sábado, 9 de novembro de 2013

De volta à Rivera

O último Desafio foi mesmo proposital. A imagem dos Fuscas D3 naquela conhecida curva do autódromo Eduardo Cabrera, tinha o objetivo de divulgar a reinauguração do autódromo uruguaio que acontece nos dias de hoje e amanhã.
 
Rivera tem muito a ver com a história do automobilismo gaúcho. Foram inúmeras as passagens dos pilotos do estado por lá, sendo os anos 70 e 80 o período de maior intensidade das visitas.
 
Como já foi escrito aqui, Rivera chegou a sediar inclusive etapas do Campeonato Gaúcho de Viaturas Turismo.
 
O "Capo" Roberto Giordani me mandou uns dizeres sobre sua participação em provas naquela pista nos anos 70. Confiram:
 
"Tive duas corridas em Rivera com o DKW #88 em 1970 e com o  Corcel #30 em 1975 que reputo fantásticas, não somente pelos resultados, mas porque se enfrentava alguns concorrentes uruguaios em uma pista com um traçado diferente daqueles que já havíamos pilotado.
 
O autódromo ocupava a parte superior e um lado de um cerro, significando que havia uma configuração desde a linha de largada, com retas e curvas no nível plano superior, retas e curvas à descer, curvas e reta no plano inferior do cerro e finalmente, curva e reta à subir até a linha de chegada.
 
Em qualquer autódromo um bom propulsor é um bom argumento, porém em Rivera na época, um câmbio bem escalonado era tão importante quanto um propulsor. Em 1970 o DKW #88 com propulsor de 1.000 cc que havia ganho a categoria na Reinauguração da Estrada da Produção em 1969, com a excelente média de 141,7 Km/h e com câmbio escalonado, fez o terceiro tempo na geral ( P3) entre concorrentes bem qualificados, porque tinha conjunto.
 
Em 1975 já com Corcel, este binômio propulsor/câmbio ainda mais se acentuava sua importância pois já estávamos lidando com viaturas na categoria que já possuíam propulsores de 1,5 ou 1,6 litros beirando os 160 HP de potência. Foi uma corrida emocionante, pois enfrentamos o Ford Cortina inglês, predecessor dos Escort, em uma peleia que durou muitas voltas até que o Cortina já com fadiga nos freios foi parar dentro de um charco que havia ao final de uma reta à descer e curva de 90 graus à esquerda.
 
Este Cortina tem uma história interessante : este carro pertencia a um grupo de 03 Ford Cortina que em 1970 percorriam a América do Sul, em um Reid,  promovendo a Copa do Mundo de futebol no México: por uma pane séria, o carro foi deixado no Uruguai ( e creio que mais outro ), sendo  posteriormente resgatado e levado à pista.
 
A pista era curta ( 2 mil metros), estreita e de difícil ultrapassagem, o que não significa que era ruim, muito pelo contrário, era um desafio com peculiaridades que chamava a atenção e requeria muita concentração.
 
A largada não era difícil, mas uns 200 metros vinha a curva um a 90 graus a esquerda, onde o bandeirinha ficava no barranco à esquerda ao lado da pista a uns 8 ou 10 metro de altura do nível da pista : para vê-lo era preciso olhar para cima, desconcentrando a tomada da Um. Após uma pequena reta e uma bela curva a esquerda como se fosse um mini Laço de Tarumã, que seguia uma pequena reta e curva à direita como também se fosse um mini Tala, configurando com a curva anterior um grande S.
 
Daí para frente já à descer uma reta um pouco maior e uma freada forte, onde quem tinha coragem fazia a ultrapassagem do concorrente, e curva de 90 graus à esquerda.
 
Seguia uma pequena reta e curva à esquerda de 90 graus um pouco aberta e início da subida que levava a reta dos boxes e linha de chegada.
 
Quem tivesse câmbio certa podia despejar a “ cavalaria “ na subida e arriscar a ultrapassagem antes da curva um.
 
Havia somente uma curva importante à direita.
 
Um fato interessante aconteceu em 1970, quando na parte frontal à curva 1 haviam sido cortados eucaliptos, mas deixaram os troncoa com cerca de um metro de altura para posterior remoção: uma “fusquéta” se perdeu na freada da um, derrapou, capotou e simplesmente “aterrissou” sobre os tocos.....foi tão forte o impacto que a estrutura da plataforma cedeu, entortando, deixando o piloto preso no assento entre o teto e o piso...... chegou a ser hilariante ver o piloto naquela posição."
 
Bom, resta desejar vida longa a esse querido autódromo.
 
Selecionei alguns registros de Rivera para dividir com vocês.
 





 
 

3 comentários:

Roberto Giordani. disse...

Obrigado amigo Sanco, por publicar mais uma das minhas tantas histórias dentro do automobilismo. Foi uma lástima o volume de chuvas que despejou água e barro sobre a pista desde o início do domingo passado, dia 10 de novembro.
A festa estava pronta, as diversas categorias a se apresentariam tinham viaturas bem preparadas nas diversas categorias, pilotos competentes, os dirigentes entusiasmados.......tudo para uma grande festa. Mas............
Vamos aguardar a marcação de uma nova data.

fernando Nana disse...

Sanco Rivera tem um carisma especial adorava pilotar la,quanto o fuca que o Giodani falou que ficou encima da arvore era do meu amigo Boaventura tinha comprado do Marco Brun e recebeu na pista o Marco virou 1,08 e entregou o carro, o Boaventura foi andar e se empolgou e parou em cima da arvore o fuca não prestou mais e o Boaventura abandonou a carrera de piloto, abração a todos.

fernando Nana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.