sábado, 25 de junho de 2011

Victor Steyer

O último Desafio foi mesmo difícil. Não haviam pistas suficientes para indicar que naquele Gol vermelho estava um dos maiores pilotos gaúchos de todos os tempos: Victor Steyer.

Steyer fora convidado para fazer dupla com Sérgio Louzão no Gol #17, já que o piloto Djalma Fogaça não pode comparecer para disputar aquela que foi a etapa de Tarumã do Campeonato Brasileiro de Marcas e Pilotos de 1985. Victor iniciou a prova, que teve 500 km de duração. Largando da 21ª posição, conseguiu subir rapidamente na tabela, chegando até a 9ª posição quando o carro apresentou problemas de motor, sendo obrigado a abandonar.

Desde que me conheço por gente via o Steyer correr, sempre nos carros de turismo. Sempre o admirei por sua técnica e tranquilidade ao volante, características que se traduziam em excelentes resultados nas pistas. Há cerca de dois anos, tive a chance de conhecê-lo melhor, durante os encontros dos Jurássicos, grupo do qual ele também é integrante.

E foi assim que propus a ele para contar um pouco de sua trajetória nas pistas aqui no blog. Começando pelo começo, hoje voltamos ao início dos anos 70. Com vocês, Victor Steyer.

"Sobre a minha trajetória nas pistas te confesso que não tenho muito a declarar. Foi um período curto de participações em corridas!!! Não tenho, a exemplo do Cláudio Mueller, grandes feitos, já que participei muito pouco comparando com outros Jurássicos. O início foi em 1971 na escola de pilotagem de Pedro Victor De Lamare. Meu instrutor na época foi o Edgard Mello Filho (que ainda hoje fala e escreve sobre automobilismo). Logo a seguir a escola foi vendida para o Cláudio Mueller onde me inscrevi novamente! Logo após o término do curso, o Cláudio me convidou para ser instrutor da escola onde fiquei por aproximadamente sete anos. Minha estreia nas corridas foi nas 12 Horas de 1972 com Arnaldo Fossá. Chegamos em sexto lugar na geral.

Como havia perdido o Pai em 1969, minha Mãe não dispunha de recursos para bancar minhas corridas iniciais, então a forma que encontrei foi de me oferecer somente para correr em provas de longa duração. Assim corri sem nenhum compromisso de participar de campeonatos!! Isoladamente também participava de algumas provas. Provas de Fórmula Vê, organizadas pela escola de pilotagem, participei em três oportunidades e no torneio fiquei em terceiro lugar. Participei também de uma prova de Fórmula Ford com o carro reserva do Cláudio Mueller (um Titan inglês),carro que participou nas primeiras provas com o Leonel Friedrich e, se não me engano, também com o Fernando Esbroglio. Quanto ao resultado, o carro quebrou na primeira bateria e peguei peças emprestadas do saudoso Gastão Werlang (na época piloto da Varig)que me permitiram participar da segunda bateria e tirar o sexto lugar. Tive mais duas oportunidades de correr com Fórmula Ford, uma vez em Goiânia e outra em Guaporé. Os donos dos carros me pediam para largar e receber o prêmio de largada!!! E eu, fominha como era, me sujeitava a tal empreitada...hehe. Obviamente o carro nunca tinha gasolina para ir até o fim...

As provas da antiga Divisão 3 foram as mais interessantes no meu aprendizado. Participei de uma prova da Divisão 1 (o primeiro Chevette a participar em corridas e vitorioso). Vitória nas 6 Horas de Tarumã de 1973 em dupla com Cláudio Mueller. Dai em diante foram os 500 km de Tarumã com Bruno D'Almeida (quarto lugar em 1974) e as 6 Horas de Tarumã em 1975 com Bernardo Kokemper no Volkswagem da Gaúcha Car. Batemos o record de volta da categoria, chegamos a liderar a corrida, mas com problemas no carro chegamos apenas em quinto lugar.

