileiro.

Que prova era aquela? Vamos lá: dia desses, num dos encontros com os Jurássicos, o "Chico" e o Ronaldo Bitencourt me contaram sobre uma prova feita pelo primeiro em Buenos Aires, em dezembro de 1981, anterior aquele primeiro encontro Sulamericano em Tarumã, outubro de 1982 (lembrei dessa prova dias atrás). A ideia era realizar um confronto ainda que extra-oficial para medir forças e estabelecer o que viria a ser o regulamento técnico do Sulamericano dos anos seguintes. Desta forma, dois representantes do Brasil foram para a Argentina participar da última prova do Campeonato Argentino de Fórmula 2 no dia 20 de dezembro de 1981. Além de "Chico", Pedro Muffato levou seu carro para Buenos Aires.

A comitiva brasileira, além dos dois pilotos e suas equipes tinha ainda o próprio Ronaldo e o Luis Caetano Antinolfi. Eles ficaram responsáveis de relatar a experiência aos membros do Conselho Técnico Desportivo Nacional - CTDN e determinar as alterações necessárias a serem feitas no regulamento da categoria brasileira, para que esta se adaptasse ao regulamento argentino. Entre as modificações necessárias, foram identificadas a necessidade de aumentar a largura dos carros, a bitola das rodas, a liberação da preparação do virabrequim, bielas e pistões, estabelecimento da taxa de compressão - 13:1 para os carros nacionais movidos a álcool (10:1 para os hermanos que corriam com gasolina), entre outros pontos.

Bom, falando sobre a prova, Feoli e Muffato tiveram de adquirir pneus Fliter, já que os Maggion mais estreitos não seriam competivivos. Por outro lado, não abriram mão do álcool e levaram todo o combustível a ser utilizado nos treinos e na prova na bagagem. Dos 26 carros participantes, Muffato marcou o 13º tempo e Feoli o 17º. Na prova, Feoli não teve sorte e na quarta volta teve a junta do cabeçote queimada, ficando fora da disputa. Já Muffato obteve a terceira posição, excelente resultado para a primeira participação brasileira, o que motivou a todos em relação ao futuro campeonato.

Uma primeira prova chegou a ser marcada para Punta del Este, em março de 1982, mas não tenho registro da participação dos brasileiros. Ao que consta, o primeiro embate foi mesmo em Tarumã, em outubro.

Interessante a opinião na época de Bernie Ecclestone, presidente da FOCA (atual FOA). Ele já havia sugerido a criação do Campeonato Sulamericano, que, segundo ele, tornaria a categoria mais competitiva e evitaria que os pilotos sulamericanos fossem obrigados a começar carreira internacional na Europa. De fato, anos depois, isso acabou se tornando realidade, com a superlicença para correr na Fórmula 1, concedida ao campeão da temporada, porém sem resultados práticos.

Abaixo imagens da participação dos brasileiros, a lista dos inscritos (sem os brasileiros), e os carros de Muffato e Feoli correndo no Brasil, onde se nota a clara diferença na largura dos pneus.








Fonte das imagens: revista Corsa - arquivo Francisco Feoli e revista Auto Esporte.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Fórmula 2, Tarumã - 1982

Lembram que o "Chico" Feoli havia me dado um DVD com alguns vídeos da sua época na Fórmula 2? Cheguei a publicar um, aquele do pega dele com o "Bocão" em 1984 (vejam aqui). Pois bem, o segundo vídeo vai ao ar agora e mostra a 3ª etapa do Campeonato Brasileiro de Fórmula 2, disputada em Tarumã no dia 30 de maio de 1982. Aquela prova marcava a reabertura do autódromo, após as reformas, principalmente para colocação do novo asfalto, já que o anterior estava totalmente rachado (é possível ver esse detalhe nas fotos de 1981).

