E não é que descobri uns registros do tal "Dodginho"??!! Foi lá no site da própria equipe dele que encontrei a imagem que serviu de tema do último Desafio da Semana e que o Paulo Schutz (por que não me surpreendo...?) acertou na mosca. Além daquele, encontrei outras que tomo a liberdade de reproduzir aqui, junto com outros achados.
Pelo que consta, o "Paulão" veio para o Rio Grande do Sul para estudar Engenharia na Unisinos, em São Leopoldo. Não sei exatamente qual foi o período no qual ficou por aqui, mas foi o suficiente para deixar seu nome na história do automobilismo gaúcho.
Lá no site tem um resumo da história dele nas pistas que também aproveito aqui.
O texto a seguir é baseado em uma reportagem da conceituada revista “Venda Mais” no ano de 2006. Por Karen Jardzwski.
"O sonho de trabalhar e ser bem sucedido na paixão de sua vida é utópico para muita gente, mas para Paulo de Tarso é realidade. Mesmo nascendo em uma família onde ninguém ligava para carros, desde pequeno Paulo já sonhava com automobilismo. Hoje, ele conseguiu consolidar esta atividade de competição em uma empresa rentável e de história no esporte a motor do Brasil. “Não sei onde peguei o vírus, mas o dinheiro que tinha para a merenda da escola gastava para comprar de revista de corridas”, relembra o hoje empresário. De tanto ver os carros quando garoto, o jovem Paulo finalmente conseguiu comprar seu primeiro automóvel aos 21 anos: um Fusca 1967. O “possante” podia não ser do mesmo nível daqueles carros de sonho que ele via nas revistas, mas ele logo tratou de resolver o problema. Antes mesmo de pagar a primeira prestação, Tarso já havia transformado o pequeno Fusca praticamente em um carro de corridas. Nada muito complexo, evidentemente. A transformação principal era apenas um “Santantônio” (arco de proteção) no carro, que ainda recebia os números pintados na lataria com tinta de parede à base de água. Tudo para que a pintura original não fosse estragada. Afinal, na segunda-feira o carro voltava a ser um automóvel de trabalho. Ah, se este Fusca falasse...Não era apenas “tunando” seu carro (um termo que ninguém imaginaria naquela época) que Paulo ocupava seu tempo: ele também buscava metas ambiciosas nas pistas. Sua carreira começou no Campeonato Paranaense de Turismo, no qual se sagrou campeão logo de cara, em 1973. Depois, também acumulou outro título em carros “Divisão 1” em 1975, desta vez competindo no Gaúcho de Turismo. No ano seguinte, além de piloto, Paulo de Tarso também se tornou idealizador de uma categoria, a Fórmula 180, com corridas no Paraná. Os bons resultados o projetaram para correr em campeonatos nacionais, inclusive no prestigiado Brasileiro de Marcas, em que pilotou para a Ford (com um Escort), em 1984 e 1985. Competindo contra os principais nomes do automobilismo do país, o passo seguinte foi entrar na principal categoria do esporte a motor do Brasil: a Stock Car. De 1988 até 1993, o paranaense acumulou duas funções na Stock, como piloto e preparador de equipe. Mesmo com trabalho dobrado, Paulo de Tarso conseguiu terminar o campeonato entre os três primeiros em quatro anos consecutivos, de 1990 a 1993. Nesta mesma época, Paulo também acumulou dois importantes títulos, o de campeão paranaense de Stock Car (em 1990) e brasileiro de Super Stock Car (em 1991). Ao mesmo tempo em que abocanhava conquistas nas pistas, Paulo de Tarso também estendia seus domínios como chefe de equipe em outras categorias. Em 1992, passou a atuar na Fórmula Chevrolet, onde a equipe serviria de trampolim para seu filho Tarso, que, aos 16 anos, sonhava em fazer carreira profissional para chegar na F-1. Para participar de tantas corridas, a Action Power já contava com cerca de 60 funcionários, com três times correndo em três lugares diferentes ao mesmo tempo. Com as responsabilidades fora das pistas aumentando e a dedicação total ao ambicioso projeto de levar seu filho para o topo do automobilismo mundial, Paulo teve de fazer escolhas. E uma delas foi deixar se ser piloto em tempo integral, focando seu trabalho como chefe de equipe. A decisão foi difícil, mas acabou sendo premiada com mais vitórias e títulos em seu currículo. No ano de estreia, o time mostrou que também entendia de monopostos: foi vice-campeão da Fórmula Chevrolet, e, no ano seguinte, terminou em 3º na acirrada Fórmula-3 Sul Americana. Na Stock Car, mesmo sem contar com Paulo de Tarso no volante, o time seguia mantendo a média de terminar sempre entre os três melhores do ano. E, depois de outra “batida na trave”, com o