E lá se foi mais uma 12 Horas. A 33ª disputada em Tarumã. Acho que foi a 22ª que assisti. Mais ou menos isso. Desde a primeira, em 1988, depois falhei um ano, depois voltamos, no Tala, debaixo de muita chuva, depois Guaporé, aí meu tio começou a correr com o Chevette dele, depois o Uno.... falhei mais uns e, olha, já faz tempo que não perco uma.
Cheguei no autódromo no fim da tarde de sábado, quando a segunda bateria da Classic estava começando. Tive a chance de ver novamente na pista o meu grande amigo Roberto Lacombe no seu Passat #33, mesmo número daquele Speed que deu aquele inesquecível capotão na saída da 3, em 1990 (Vi tudo e me lembro como se fosse hoje). Vi carros de fora do estado, de Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Legal a integração. A etapa preliminar das 12 Horas sempre tem cara de festa, mesmo com as pancadas que aconteceram. Quem levou a melhor nas duas baterias foi o Fusca #13 do meu amigo José Sala, seguido pelo Escort #32 do Luciano Marx, carro e piloto que fazem parte da história das 12 Horas, pois venceram em 1997, contando ainda com a pilotagem de Vitor Hugo Castro, Luiz Carlos e Rodrigo Ribas.
Algumas coisas me chamaram a atenção logo na chegada ao autódromo. Primeiro foi a grande quantidade de barracas, tendas e trailers que tomavam boa parte dos espaços junto à tela, desde a área entre curva 3 e descida do Tala Larga, passando por todo o Tala até a área do paintball. Mais tarde, no meio da noite, vi alguns acampamentos montados até na curva 2. Fazia tempo que não via o Tarumã assim. Perguntei ao Márcio Pimentel - administrador do autódromo - e ele me informou que tivemos cerca de 6000 pessoas assistindo a prova. Parecia mais, bem mais. Outro ponto a destacar foi o pedido da administração do autódromo para que o som automotivo não fosse utilizado, ou pelo menos que houvesse moderação. O "Perna" fez alguns apelos pelo microfone e, ao menos por onde andei, era possível ouvi-lo nos autofalantes.
Fui aos boxes dar uma conferida nas baratas e essa foi a parte mais legal do final de semana. O reencontro com os amigos fez com que as horas que antecederam a largada passassem muito rápido, afinal tudo o que é bom, dura pouco. Dei uma passada na torre para dar um alô ao querido "Perna" e olhando a lista de inscritos junto com o "Ratão", sentimos a falta de um piloto em especial: Paulo Hoerlle. Se não nos enganamos, Paulo tinha sido o único piloto a competir em todas as edições da prova em Tarumã. Aquela seria a primeira ausência dele, que ainda está na ativa, é bom registrar. O "Perna" imediatamente abriu o microfone e soltou essa informação. Menos de um minuto depois o Luciano Mottin foi até lá e surpreendeu a todos informando que estava acabando de inscrever o Paulo no MCR #46 e que estava ligando para ele naquele exato momento. Grande gesto do "Mosca", porém em razão dos problemas com o carro, não creio que o Paulo tenha chegado a acelerar, mas valeu a intenção.
Pois bem, papo vem, papo vai, dei uma rápida passada no grid e fui em direção à reta, quase curva 1 para assistir a largada. Peguei meu carro e por pouco não perco a mesma, já que quase não havia espaço para estacionar. A reta também estava com um público muito bom. Dos 32 carros inscritos, 30 participaram da largada que foi feita com safety car, logo após o tradicional show de fogos da curva 1. O MRX #28 de Juliano Moro disparou na ponta num ritmo quase que de classificação. Com menos de três voltas ele já começava a colocar volta sobre os últimos colocados.
As baixas começaram a partir da quarta volta e o primeiro da lista foi o MRX fechado #4. Pouco depois, com 47 voltas era a vez de Moro abandonar. O belo Subaru #82 também não durou muito mais do que 60 voltas e outro forte candidato a ser o "Fita Azul", o MC Tubarão, abandonou a prova com 102 voltas. O MCR #46 chegou a liderar após o abandono do MRX #28 e bem que tentou improvisar uma solução para o problema de superaquecimento, mas também não resistiu, bem como o sempre competitivo Spyder dos Stédile que também ficou pelo caminho.
A partir dos abandonos, dois carros despontaram na prova, os MRX #10 e #12, disputa que concentrou as atenções de todos a partir das 4:00. A diferença entre eles nunca passou de quatro voltas, sendo que na maioria das parciais divulgadas, era inferior a uma volta, com leve vantagem para o #12. A equipe vencedora do ano passado chegou a ocupar a primeira posição no meio da manhã, mas ao final quem levou a melhor foi mesmo o trio do #12, Luciano Cardoso, o experiente paulista Jindra Kraucher - seu parceiro de pilotagem no Gaúcho e Brasileiro de Endurance - e ainda o também paulista Aldo Piedade Jr, que se juntou ao time chefiado pelo competente José Laênio Cardoso.
Na classe Turismo, a vitória ficou com a Maserati #18 do quinteto Fernando Poeta, Guilherme Daudt, Paulo Rutzen, Vilson Junior e Jeferson Puhl, carro que repetiu a conquista do ano passado.
Foi a primeira participação da equipe de "Zé Laênio" com um protótipo nas 12 Horas, já que sempre competiam com carros da classe Turismo, porém a conquista não foi por acaso. A equipe adquiriu um carro muito competitivo, se estruturou muito bem e conquistou o título Gaúcho e Brasileiro de Endurance. As 12 Horas vieram para consagrar o belo trabalho feito pela equipe. Parabéns aos campeões!
Assim que possível publicarei o resultado ilustrado da prova. Aguardem.