Quem transmitia a prova era a TV Bandeirantes. O pole foi Artur Bragantini, com o Leonel Friedrich em segundo, "Chico" em terceiro e Ronaldo Ely em quarto. Quem tentava fazer sua estreia na categoria era o "Bocão", mas em função de diversos problemas ele acabou não competindo. Incrível a "queimada" do José Luis Pimenta, o "Pimentinha", e o legal foi a ingenuidade do narrador, crendo que ele havia saído para mais uma volta de teste...

O vídeo é grande e tive que dividí-lo em quatro partes. As duas primeiras mostram as primeiras voltas e o duelo do "Chico" com o Leonel, até o primeiro conseguir a ultrapassagem e assumir a ponta. Na terceira parte vocês verão aquela história que já contei aqui, quando o "Chico" teve rompido o cabo do acelerador e decidiu acelerar com a mão direto no carburador, até chegar ao box. Com "Chico" fora da disputa, Leonel pegou a ponta para não mais largar. Em segundo terminou o Ronaldo Ely e em terceiro o Victor Maresse. Vejam ao final a volta dos vencedores, naquele Passat "cortado" da Carro do Povo. Ele já apareceu por aqui algumas vezes. Os caracteres da TV chamaram o "Chico" de Francisco Priolli (que imaginação) e o Maresse virou Barrezi. Ao menos o mais difícil (Friedrich) acertaram.

Bom, vale a pena ver os vídeos (estão na sequência aí embaixo) e todos os seus detalhes.









Valeu, "Chico"!

domingo, 21 de outubro de 2012

Desafio da Semana

Acertar o piloto e a categoria é marmelada, mas se olharem bem aos detalhes, é possível que consigam identificar que prova foi essa.
 

Vem coisa boa aí.

Mãos à obra!

sábado, 20 de outubro de 2012

Ainda sobre a Truck

Acabei me confundindo nos dias e publiquei a resposta do Desafio ontem (sempre é nos sábados, às 08:00), então, para não deixar o blog sem um post hoje, aí vai um registro de um acidente na Fórmula Truck, não tão grave quanto o da semana passada em Guaporé com o Diumar Bueno. Esse, se não me engano foi com o gaúcho Tiago Grison (primeiro gaúcho a competir na Truck), mas não me lembro o ano. Foi em Tarumã, entre as curvas 8 e 9, que na época eram protegidas por guard-rails e não por muros como são hoje. O estrago foi grande, mas com nenhum dano para o piloto.
 

Fonte da imagem: jornal Zero Hora.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Dilúvio em Tarumã

A turma afiada acertou em cheio a resposta para o último Desafio. Era mesmo a 10ª etapa do primeiro Campeonato Brasileiro de Stock Cars, disputada em Tarumã no dia 14 de outubro de 1979.

A figueira da imagem ajudou a identificar o local, que era a curva 3, encharcada pelo temporal que cobriu a cidade de Viamão durante a disputa da segunda bateria. Bateria que, na opinião dos pilotos, não deveria ter sido realizada naquelas condições (vejam a reclamação dos pilotos clicando aqui). Logo após a primeira volta, o carro #30 de Reinaldo Campello (que aparece com o porta-malas aberto) derrapou numa poça d'água e ficou atravessado na pista. O #58 do Valtenir "Bolão" Spinelli o acertou em cheio e acabou jogando Campello contra o carro #10 de Ingo Hoffmann. Os carros ficaram por alí mesmo até o final da bateria, vencida pelo #81 de Raul Boesel, que acabou ficando com a vitória na soma das duas provas.

Em segundo ficou Alencar Junior com Paulo Gomes em terceiro. O líder do campeonato até aquela prova (que acabou ficando com Paulo Gomes), Affonso Giaffone, terminou em quarto, João "Capeta" Palhares em quinto e "Zeca" Giaffone, o pole position da corrida, fechou os seis primeiros, entre 15 concorrentes. Apenas um gaúcho participou da prova, o piloto de Arvorezinha, Armir Valandro, carro preparado pelo Cláudio Luz. O outro gaúcho que competiu em algumas provas daquela primeira temporada foi Júlio Tedesco com preparação feita pelo "Secretário".


