O último Desafio foi, para mim, uma surpresa. A imagem recebida por e-mail, mostrava o Roque Bruxel ao lado de um carro da Fórmula Opel na Europa com o adesivo que indicava que alí havia a mão do piloto-preparador. Eu não tinha informações da ida dele para a Europa, mas rapidamente os comentários ajudaram a desvendar essa história.
O primeiro a matar a charada foi o aniversariante do dia, o amigo Paulo Schutz. Ele lembra de uma história interessante que tirou algumas dúvidas deixadas por aquela imagem.
"Em 1990, fui com meu amigo Roberto “Soneca” Machemer, para a Europa, assistir dois GPs em semanas seguidas, o de Protugal e o da Espanha, este, à época, realizado em Jerez de la Frontera. Lá, durante um treino, ocorreu um acidente muito forte com o Martin Donelly, que ficou caído na pista, fora do carro. Neste momento, saímos da arquibancada em direção a um bar, para beber algo, quando alguém me assusta, me segurando pelo braço. Era o Roque Bruxel.
Aí ficamos sabendo que ele andava pela Inglaterra, onde estava, também, o Duda Rosa, este correndo na F Ford. Lá conheceu o Henrique Barcellos, piloto paulista, e acabou acompanhando-o em algumas provas. Nos emprestaram umas credenciais e, durante os treinos da F Opel, entrávamos nos boxes da F1, foi muito legal. Ali acabamos conhecendo o pai do Pedro Lamy, com quem conversamos muito, assim como o Henrique, figura muito simpática e, também, convivemos algumas horas com os demais, todos muito garotos, morando fora do Brasil, andavam sempre juntos, os brasileiros e os portugueses. Os brasileiros eram o próprio Henrique, Rubinho, Gil de Ferran e André Ribeiro, e os lusitanos eram Pedro Lamy e Diogo Castro Santos."
Quem enviou a imagem foi o Roque Pacheco, de Porto Alegre, amigo e xará do Roque Bruxel.
Não tenho muitas informações sobre o início da carreira do piloto. Consta apenas que ele cursou a escola de pilotagem do Cláudio Mueller nos anos 70. Em 1981 participou do Campeonato Gaúcho de Fiat 147 e da etapa de Tarumã do Brasileiro.
Mas foi nos monopostos, a partir de 1982, que ele mostrou toda sua competitividade. No Campeonato Brasileiro de Fórmula Ford de 1984 foi pole position e fez a melhor volta na prova de Tarumã (4ª etapa) e venceu as três últimas em Guaporé, Jacarepaguá e Interlagos.
No ano seguinte deixou a pilotagem da Fórmula Ford para preparar o carro do guri de 16 anos, Serge Buchrieser na mesma categoria. A vitória na primeira etapa em Goiânia foi um indício de que Roque e Serge estavam em sintonia. E isso não foi tudo: foram mais três vitórias ao longo do ano e a conquista do título da categoria.
Depois do título, Roque assistiu mais alguns pilotos na Fórmula Ford Gaúcha e Brasileira, como José Luiz Krupp Filho e Ricardo Morassuti.
Depois da rápida passagem pela Europa, chefiou a equipe de Marcel Romanio na Fórmula Chevrolet em 1993. Como melhor resultado, Romanio venceu a etapa de Tarumã naquele ano.
Abaixo uma série de imagens, desde os tempos da Copa Fiat 147, passando pela Fórmula Ford, a passagem pela Europa até o registro da Fórmula Chevrolet.
Fonte das imagens: arquivo Roque Pacheco - algumas fotos de Vilsom Barbosa.
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3 comentários:
lembro que o adriano baldo, o baldinho, fala do roque com muito carinho, de sua competência e dedicação. cumpre ressaltar que o baldinho é um dos mais rápidos que conheci. de fórmula e protótipo, "brincava de guiar".
abraços
Alô amigos,
Se não estou enganado, o FF Muffatão do Roque Bruxel era um monoposto pertencente ao Aroldo Bauermann, destruido em um acidente. Irrecuperável, Roque fez o carro voltar a andar e nas mãos do Serge foi campeão. Será que foi isso ou estou enganado pelo tempo?
luiz borgmann
Serge Buchrieser, que ganhou as 12 Horas de 1986 com Anor e Buneder, no Passatão azul... Essa não esqueço, foi a primeira quie assisti! :D
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