sábado, 19 de outubro de 2013

21 de Outubro de 1973

Não lembro de onde veio a imagem do último Desafio. É de um jornal de época. É o último registro de dois pilotos em ação, antes daquele instante que marcaria para sempre a história do Autódromo de Tarumã e do automobilismo gaúcho. Subindo a reta dos boxes, o Opala #22 de Pedro Carneiro Pereira e logo atrás o #85 de Ivan Iglesias. Logo adiante aconteceria o choque entre os dois carros, a batida no barranco, a explosão do #85, o capotamento de ambos, a tentativa de salvamento dos pilotos.

Isso tudo aconteceu no dia 21 de Outubro de 1973. A próxima segunda marca os 40 anos deste acidente.

Eu não imaginava que os comentários do último post seriam tão marcantes. Basta olhar e ler com atenção: todos os comentários foram escritos por quem esteve lá naquele dia e viu tudo de perto. Ao lê-los é possível entender como foi difícil para todos que lá estiveram naquele domingo.

Muito já foi escrito sobre o acidente, portanto uma narrativa mais extensa se faz desnecessária. Recomendo a leitura do livro "Pedro Carneiro Pereira - O narrador de emoções", escrito por Leandro Martins, filho de Lemyr Martins, publicado pela editora Imagens da Terra e que conta toda a história de Pedro, incluindo é claro, boas passagens da carreira dele no automobilismo. Há também uma página dedicada à memória de Ivan Iglesias. Outra fonte de informação é o documentário "Pedrinho morreu na primavera", produzido pelos alunos do curso de Comunicação Social da Ulbra. Neste vídeo, disponível no YouTube, há esclarecimentos sobre a dinâmica do acidente, inclusive com relato do Fernando Esbroglio, que naquela prova subia a reta logo atrás dos Opalas.
 
 
 


Fonte das imagens: arquivo revista Quatro Rodas.

5 comentários:

Paulo Schütz disse...

Lembro cada uma das cenas, nas fotos, inclusive aquela, da volta anterior, quando os 3 subiram a reta juntos, tendo o Tedesco assumido a 2ª posição na entrada da curva um. Um pouco mais a frente, vinha em 1º o Dado Andrade, que largou da pole.

luizborgmann disse...

Olá amigos,
Tempos atrás, conversei com Julio Tedesco a respeito do acidente, e o Julio disse: O Dado Andrade também estava lá naquele dia...
Na foto 2 aparece, de camisa branca com tarja preta, o João Selhane, administrador de Tarumã na época, depois de ter acionado todos os extintores disponiveis e não conseguindo fazer mais nada, a não ser...chorar. Meu amigo João, voce também, descanse em paz.
luiz borgmann

Anônimo disse...

Olha meu amigo sanco!!estou a semana toda lendo sobre esse acidente,!!eu vou da minha versão do meu dia 21 de outubro de 1973.
eu tinha 5 anos ,na época meu pai fazia os carros do bagunça,então ele estava no tarumã e deixou eu e minha mãe na minha avó em Campo bom!!eu sei q ele era muito amigo do Pedro!!quando ele foi nós buscar, contando aos choros q tinha perdido o amigo!!e que tinha presenciado um acidente horrível e nada pode fazer pr ajudar!!ninguém conseguiu ajudar na verdade!!foi a 1 vez que descobri o q era a "morte',e o frio na barriga apareceu e senti uma tristeza enorme!!ver a tristeza do meu pai,fez eu nunca mais esquecer aquele 21 de outubro 1973.Fica aki a minha homenagem ao Pedro e ao Ivan!!

Marcelo Vieira

Clovis Irigoyen disse...

Prezados amigos de BLOG.
Relembrar o dia 21.10.1973
é apenas externar o que nunca caiu no esquecimento.
O automobilismo brasileiro vivia um
"avant premier", uma escalada de popularidade excepcional e o RS despontava como ícone naquele cenário todo.
Mas o dia 21.10 foi impactante.
A euforia de toda aquele fase foi brutalmente agredida pelo destino.
Eu também estava junto ao muro dos BOX bem ali, na reta.
Aos 17 anos eu, um jovem entusiasta, estava com o Seu Claude (CIRAUTO)em seu box ajudando e tudo pela festa.
Do que escreve o Paulo Schütz concordo, acho que era a 1º vez que ele contava com aquela pintura na "DIV3".
Porém a foto é da primeira passagem pela reta, quando os tres carros, o Pedro, Ivam, e Tedesco passaram babando em perseguição do Dado Andrade que passava em 1º andando forte.
Reparem na foto que o muro do box já terminava naquele ponto. Na saída da 9 não tinha aquele muro e nem tampouco aquele povo todo se acotuvelando pra ver os carros. Aquela cerquinha de tela é indisfarçável e dali se acessava a saida dos BOX.
Ali se aproximavam da "UM".
O acidente se daria na próxima volta, quando o Dado Andrade (CIRAUTO)já se distanciava na ponta, e o Tedesco assumia a 2º posição se "livrando" do Ivan e Pedro que brigavam pela 3º posição.
E de fato o Ivan vinha pela esquerda o Pedro com meio carro a frente, quando a dianteira esquerda do Pedro encostou levemente na trazeira direita do Ivan
fazendo com que o Ivan desse uma leve entortada "empurrando" os dois carros ao barranco que tinha ao lado da pista.
E o resto é o que se tem.
O Pedro não precisou chutar o vidro trazeiro para tentar sair, pois com a capota dobrada para o lado do carona em razão do "Sto Antonio' que segurou a parte do piloto, o vidro já tinha se esfacelado. E o Pedro tentava sair de cabeça, vi o capacete dele com fogo ainda se mexendo já com fogo.
Lembro do fino fio de gasolina a que refere o giljacobus, e correndo do carro do Ivan em direção ao carro do Pedro. Todos olhavam aquilo estarrecidos e com um sentimento de impotencia absoluta.
Enfim, detalhes são meros detalhes quando uma realidade não pode ser modificada.
Eu vi tudo assim, pelo menos é o que me lembro depois de 40 anos.
Abraços

paulo rotta disse...

sem falar do acidente. li o livro Pedro Carneiro Pereira - um narrador de emoções. eu não vivi aquela época e, na leitura do livro, o escritor apresenta toda a emoção daquela data. além, narra toda a carreira do pedrinho, como piloto, como empresário e como chefe de esportes de emissoras de rádio. vale a leitura. abraços