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Há 30 Anos


 




  


Quase que deixei passar em branco o dia de ontem, 17 de outubro.

17 de outubro de 1982 foi um marco na história do automobilismo Sulamericano. E o palco para isso foi Tarumã, recebendo a primeira prova de Fórmula 2 que reuniu brasileiros e argentinos.

Muito já falei sobre essa prova aqui. Mesmo assim, até para a turma não precisar fuçar nos arquivos, recortei e colei algumas passagens já publicadas aqui no blog que dão uma dimensão do que foi aquele dia.

Porto Alegre vivia um clima de Fórmula 1, afinal a expectativa de todos em torno dos estrangeiros e seus carros movidos à gasolina era muito grande. Tanto as equipes quanto o público queriam ver aquele duelo que serviria como ponto de partida para a internacionalização do que, na época, era o campeonato mais veloz do Brasil. A partir daquela prova é que foram definidas as bases do Campeonato Sulamericano de Fórmula 2 de 1983.

É claro que o favoritismo dos argentinos prevaleceu naquela prova. O vencedor foi o "hermano" Miguel Angel Guerra com um Berta-Renault #72, carro com cerca de 180 HP à 9000 rpm.

Os demais argentinos presentes eram Rubem Di Palma (Telas Keutex/Fliter), Guillermo Maldonado (Yomel/Dekalb), Juan Manuel Fangio II, Alberto Scarazzini, Gustavo Sommi e Guillermo Kissling. Di Palma utilizava um Berta-Chrysler e Kissling um Berta-Ford OHC. Todos aqueles motores eram fabricados na Argentina e equipavam carros de rua como o Fiat 125, Renault Alpine e o Ford Taunus. Os preparadores mais famosos eram Miguel Angel Di Guidi, Osvaldo Antelo (especializado em motores Renault), José Miguel Herceg (Ford) e Orestes Berta, especializado em motor VW e que vinha atendendo boa parte dos pilotos brasileiros na venda de equipamentos.

Além desses, os uruguaios Pedro Passadore (Longines/Sucaryl) e Egon Einoder, o paraguaio Danny Candia e os chilenos Sérgio Santander e Giuseppi Galuppo também eram anunciados como concorrentes.

Entre os brasileiros, os destaques eram Leonel Friedrich (Ipiranga/Carro do Povo), que liderava o certame nacional, Ronaldo Ely (Denim) e Francisco Feoli (Semp-Toshiba/Kodak), que o seguiam de perto na classificação. Cezar Pegoraro (Cautol/Mobil/Predilar) e Aroldo Bauermann (Orloff/Farol) também se juntavam ao time gaúcho, destacado para aquela prova histórica. Além dos gaúchos, José Luis Pimenta (Motores Gigante), Adu Celso Santos, Victor Maresse (Banco Safra), Artur Bragantini (Denim) e Pedro Muffato (Açucar Diana) também utilizavam um Muffatão com motor Passat. Já Dárcio dos Santos, Cláudio Gonzales (Filtros Nasa/Kwikasair) e José Carlos Romano corriam com um Heve-Passat, um modelo copiado do Tiga inglês, produzido por Tim Schenken e Ivan Taylor. Por fim Mauro Fauza (Bottons Jeans) e Alvaro Buzaid (Codema) corriam com um superado Polar-VW, com poucas possibilidades de disputar as primeiras posições. Maurizio Sala era mais um piloto anunciado como concorrente, mas acabou não participando.

A vantagem dos pilotos brasileiros, além do conhecimento da pista, eram os pneus e o acerto de suspensões. Mesmo assim, a Argentina saiu vencedora daquele primeiro combate.

Num outro post encontrei uma matéria falando sobre o piloto paulista (e hoje chefe de equipe) Dárcio Dos Santos. Ele contava como aconteceu o primeiro encontro entre brasileiros e argentinos para medir forças no que mais tarde daria início à Fórmula 2 Codasur. Achei interessante e foi a primeira vez que ví a lista de todos os pioneiros pilotos que competiram naquela prova experimental, realizada em Tarumã, em 1982.

