sábado, 23 de novembro de 2013

Classe D

O registro do último Desafio veio de um acervo para lá de precioso. Graças ao amigo Bernardo Bercht, que conduz com competência e entusiasmo o blog PitLane e publica artigos de automobilismo no jornal Correio do Povo, ele conseguiu acesso ao acervo histórico do jornal. Foi de lá que veio a relíquia que ilustrava a prova da Classe D da programação de inauguração do Autódromo de Tarumã, no dia 8 de Novembro de 1970.

Na imagem era possível visualizar os 11 carros que participaram da prova, todos Opalas, e identificar alguns como o #84 de Pedro Victor de Lamare, o #51 de Carlos Sgarbi, o #45 de Altair Barranco, o #82 de Ismael Chaves Barcellos, o #22 de Pedro Carneiro Pereira e o #71 de Moacir Rosemberg.

Pedro Victor De Lamare venceu a prova de forma fácil, sem ser ameaçado pelos demais concorrentes. Já o segundo posto foi bastante disputado entre o paulista Carlos Sgarbi e o paranaense Altair Barranco, com vantagem ao final para o primeiro.

Apesar de fechar apenas em terceiro, Barranco fez uma excelente prova, pois saindo de sexto, conseguiu a ultrapassagem sobre três pilotos gaúchos: Walter Dal Zotto, Pedro Pereira e Ismael Chaves Barcellos.

Resultado final

1º #84 Pedro Victor De Lamare - São Paulo
2º #51 Carlos Sgarbi - São Paulo
3º #45 Altair Barranco - Curitiba
4º #82 Ismael Chaves Barcellos - Porto Alegre
5º #22 Pedro Carneiro Pereira - Porto Alegre
6º #77 Walter Dal Zotto - Caxias do Sul
7º #83 Julio Schimke -Porto Alegre
8º #71 Moacir Rosemberg - Porto Alegre
9º #37 Vadis Antônio Grando - Vacaria

Abaixo alguns dos carros que disputaram a prova.
 
 
 
 

Fonte das imagens: revista Auto Esporte e arquivo Rogério Luz.

5 comentários:

Julio Cesar Gaudioso disse...

E naquele dia 8 de novembro tinha quase o DOBRO do público do GP do Brasil de Fórmula 1 2013. Tô velho mas não esqueço daquela emoção. Foi lindo de mais.

Julio Cesar

Julio Cesar Gaudioso disse...

Correção:
Após ler diversos comentários na internet, dando conta de que foram VENDIDOS mais de 66.000 ingressos para a F1 mas tinha muitos setores vazios, considero que no memorável 8-11-1970 tivemos bem mais que o dobro (mais de 120.000 apaixonados) do público da prova de F1 deste final de semana. Saudades.
Julio Cesar

luizborgmann disse...

Alô Julio Cesar Gaudioso,

Estou voltando do GP de F1 em Interlagos, e comento a respeito do público presente ao evento. Me posicionei ali no final da reta oposta, na freada dos 50m, local onde normalmente há uma multidão sem lugares vagos, mas nesta ocasião, tanto nas tomadas de tempo ou no dia da corrida, haviam muitos lugares sobrando. Talvez devido ao campeonato já decidido, ou talvez pela supremacia incontestável da Red Bull...Inúmeros estrangeiros, especialmente argentinos e uruguaios. Sinal dos tempos. O baixo público decorre ainda da sêde na arrecadação: o ingresso mais baraato estava em R$ 525,00, exageradamente caro.

luiz borgmann

Carlos Giacomello disse...

O que eu acho estranho nestas reportagens de eventos antigos é que os grids eram bem magros comparados com os de hoje e mesmo assim todo mudo se queixa que hoje o automobilismo está morrendo. A Copa Brasil, no inicio dos anos 70 é comentada até hoje e alinharam menos de 10 carros. Penso que hoje estamos muito melhor e que o publico daquela época era muito mais por questão de novidade, o que não é o caso atualmente. Hoje nosso grid regional normalmente supera os 20 carros por categoria em média. Temos o que pensar.

Julio Cesar Gaudioso disse...

Na época, havia intenso apoio dos jornais e mesmo das tvs. Era comum reportagens de mais de uma página para as corridas locais. E nisso não incluo a inauguração de Tarumã, uma verdadeira "frenesi". As provas dos campeonatos gaúcho e brasileiro tinham excelente cobertura. Isso estimulava o público, históricamente apaixonado por automobilismo desde os tempos das carreteiras. Quando mostro para a gurizada atual da engenharia a foto da fusqueta 43 (Rosito?) "empurrando" o Opala 84 (Delamare?) na descida do tala, não sei se ficam mais impressionados com a façanha ou o público de fundo. As crises políticas e econômicas (após 1973) fizeram a mídia mudar o foco e com isso o público esfriou. Elton Jaeger, Joyce Larronda e o Walter Boor entre muitos outros (até o "Anonnymous Gourmet de hoje já foi o reporter JA Pinheiro Machado) competiam para trazer para nós muita informação e divulgação dos eventos e pessoas envolvidas no esporte. Aquele círculo virtuoso se desfez e entramos no atual vicioso: pouca divulgação, público escasso, com isso desinteresse de patrocínio e disso dificuldade de divulgar os eventos. Mas se pensarmos nos campeonatos de Fiat dos anos 80, com excelentes grids e público e público de dar inveja a essa F1, Percebe-se a importância de verdadeiros profissionais de marketing com verbas adequadas sendo aplicadas na divulgação dos eventos esportivos. Hoje temos bons carros, equipes e corridas. Só não temos público. A solução para essa crise passa por um profundo estudo de motivos e busca de soluções possíveis.
Julio Cesar Gaudioso
Julio Cesar Gaudioso