domingo, 27 de outubro de 2013

Desafio da Semana

O lugar é fácil. O ano já está escrito, mas quero ver se conseguem identificar esse carro e piloto.
 

É mais uma preciosidade do baú do amigo Pietro Tebaldi.

Mãos à obra!

sábado, 26 de outubro de 2013

Homero Zani

A imagem do último Desafio me foi enviada pelo amigo Luiz Borgmann. A turma não teve dificuldades e acertou rápido a resposta. Admirando aquele V8 de tripla carburação estavam o piloto José Asmuz e o mecânico Homero Zani.
 
Homero Zani foi por muitos anos mecânico da famosa equipe Galgos Brancos, mas na metade dos anos 60 foi contratado por Asmuz para preparar a carretera #32. Essa contratação acabou gerando boas histórias. Escolhi um ótimo texto do Bird Clemente, dirigido ao Asmuz e publicado na revista Racing no ano passado para dividir com vocês. É sensacional!
 
"Na essência da história do automobilismo brasileiro os pilotos da nossa geração viveram intensamente as primeiras edições das Mil Milhas. Transporto-me e me vejo pilotando fantásticos DKWs com Ciro Cayres, Eugenio Martins, Flavio Del Mese e Mario Cesar de Camargo Filho, sempre sob o comando de Jorge Lettry, e do outro lado nossos principais adversários, as carreteras daquela época, que eram especialmente os bonitos cupês Ford 1940 e Chevrolet 1939. Com um motor Ford Thunderbird, você era o principal adversário da marca contra os Chevrolet Corvette, com os ídolos Camilo Christófaro, Chico Landi, Luiz Américo Margarido e o gaúcho Catarino Andreatta. Você deve se sentir um privilegiado por ter sido um dos protagonistas destes tempos incríveis. O bate papo entre os pilotos de Porto Alegre rolava nos encontros noturnos na Confeitaria Matheus, na Praça da Alfândega, tempo em que o futuro campeão brasileiro Clovis Moraes era mecânico do Ismael Chaves Barcellos, meu dileto amigo e companheiro nas 12 horas de Tarumã de 1973. Lá também sempre estavam os fantásticos Flávio Del Mese, Henrique Mutti, Pedro Pereira, Haroldo Dreux, Aldo Costa, Diogo Elwanger, Gabriel Cuquiarelli, Dino Di Leoni, Henrique Iwers... Que saudades! Jamais vou me esquecer das narrativas do espalhafatoso “Turco Asmuz”, como você era chamado, e do mais discreto “o magro”, Raul Fernandes. Sempre rodeados por admiradores, e eu era um deles, que ouviam as histórias da pitoresca batalha, que era pilotar aquelas carreteras que escorregavam no serpenteado daquelas estradas, levantando poeira do chão batido. Com precisão, vocês descreviam de forma espetacular e minuciosa como se tocava uma carretera, com as dificuldades de aproximação e ultrapassagens, contempladas pelos fanáticos do automobilismo, que se espalhavam ao longo da estrada. Era comum a imagem pitoresca e tradicional de algum gaúcho, orgulhosamente caracterizado com chapéu, lenço amarrado no pescoço, bota e bombacha, costumeiramente assando um churrasco de costela. No reflexo e influência das corridas de turismo carretera na Argentina, foi com os gaúchos que o Wilson Fittipaldi e Elói Gogliano conseguiram formar o grid para a realização da primeira Mil Milhas Brasileiras. Felizmente esta memória está preservada em Passo Fundo, no Museu do Automobilismo Brasileiro, obra do nosso grande amigo Paulo Trevisan. A pitoresca rivalidade entre você e o Catarino Andreatta, por conta da polêmica transferência do famoso mecânico Homero Zani, virou uma novela que amplificou o interesse de todos por vocês. Apesar dos tantos outros ídolos gaúchos, esse disse que me disse do Homero atraia as atenções para vocês. Nunca vou me esquecer de uma prova curta no circuito da Cavalhada, em Porto Alegre, quando você e o Catarino Andreatta se pegaram para valer, as baratas vinham de lado, eu não me lembro de ter visto um racha maior. Em 1968 fui convidado para comentar os 500 km de Porto Alegre no Circuito da Pedra Redonda, pela TV Gaúcha, e contemplei a última participação da barata Ford 1940 numero 32. Triste despedida. Foi difícil para você constatar a diferença de desempenho daquela novíssima BMW Schnitzer, um dos carros de turismo mais desenvolvido do mundo, pilotada pelo jovem Jan Balder. Como um velho guerreiro, com o corpo cheio de cicatrizes, mas o peito coberto de medalhas, você aposentou o heroico companheiro e o Homero, apesar de chateado, a recebeu de você como troféu dos serviços prestados, ao contrario do que escrevi no meu livro. E eu comprei o motor Ford mais potente do Brasil, o Homero o colocou no meu Ford Galaxie e fui para Jacarepaguá onde a Willys me esperava para mais uma corrida. Tempos depois o meu Galaxie era do Luiz Antonio Greco e fez o maior sucesso na prova do quilômetro lançado na marginal do Rio Pinheiros, e aquele motor do Asmuz ficou famoso. Começava uma nova era, e só a teimosia do Camilo Christófaro, que se valendo do regulamento travestiu de protótipo a sua carretera Chevrolet 18 com suspensão traseira de Ferrari e na frente com motor e suspensão da última geração Corvette, sobreviveu por mais algum tempo a era das pitorescas carreteras. Em 1970 eu e meu irmão Nilson construímos o Opala 80, vencemos a 24 horas de Interlagos e em seguida batemos o recorde do Carcará com os 232 km/h. No  dia seguinte você telefona e me diz: “quanto que você quer na barata?”. Eu falei um numero e você não titubeou: “é nossa, minha e do Pedro Pereira”. A única lembrança amarga é que abordo deste carro perdemos o amigo, jornalista e grande piloto Pedro Pereira. Com admiração do amigo de sempre, Bird Clemente."
 