Era mais ou menos assim:

"A Fórmula 3 Sul-Americana, nascida em 1987, filha da Fórmula 2 Codasur que realizou seu primeiro campeonato em 1983, está a ponto de completar 21 anos, e serão 25 ininterruptos de automobilismo de monopostos na América do Sul. A história destas duas especialidades, sem dúvidas pioneiras no Mercosul, demonstra o espírito integrador que tem. Apesar das dificuldades encontradas para concretizar o projeto, conseguiram encontrar a força necessária para superar discussões que levaram a rupturas temporárias, e contínuos problemas econômicos que os países do cone sul tiveram neste último quarto de século. Tudo começou quando em 17 de outubro de 1982 foi disputado diante de mais de 30.000 espectadores, no autódromo de Tarumã, localizado na cidade de Viamão, próximo de Porto Alegre, foi realizada uma corrida teste entre a Fórmula 2 Brasileira e sua homônima Argentina. Daqueles que tornaram possível o empreendimento: dirigentes, pilotos e também jornalistas, muito poucos continuam ligados ao melhor do automobilismo de monoposto da América do Sul. Entre os 23 pilotos que tomaram parte desta corrida inaugural haviam 13 brasileiros: (Pedro Mufatto, Francisco Feoli, Dárcio Dos Santos, Ronaldo Ely, Mauro Fauza, Leonel Friedrich, Cézar Pegoraro, Aroldo Bauermann, Álvaro Buzaid, Osvaldo Santos, Artur Bragantini, Victor Marrese e Josué de Mello Pimenta), 7 argentinos (Miguel Angel Guerra que ganhou a corrida com um Berta-Renault, Guillermo Kissling, Juan Fangio II, Alberto Scarazzini, Guillermo Maldonado, Ruben Di Palma e Gustavo Sommi), 2 uruguaios (Pedro Passadore e Egon Einoder) e um chileno (Sérgio Santander). Desta lista somente um continua na Fórmula 3 Sulamericana, nos referimos a Dárcio Dos Santos, que com somente 23 anos correu em Tarumã a bordo de um Heve-Passat. Dárcio foi 16º nos treinos de classificação, onde o mais veloz foi Alberto Scarazzini. Na corrida o paulista terminou na 8ª posição. Hoje, Dárcio Dos Santos, para os amigos "Cabeção" com 48 anos de idade, continua, agora como dono de uma equipe, lutando juntamente com outros brasileiros em busca de manter a melhor categoria de monoposto da América do Sul, e única que consegue catapultar pilotos para Fórmula 1, Champ Car e IRL, sem dúvidas as três mais importantes categorias de monopostos do mundo. Lamentavelmente nos últimos anos apesar dos motores serem fabricados pelo argentino Oreste Berta, o mesmo que no passado provia a categoria com chassis, a mesma ainda não conseguiu se recuperar na Argentina, Brasil, Chile e outros países onde se disputaram corridas, embora sempre revele pilotos e por vezes algumas equipes."

Como também disse o Juan Maria Traverso em seu site, aquela primeira corrida de 1982, organizada por visionários como Miguel De Guidi e Pedro Muffato, germinou uma semente que com o tempo se transformou na Fórmula 3 Sulamericana, verdadeiro celeiro de grandes nomes do automobilismo mundial desde 1987.

Estou preparando um post com informações preciosas sobre como iniciou a ideia do Sulamericano. Aguardem.

Fonte das imagens: arquivo revista Quatro Rodas, revista Corsa - arquivo Francisco Feoli, Mário Estivalét e Família Tróglio.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

F2 Virtual

Já tinham visto isso? Alô "Tio Ítalo" (expert do Rfactor) sabes mais alguma coisa a respeito?
 
