sábado, 7 de julho de 2012

Roque Bruxel

O último Desafio foi, para mim, uma surpresa. A imagem recebida por e-mail, mostrava o Roque Bruxel ao lado de um carro da Fórmula Opel na Europa com o adesivo que indicava que alí havia a mão do piloto-preparador. Eu não tinha informações da ida dele para a Europa, mas rapidamente os comentários ajudaram a desvendar essa história.

O primeiro a matar a charada foi o aniversariante do dia, o amigo Paulo Schutz. Ele lembra de uma história interessante que tirou algumas dúvidas deixadas por aquela imagem.

"Em 1990, fui com meu amigo Roberto “Soneca” Machemer, para a Europa, assistir dois GPs em semanas seguidas, o de Protugal e o da Espanha, este, à época, realizado em Jerez de la Frontera. Lá, durante um treino, ocorreu um acidente muito forte com o Martin Donelly, que ficou caído na pista, fora do carro. Neste momento, saímos da arquibancada em direção a um bar, para beber algo, quando alguém me assusta, me segurando pelo braço. Era o Roque Bruxel.

Aí ficamos sabendo que ele andava pela Inglaterra, onde estava, também, o Duda Rosa, este correndo na F Ford. Lá conheceu o Henrique Barcellos, piloto paulista, e acabou acompanhando-o em algumas provas. Nos emprestaram umas credenciais e, durante os treinos da F Opel, entrávamos nos boxes da F1, foi muito legal. Ali acabamos conhecendo o pai do Pedro Lamy, com quem conversamos muito, assim como o Henrique, figura muito simpática e, também, convivemos algumas horas com os demais, todos muito garotos, morando fora do Brasil, andavam sempre juntos, os brasileiros e os portugueses. Os brasileiros eram o próprio Henrique, Rubinho, Gil de Ferran e André Ribeiro, e os lusitanos eram Pedro Lamy e Diogo Castro Santos."

Quem enviou a imagem foi o Roque Pacheco, de Porto Alegre, amigo e xará do Roque Bruxel.

Não tenho muitas informações sobre o início da carreira do piloto. Consta apenas que ele cursou a escola de pilotagem do Cláudio Mueller nos anos 70. Em 1981 participou do Campeonato Gaúcho de Fiat 147 e da etapa de Tarumã do Brasileiro.

Mas foi nos monopostos, a partir de 1982, que ele mostrou toda sua competitividade. No Campeonato Brasileiro de Fórmula Ford de 1984 foi pole position e fez a melhor volta na prova de Tarumã (4ª etapa) e venceu as três últimas em Guaporé, Jacarepaguá e Interlagos.

No ano seguinte deixou a pilotagem da Fórmula Ford para preparar o carro do guri de 16 anos, Serge Buchrieser na mesma categoria. A vitória na primeira etapa em Goiânia foi um indício de que Roque e Serge estavam em sintonia. E isso não foi tudo: foram mais três vitórias ao longo do ano e a conquista do título da categoria.

Depois do título, Roque assistiu mais alguns pilotos na Fórmula Ford Gaúcha e Brasileira, como José Luiz Krupp Filho e Ricardo Morassuti.

Depois da rápida passagem pela Europa, chefiou a equipe de Marcel Romanio na Fórmula Chevrolet em 1993. Como melhor resultado, Romanio venceu a etapa de Tarumã naquele ano.

Abaixo uma série de imagens, desde os tempos da Copa Fiat 147, passando pela Fórmula Ford, a passagem pela Europa até o registro da Fórmula Chevrolet.











Fonte das imagens: arquivo Roque Pacheco - algumas fotos de Vilsom Barbosa.

3 comentários:

paulo rotta disse...

lembro que o adriano baldo, o baldinho, fala do roque com muito carinho, de sua competência e dedicação. cumpre ressaltar que o baldinho é um dos mais rápidos que conheci. de fórmula e protótipo, "brincava de guiar".
abraços

luizborgmann disse...

Alô amigos,
Se não estou enganado, o FF Muffatão do Roque Bruxel era um monoposto pertencente ao Aroldo Bauermann, destruido em um acidente. Irrecuperável, Roque fez o carro voltar a andar e nas mãos do Serge foi campeão. Será que foi isso ou estou enganado pelo tempo?
luiz borgmann

Niltão Amaral disse...

Serge Buchrieser, que ganhou as 12 Horas de 1986 com Anor e Buneder, no Passatão azul... Essa não esqueço, foi a primeira quie assisti! :D