Abaixo uma imagem da #32 em ação nos 500 Km de Porto Alegre em 1968 e em 2004, em Tarumã, quando Asmuz foi homenageado nas 12 Horas daquele ano.
 
 

 
Fonte das imagens: arquivo pessoal.

domingo, 20 de outubro de 2013

sábado, 19 de outubro de 2013

21 de Outubro de 1973

Não lembro de onde veio a imagem do último Desafio. É de um jornal de época. É o último registro de dois pilotos em ação, antes daquele instante que marcaria para sempre a história do Autódromo de Tarumã e do automobilismo gaúcho. Subindo a reta dos boxes, o Opala #22 de Pedro Carneiro Pereira e logo atrás o #85 de Ivan Iglesias. Logo adiante aconteceria o choque entre os dois carros, a batida no barranco, a explosão do #85, o capotamento de ambos, a tentativa de salvamento dos pilotos.

Isso tudo aconteceu no dia 21 de Outubro de 1973. A próxima segunda marca os 40 anos deste acidente.

Eu não imaginava que os comentários do último post seriam tão marcantes. Basta olhar e ler com atenção: todos os comentários foram escritos por quem esteve lá naquele dia e viu tudo de perto. Ao lê-los é possível entender como foi difícil para todos que lá estiveram naquele domingo.

Muito já foi escrito sobre o acidente, portanto uma narrativa mais extensa se faz desnecessária. Recomendo a leitura do livro "Pedro Carneiro Pereira - O narrador de emoções", escrito por Leandro Martins, filho de Lemyr Martins, publicado pela editora Imagens da Terra e que conta toda a história de Pedro, incluindo é claro, boas passagens da carreira dele no automobilismo. Há também uma página dedicada à memória de Ivan Iglesias. Outra fonte de informação é o documentário "Pedrinho morreu na primavera", produzido pelos alunos do curso de Comunicação Social da Ulbra. Neste vídeo, disponível no YouTube, há esclarecimentos sobre a dinâmica do acidente, inclusive com relato do Fernando Esbroglio, que naquela prova subia a reta logo atrás dos Opalas.
 