Sensacional... 
 





segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Impressionante

Quando ví o vídeo do acidente do Diumar Bueno no sábado lá em Guaporé, imediatamente lembrei de um semelhante ocorrido com o Tróglio, em 1982. Já contei essa história aqui no blog, em 2008, e aproveito para reproduzir abaixo.

Ainda sobre a Truck, ví o vídeo várias vezes e pensei se seria possível ele ter reduzido na caixa, ou mesmo ter puxado para a direita, se apoiando no guard-rail para tentar reduzir a velocidade. Vários pilotos passam por aqui e creio que possam dizer o que é possível fazer numa situação dessas.

Bom, vamos ver como foi o caso do Maverick.

Conforme falei ontem, Luiz Fernando Tróglio foi o protagonista de um dos mais marcantes acidentes que se tem registro no autódromo de Guaporé, felizmente sem vítima alguma.

Tudo aconteceu durante a terceira etapa do Campeonato Gaúcho de Turismo 5000 , no dia 29 de Maio de 1982. Era a segunda bateria da prova e Luiz Fernando vinha se recuperando de alguns problemas ocorridos com seu carro. As frenagens eram feitas no limite da pista e do equipamento, com isso o tempo de volta era rápido e ele já vinha na quinta posição.



Entretanto ao abrir a terceira volta e na aproximação da curva 1, o piloto pisou com força no pedal do freio e este foi até o fundo, batendo no assoalho do Maverick #13. A velocidade naquele momento era de aproximadamente 200 km/h e ele ainda teve tempo para engatar a terceira marcha "mas parece que o carro andou mais rápido", disse o piloto em entrevista aos jornais da época. O carro acabou batendo violentamente de lado no guard-rail e capotou para fora da pista, caindo cerca de 50 metros no barranco que cerca aquela curva.

Luiz Fernando foi imediatamente socorrido pelo pessoal da segurança e por alguns espectadores que se encontravam próximos ao local do impacto. Felizmente os danos ao piloto foram apenas uma fratura na rótula da perna esquerda. Levado ao hospital de Guaporé, foi operado e por lá ficou alguns dias. A admiração da cidade pelo piloto era tanta que até os horários de visita no hospital eram informados pela rádio local.

Ao ver o carro pela primeira vez após o acidente disse "nasci de novo, graças ao santo-antônio e ao cinto de segurança". Para a prova seguinte em Tarumã, um novo Maverick teve de ser adquirido, pois o do acidente ficou irrecuperável.

Abaixo um registro do que sobrou do Maverick e do socorro ao piloto.
Me disse o Luiz Tróglio Júnior que a causa do acidente foi o esmagamento da tubulação de freio, quando o carro foi erguido pelo macaco, durante a manutenção feita entre as duas provas.

Aproveito para publicar o comentário que o amigo Paulo Rotta fez quando da publicação do post:

"Lembro do acidente como se tivesse ocorrido hoje. Eu e meu pai estávamos em Guaporé assistindo a corrida, na reta. Como residíamos em Encantado-RS, não perdíamos nenhuma corrida. No momento do acidente, lá pela terceira volta, meu pai entrou no carro e nos dirigimos até o barranco da curva um. Chegamos lá junto com o pessoal do socorro, tendo meu pai os auxiliado. Ajudou a carregar o Luiz Fernando de maca. Após, também auxiliou na retirada do Tróglio da ambulância para a entrada no hospital. Lembro que o maior machucado era o joelho. Uma imagem que não foge da memória, ocorreu naquela oportunidade. Como meu pai ficou distraído, auxiliando o pessoal com o Tróglio, aproveitei e escalei o barrando onde estava o carro e fui até o guard rail da curva um. Havia cerca de um metro onde eu poderia ver o resto da corrida. Após este "metro de terra" que circundava o guard rail, havia um barranco de cerca de vinte metros. Mesmo após o acidente, a corrida continuou normalmente. Eu assistia a corrida "de camarote" atrás do guard rail da curva um quando, de repente, um Dodge "derrapou, saiu de lado" e veio em direção a posição onde eu estava. Não exitei: pulei o barranco e me ralei todo. Tinha cerca de dez anos. Meu pai ficou furioso. Não consigo identificar meu pai, Sr. Joarez Rotta, nas fotografias, mas as imagens daquela época ainda estão bem vivas em minha memória. Em tempo: Luiz Fernando era muito querido por todos. Normalmente a nossa torcida era por ele e pela equipe do "Expresso Industrial."