vice-campeonato de 1995, a Action Power entrou para a história do automobilismo com conquista da taça de 1996, tendo Ingo Hoffmann como piloto. Neste mesmo ano, Paulo de Tarso também realizou outro sonho. Seu filho, Tarso Marques, fez a estréia na Fórmula-1, competindo pela Minardi. Além do sucesso como empresário de piloto _afinal, não é qualquer manager que consegue levar seu pupilo à categoria máxima do automobilismo, Paulo de Tarso seguia acumulando títulos na Stock Car. Depois de levantar a taça em 1996, a Action Power voltou a se sagrar campeã nas duas temporadas seguintes, também com Ingo Hoffmann. O domínio da equipe foi tamanho que, nos três anos consecutivos em que ficou em primeiro lugar, o time também fez o vice-campeão da temporada. A carreira vitoriosa no final da década de 1990 impulsionou Paulo a voltar às competições oficiais como piloto. Em 2000, foi campeão da corrida de longa duração, as 12 Horas de Curitiba. Outro título marcante também foi conquistado no ano seguinte, na Stock Car Light, onde a Action Power se sagrou campeã. E melhor: com outro filho seu ao volante. Enquanto Tarso se aventurava pelas corridas do mundo, agora na Fórmula Indy, Thiago fazia sua estréia nas competições, vencendo logo de cara seu primeiro campeonato. O piloto, de apenas 21 anos, fez sua estreia na Stock Car V8 no ano seguinte, em 2002, também na equipe dirigida pelo pai. A temporada também seria marcada para Paulo de Tarso pela idealização do projeto da Copa Clio. A empresa se tornou um grupo, o Marques Motorsports, e até hoje é responsável pela construção dos carros da categoria do Renault Speed Show. O experiente preparador também segue na Stock Car, vencendo corridas e acumulando dois vices-campeonatos, em 2004 e 2005, ambos com Cacá Bueno. Paulo também continua matando a saudades da pilotagem de vez em quando, como mostra sua vitória nas 6 Horas de Curitiba, em 2003, e também o 3º lugar no campeonato do Trofeo Maserati em 2004. No âmbito profissional, a empresa também segue aumentando seus quadros. Além de ser diretor da Copa Clio e responsável pela manutenção dos carros da categoria, Paulo de Tarso chefiou os projetos do Super Megane, que foi adotado em competições na Europa, e da Super Clio, que estréia nas pistas brasileiras em 2006. Mesmo envolvido em diversos empreendimentos, Paulo de Tarso não deixa de lado as pistas. “O meu lazer é participar como piloto do Trofeo Maserati”, revela o empresário, que tem como receita de sucesso profissional e pessoal “ousar, planejar e, principalmente, perseverar, sem nunca desistir de fazer o que gosta”. E disso, Paulo pode falar com propriedade."
Abaixo algumas imagens da carreira de Paulo de Tarso, começando por 1976 na prova 6 Horas de Tarumã quando dividiu a pilotagem com Arlindo Marx. Eles conquistaram a quarta colocação no geral e terceiro na Classe A, percorrendo 226 voltas.
Aqui Paulo aparece em Cascavel, competindo na Copa Chevette paranaense lá por 1980.
Depois de passar por Dodge 1800, Fiat 147, Chevette, Escort, entre outros carros e categorias, Paulo ingressou em meados dos anos 80 na Stock Car, onde se sagrou campeão quando chefe de equipe. Aqui um registro de uma prova em Interlagos, 1992.
Por fim, uma imagem da prova 6 Horas de Curitiba de 2003, quando saiu vencedor.
Uma história interessante sobre ele, me contou o Arlindo Marx, que dividiu o volante com ele em algumas provas. Em uma determinada prova de longa duração, Paulo não conseguiu ninguém para fazer dupla e correu sozinho. Como a regra não permitia guiar o tempo todo, Paulo terminou seu turno, foi para o Restaurante Tala Larga almoçar e depois de um tempo de descaço voltou para a pista. Isso que é espírito esportivo.
Fonte das imagens: http://www.marquesmotorsport.com.br/ e arquivo Pietro Tebaldi.
2 comentários:
Quem pode falar de cadeira de todo o inicio do Paulo de Tarso nas pistas e inclusive do Dodginho é o Arlindo Marx de São Leopoldo. Correram juntos e a preparação era do Arlindo. Até pensava que o de Tarso fosse gaúcho. PAULO TREVISAN
Que fim levou o F-3000 que o Paulo de Tarso trouxe para Curitiba nos anos 90 para o Tarso Marques pegar mão na pilotagem do carro antes de ir para a Europa? A Action Power nos anos 90 quando se dedicava nos monopostos à F3 e F-Chevrolet tinha uma parafernália de ferramentas gabaritos motores e peças sobressalentes para as duas categorias, capacidaqde técnica incontestável, tempos do Marcelo Tedesco e Sergio Paese (peixe), naquelas novas instalações em Pinhais-PR.
luiz borgmann
Postar um comentário