 
 


Fonte das imagens: arquivo revista Quatro Rodas.

sábado, 12 de outubro de 2013

100 Milhas de Tarumã

O Comandante Pastro matou a charada do último Desafio. A bela imagem da curva do Tala Larga em Tarumã, mostrava o Porsche 907 #48 de Angi Munhoz à frente, seguido pelo Porsche 910 #65 de José Moraes e por fim o Royale #22 de Luis Pereira Bueno.

Aquela prova foi denominada 100 Milhas de Tarumã, uma prova adicional à programação da Copa Brasil disputada em Interlagos. Apenas nove carros estiveram presentes para a prova disputada no dia 3 de Janeiro de 1971, mas o público de quase 60.000 pessoas não desanimou em razão da presença de Emerson Fittipaldi, que acabou dominando a prova com sua Lola T210.

Angi Munhoz foi o terceiro colocado. Não era sua primeira corrida em Tarumã. Havia participado com um Puma na prova principal da inauguração do autódromo, dois meses antes. Após a prova com Porsche, voltou a Tarumã para competir pela Fórmula Ford e também em provas da Divisão 4.

Abaixo alguns registros da passagem do piloto em solo gaúcho.







Fonte das imagens: arquivo Angi Munhoz.

domingo, 6 de outubro de 2013

sábado, 5 de outubro de 2013

Super Vê em Capão

O Rui Amaral Jr era suspeito, pois já conhecia a história da imagem do último Desafio, por isso não quis entregar a rapadura. Mas desta vez, a turma ficou meio acanhada e não palpitou. Não fosse um comentário feito pelo piloto paulista Ricardo Mansur aqui mesmo no blog há algum tempo, quando publiquei um post sobre a etapa de Tarumã do primeiro Campeonato Brasileiro de Fórmula Super Vê em 1974, eu também não teria muito para dividir com vocês, portanto vamos ao comentário do Ricardo.

"Olá, Sanco! Nessa prova aconteceu um fato inusitado! Desde que chegamos a Tarumã para a 4ª etapa, consegui sempre andar bem rápido pelo fato de ser um circuito de "alta"! Minha preferência! Andei bem na chuva, até quando a "Curva 1" começou a dechapar o asfalto, fazendo com que todos os pilotos mudassem sua tangência! Nessas condições cheguei a virar no seco em 1:11'12! Em pouco mudou o escalonamento das marchas de Interlagos (1:12) para a relação ideal. Sem condições da prova ser realizada, foi programado um passeio a Capão da Canoa para um torneio de Mini-Golf e um "Rachão" de futebol entre "Mecânicos/Preparadores X Pilotos"! Como não havia segurança para se deixar os fórmulas, foi alugada uma grande "cegonha" onde os carros ficariam sob responsabilidade da Federação Gaúcha! Quando retornamos à pista já reformada, meu tempo não baixava de 1:13'5! O carro estava muito instável, muito perigoso nas curvas de alta e na saída do "Laço", ao tracionar, ele patinava como se estivesse no molhado! Vários pilotos avisaram no meu box que as reações do fórmula estavam "estranhas"! O preocupado era o Newton Pereira que chegou a me aconselhar a não correr! Mesmo assim chegaria em até 5º ou 6º, mas quando parou após falhar muito na 3ª bateria, não me lamentei pois estava perigosíssimo me manter na pista! Mais tarde o Newton Pereira me "confidenciou" que meu carro havia caído de cima da cegonha quando uma das pranchas se soltou! Tentei achar responsáveis mas tudo que ouvi é que não haviam provas do incidente! Na brincadeira, o pessoal da Volkswagen falou que o "incidente" iria embolar o campeonato e que eu teria chances de reconquistar o 2º ou até o 1º lugar no campeonato! Coisas de corridas..."


Na imagem é possível ver a turma bem animada, após um "campeonato de pesca", vencido pelo Newton Pereira.

Mais uma de bastidores que tem sua história contada aqui.

Abaixo outra do Mansur, naquela prova em Tarumã, tendo Marcos Troncon na sua cola.


Fonte da imagem: arquivo Ricardo Mansur.