Eis que encerrei a minha curta carreira no automobilismo em 1975!!! Casado e com três filhos vindo logo a seguir, somente participei de uma prova da Divisão 3 em 1979 no autódromo de Guaporé. Novamente sem recursos e com família numerosa para cuidar, me afastei e voltei em 1981 para participar dos 1.000 km de Brasília juntamente com o Beto Ody e o Cláudio Ely. Com um Corcel II chegamos em segundo na categoria e 11º na geral!!! Lembro que muitos pilotos da Stock Car (com Opalas) participaram desta prova. Foi um belo aprendizado!!!

Bom, dai para frente realmente poderemos dizer que comecei a correr de automóvel!!! Até então corridas isoladas feitas com poucos recursos e sem carro próprio. Mas, como diziam na época (sou suspeito em falar), sempre que alguma oportunidade surgia conseguia ser muito rápido e comecei a ser notado!!!"


Continuaremos com essa história em breve.

Abaixo alguns poucos registros dos primeiros anos de Steyer nas pistas. O primeiro é da vitória nas 6 Horas de Tarumã em 73. Na sequência o Fusca #16 com o qual correu com Bruno D'Almeida nos 500 km de 74 e por fim o trio Ody, Ely e Steyer com o Corcel II dos 1000 km de Brasília de 80.




Fonte das imagens: arquivos Luiz Gustavo Tarragô de Oliveira, Joel Echel e Marcelo Vieira.

6 comentários:

roger disse...

O Véio sabe!!!! Miguel Paludo ouviu muito o que fala este querido piloto!

Anônimo disse...

Baita piloto,o Vitor e uma fera!!e gente boa,amigao de todos!!!!!!!!

marcelo vieira

Gilberto C. Carlan disse...

Ohhhh meu guri meu emai gauchorepasses@hotmail.com add se falamos saudades de todos

Brum disse...

Victor.

Muito bom ouvir estas historias de quando, e como foi o inicio da carreira dos Pilotos, e vejo que não foi somente a minha que foi dificil.
Lembro numa corrida que fiz com a preparação do Mascarelo que vc fez uma ou duas corrida com o fusca 22 do Mascarelo.

Um grande abraço

Anônimo disse...

Esse véio é bota!!!!

Roberto Giordani. disse...

Caros amigos!
Conheci o Victor creio que 1966, em uma circunstância inusitada na praia de Atlântida no litoral gaúcho,quando o mesmo muito jovem ainda, " sarrafeava " uma fusqueta azul nas ruas meio desertas(na época)arrepiando os pneus da " azeitérra" nas curvas de esquina em um piso horrível de paralelepípedos irregulares, simulando um "chiqueirinho" de corridas.
Mal sabia eu que ali estava nascendo um dos maiores pilotos desta terra, cujo enorme talento para pilotar infelizmente, mais uma vez, não pode ser exportado para fora, embora tenha recebido reconhecimento no país a ponto de ser classificado com justa causa, de PROFESSOR, admirado e respeitado por grandes nomes do automobilismo de competição.
Anos depois, já em Tarumã, volto a encontrar esta verdadeira "fera", este "bota", em dupla com Nico Kokemper( cujo apelido era Frngo da Sádia, por ser meio franzino mas rápido) em um VW disputando a mesma categoria que eu e o Décio Michel estávamos com o Corcel.
Não parou mais de crescer não só como piloto, ma também como homem sério e de respeito.
Volto a repetir : uma lástima que as oportunidades de pilotar grandes marcas e outros campeonatos não chegaram ao Victor.
Hoje, tenho a enorme satisfação de poder contar com este ícone entre os Membros Efetivos da nossa Confraria dos Jurássicos, onde seus já cabelos brancos assim como os nossos, são respeitados pelas mesmas virtudes que sempre demonstrou : simplicidade, sinceridade, comedido em suas intervenções, amigão e desejado companheiro nas nossas atividades da Confraria.
Creia Victor, és e serás sempre um exemplo a ser seguido e copiado por aqueles que desejam ser alguém no automobilismo de competição.
Finalizando, agradecer ao Sanco por externar esta belíssima história de força de vontade e competência que se chama Victor Steyer.
Roberto Giordani.
Coordenador dos Jurássicos.