segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Um dos melhores que já se ouviu falar

Hoje retomo a retrospectiva do grande bota Waldir Buneder. Após dois títulos e um vice no Campeonato Regional de Turismo, era hora de um salto mais alto nos carros de turismo. Ainda em 1989, a participação em duas etapas do Campeonato Brasileiro de Marcas, a Copa Shell, seria uma experiência para o ano seguinte. Correndo com Antônio Sartori, no Voyage preto #6, Buneder foi para Jacarepaguá para a sétima etapa da temporada. Muitos foram os problemas enfrentados pela dupla e o o melhor a fazer foi se preparar para a etapa seguinte, em Tarumã.

Correndo em casa, a dupla tinha boas chances e a pole position conquistada no sábado já mostrava que a equipe, liderada pelo preparador José Carlos, havia encontrado o caminho das pedras. No domingo, a corrida, uma das melhores do ano, foi disputadíssima, com o Chevette #1 de Evaldo Quadrado e Serge Buchrieser tomando a ponta já na largada. O Voyage #6 vinha no compacto pelotão dianteiro, mas acabou se envolvendo num forte acidente na curva 9, com sete carros envolvidos. As avarias no carro acabaram por prejudicar o desempenho da dupla, que ainda conseguiu um nono lugar ao final das duas baterias.

Para 1990 o plano era participar de todo o Campeonato Brasileiro de Marcas. Buneder convidou um velho amigo, Luis Alberto Ribeiro de Castro. O carro seria o Voyage #40 da equipe Intral. Pilotos como Ingo Hoffmann, Chico Serra, Xandy Negrão e Toninho da Matta, eram uma amostra do altíssimo nível que alinhava no grid.

Os não menos experientes Buneder e "Castrinho" tiveram de treinar muito para deixar o Voyage "na ponta dos cascos". O resultado não demorou muito a aparecer. A vitória já na segunda etapa do campeonato, em Cascavel, não deixava dúvidas em relação ao potencial da equipe gaúcha. Outros bons resultados foram obtidos ainda naquele ano e ao final do campeonato a dupla obteve o quarto lugar na classificação.

Mantendo o mesmo esquema, o ano seguinte não trouxe vitórias e a dupla foi apenas a sétima colocada no campeonato. Para 1992, o regulamento da Copa Shell mudava os motores de 1600 cc para 1800 cc e o Voyage deu lugar a um Escort, carro que acabou dominando a categoria até 1994. Buneder e "Castrinho" terminaram o campeonato em sexto lugar, mas aproveitaram para participar também do Gaúcho de Marcas. Já na primeira prova, vitória com o Escort com lastro, para compensar a diferença de cilindrada. O velho Voyage foi trazido para a etapa seguinte e... nova vitória. Os resultados eram excelentes, mas a prioridade recaia sobre a Copa Shell e só devido à coincidência de datas das provas a dupla não ficou com o título no Gaúcho.

A temporada de 1993 da Copa Shell iniciava em Tarumã e lá estava o Escort #12, mais uma vez, perturbando a vida dos adversários. Após uma disputa acirrada com Egon Herzfeldt e Vicente Daudt, Buneder e "Castrinho" levaram a melhor, vencendo mais uma vez. Acabaram concluindo o campeonato na sétima posição. No ano seguinte, a dupla seria a sexta colocada no mesmo campeonato.

Com o encerramento da Copa Shell, Buneder retornou ao automobilismo gaúcho, participando em 1995 da recém criada Copa Corsa, onde boa parte dos melhores pilotos da ocasião estavam presentes. Conquistou três vitórias, concluindo a temporada na terceira colocação. Ao final do ano, competindo em Interlados na Copa Corsa - Taça dos Estados, contra 70 participantes, terminou a prova na quarta posição.

Em 1996, Buneder voltou a participar de um campeonato nacional, a Fórmula Palio, que teve sua etapa de abertura em Tarumã. A sua grande experiência da pista gaúcha e o entrosamento com o carro culminou na pole position, alinhando logo à frente de outros monstros do automobilismo como Renato Conill e Leonel Friedrich. A prova foi muito disputada, cheia de toques e Buneder concluiu na quarta posição. Mas a vitória era questão de tempo e apareceu por duas vezes naquela temporada inaugural, em Londrina e Guaporé. Ao final do campeonato, sexta posição para o gaúcho.

No ano seguinte, a Fórmula Palio teria seu início novamente em Tarumã. Buneder cravou novamente a pole position, correu o tempo todo pressionado, mas não deixou escapar a vitória e ainda teve o amigo "Castrinho" terminando na segunda posição. Buneder liderou praticamente todo o campeonato, porém concluiu na terceira colocação.

1998 teve a etapa de abertura da Fórmula Palio mais uma vez em Tarumã. E Buneder venceu novamente, assim como na etapa seguinte em Curitiba. Na terceira etapa, em Interlagos, largou em último e chegou na quarta posição. Em Cascavel, foi pole pela terceira vez no ano e terminou em sétimo, após levar um toque. Em Brasília foi terceiro colocado. Em Goiânia fez a pole e venceu de ponta a ponta. Terminou a temporada com 93 pontos contra 75 de Chico Serra, sagrando-se Campeão Brasileiro!

Sua última temporada nas pistas, em 1999 viu ainda a conquista de um vice campeonato na Fórmula Palio.

Buneder foi um pilotos com maior destaque em provas de turismo no estado e no Brasil e se considerarmos que sua trajetória nos carros vai de 1986 a 1999, seus resultados se destacam ainda mais. Dois títulos regionais, um vice, um título nacional, um vice, além de inúmeras vitórias e poles, correndo sozinho ou em dupla, Waldir Buneder foi um dos melhores pilotos que já se ouviu falar.

Aproveito para agradecer ao próprio que gentilmente me passou algumas informações importantes para compor esses posts dedicados a ele. Valeu, Buneder!

Abaixo uma série de imagens que vão desde sua primeira participação no Brasileiro de Marcas em 1989 até sua última temporada na Fórmula Palio.

















Fonte das imagens: jornal Esporte Motor, revista Esporte Motor, jornal Zero Hora, revista Auto Esporte e livro Tarumã - Uma História de Velocidade (Gilberto Menegaz, Paulo Lava e Paulo Torino).

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