Fonte das imagens: arquivo Família Tróglio.

domingo, 14 de outubro de 2012

Desafio da Semana

Aquela figueira alí já presenciou várias histórias. Vocês conseguem idenficar essa aí?
 

Mãos à obra!

sábado, 13 de outubro de 2012

Estreantes e Novatos

O último Desafio começou meio enrolado, a turma não estava conseguindo identificar a categoria, até que um dos pilotos que aparecia na imagem ajudou a matar a charada. Era mesmo uma prova da categoria Estreantes e Novatos, conforme comentou o piloto Luiz Henrique Pereira, que naquela ocasião corria com o Chevette #57 preparado pelo "Diko", com o qual o Paulo Jacometti também corria na Copa Itali. O ano era 1984 e a maioria dos carros era de pilotos de outras categorias, dentre os nomes que participaram daquele ano lembro dos seguintes:
 
Carlos Machado - Maverick
Clóvis Groch - Fiat 147
Eduardo de Freitas - Opala
Graciano Coin
Helio Michel - Maverick 
Jair Tadeu da Costa - Fiat 147
João Araújo - Chevette
Jovenal da Silva - Fiat 147
Julio Berger - VW
Luiz Henrique Pereira - Chevette
Paulo Arias - Fiat 147
Paulo Horn - Voyage
Radamir Gracioli - Fiat 147
Raul Robles - Fiat 147
Rogério Cauduro Dias - Chevette
Sérgio Bertoja - Maverick
Sérgio Vargas
Vianei Pereira - Opala
 
O Helio Sérgio Michel, que aparecia em destaque na imagem do Desafio, corria pela equipe do Landeli Tessaro, de Campo Bom, mas que era - e ainda hoje é - conhecido pelo apelido "Carinha". Esse nome já apareceu por aqui algumas vezes, já que teve vários carros na categoria Turismo 5000, no início dos anos 80. Creio que a maior vitória da equipe "Carinha" foi nos 500 Km de Tarumã de 1892 com a dupla Leocardo Baum/Heitor Jorge Eloi do Maverick #23.
 
Para completar a breve informação sobre o Michel, lembro que anos depois passou a competir no Gáucho de Opalas, como companheiro de equipe do Romaldo de Souza naqueles belos Opalas azul/amarelo/vermelho (#7 e 8).
 
Abaixo alguns registros do Michel e da equipe "Carinha".
 





Agradeço à Linda, filha do "Carinha" por algumas informações.

Fonte das imagens: Mecânica Carinha - Fotos Vilsom Barbosa.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Reencontro

Recebi do "Zuio" a foto abaixo, que mostra o encontro de dois grandes pilotos, ocorrido em Interlagos durante a excursão dos Jurássicos para assistir as 6 Horas de Interlagos, mês passado.
 
O grupo reencontrou Graziela Fernandes (direita) que competiu juntamente com o Roberto Giordani (esquerda) na prova da inauguração da Estrada da Produção entre Lajeado e São José do Herval, em 1969.
 

Mexendo nos arquivos, encontrei um registro de ambos na referida prova. Graziela na Alfa GTA e Giordani no seu tradicional DKW #88.



Valeu, "Zuio"!

Fonte das imagens: arquivo Rudolfo Rieth, Roberto Giordani e www.nobresdogrid.com.br

domingo, 7 de outubro de 2012

Desafio da Semana

Ué?! Maverick andando junto dos Fiats e Chevettes? Que prova era essa? E onde e quando foi isso?
 

Mãos à obra!