sábado, 1 de junho de 2013

André Rebechi

O último Desafio foi fácil, afinal aqueles pilotos que apareceram na imagem eram figurinhas carimbadas nos kartódromos gaúchos no início dos anos 80. André Rebechi (#77) e Maria Cristina Rosito (#3) protagonizaram grandes duelos, como no Campeonato Gaúcho de Kart de 1983, na Categoria Preparada. A disputa era tanta, que a diferença entre os três primeiros colocados naquele campeonato foi de apenas três pontos. Edemar Stédile foi o campeão com 27 pontos, Rebechi o vice com 26 e Rosito ficou com a terceira posição com 25. Em quarto ficou Gustavo Romanello com 21.

A imagem e os resultados vieram do acervo do próprio André Francisco Rebechi, piloto de destaque na década de 80, com quem tive o prazer de manter contato nos últimos dias. André já apareceu por aqui algumas vezes, mas a partir de agora ele nos trará mais detalhes sobre sua trajetória nas pistas.

Apesar de ser citado como caxiense, André Rebechi, assim como sua família, é originário de Passo Fundo, cidade na qual seu pai, João Antônio Rebechi, iniciou nas competições ainda nos anos 60. João correu em circuitos de rua e depois na Divisão 1 até o final dos anos 70. Depois passou a acompanhar o filho no kart e nas categorias do automobilismo.

O início no kart foi em 1980. Seu primeiro título veio no Campeonato Citadino de Caxias do Sul, em 1982. Em razão desta conquista, recebeu o reconhecimento da imprensa, com o troféu Mérito Esportivo Pioneiro.

Após quatro anos no kart, o caminho natural foi tomado: a então categoria escola do automobilismo brasileiro, a Fórmula Ford. Lá foram mais quatro anos competindo contra as melhores promessas brasileiras da época, como João Alfredo Ferreira, Luiz Carlos da Silveira, Serge Buchrieser, Gil de Ferran, Christian Fittipaldi, Jefferson Elias, Renato Russo, Djalma Fogaça, entre tantos outros.

As dificuldades financeiras foram uma constante na carreira de André. Além de ter de ser mudar para São Paulo, para ficar mais próximo dos circuitos do campeonato, ele teve de colocar a mão na graxa, pois não contava com um grande suporte técnico. Apesar disso, ainda em 1985 conquistou sua primeira pole position, na prova de Guaporé, num grid que dificilmente era inferior a 30 carros. Numa imagem de Interlagos, em 1986, André aparece largando da primeira fila num grid que parecia interminável. Seu talento e determinação não foram suficientes para conseguir grandes resultados, mas conquistaram a imprensa especializada, que o escolheu como revelação nacional daquele ano.

Ao final de 1987, André vendeu seu Fórmula Ford, um chassi Heve, para o caxiense Abramo Mazzochi, que passou a competir na Fórmula Ford regional. O que parecia ser o fim da trajetória de André no automobilismo, marcou uma nova etapa em sua carreira, a de preparador, que foi levada adiante até meados dos anos 2000, período no qual deu assistência a vários pilotos de Caxias do Sul além de Mazzochi, como Alex Avino, os irmãos Klein, José Rossi, Vitor Giovanini, entre outros.

Eis que em meados de 1988 surge a oportunidade de voltar a correr, desta vez na categoria top do automobilismo brasileiro, a Fórmula 3, que era disputada tanto no âmbito nacional quanto sulamericano. Após fazer uma prova em 88, André montou uma equipe apoiada por empresas de Caxias do Sul e tinha na preparação ninguém menos do que Ronaldo Ely. O carro, um Berta/VW tinha sido adquirido da equipe Grendene, que tinha a mão do mago Clóvis de Moraes. André fez todo o Campeonato Brasileiro e ainda correu uma prova em El Pinar, no Uruguai. Ao final de 89, a pilotagem ficaria definitivamente de lado.

Após encerrar as atividades como piloto e preparador, André passou a se dedicar aos negócios da família, até que em 2011 recebeu uma visita da família Giacomello para que ele voltasse aos autódromos, auxiliando na preparação e no desenvolvimento do Marcelo Giacomello na categoria Fórmula 1.6. Desde então é possível encontrá-lo nos boxes dos autódromos, procurando passar toda a sua experiência ao jovem piloto, que por sinal, vem demonstrando uma evolução consistente a cada prova.

Abaixo alguns registros da carreira de André Rebechi em 30 anos de automobilismo. Em breve publicarei mais alguns registros que o André está selecionando para ser enviado.

Agradeço ao Carlos Giacomello que possibilitou o contato e ao próprio André pelas informações.

 
 

 







Fonte das imagens: jornal Esporte Motor, jornal Club Motor, revista Grid, arquivos Paulo Tohmé, Aloísio Adib, fórum Autoracing, arquivo André Rebechi, fotos Fernando Nunes e Tales Maschio, arquivo Carlos Giacomello.

4 comentários:

Anônimo disse...

Correram muitos Rebechis dessa familia,mas o André chegou num patamar de preparação e pilotagem de alto nível.Ele sabe que o Berta F3 dele e antes dos Grendene está zerado aqui no Museu.PAULO TREVISAN

Tohmé disse...

Ei, a segunda foto é minha...hehehe.

Carlos Giacomello disse...

A chegada do Rebechi possibilitou o crescimento que nossa equipe teve de 2011 pra cá. Com exatamente o mesmo carro(exceção às modificações feitas nas carenagens) o Marcelo deixou de disputar as posições intermediárias para ser protagonista em todas as provas. Além do fantástico conhecimento em "acerto de chão", ele está sendo um grande "psicólogo", trabalhando a maneira que o Marcelo encara as disputas, focando totalmente no resultado. Isto que ele estava afastado das pistas havia quase 10 anos.

Leandro Sanco disse...

Bah, Tohmé! Me confundi. Achei que era do Fabiano Guimarães. Vou corrigir, sorry.
Abração!