segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Ontem e hoje

O Édio Pasinatto, lá de Caxias do Sul, observando o post publicado na última segunda-feira, resolveu dar uma conferida no local onde ficava a antiga Simca da cidade.

Ele enviou uma foto (extraída do Google Street View) que mostra a revenda Lavrale, que vendia os tratores, motores, motos, veículos utilitários, caminhões e chassi para ônibus da Agrale. De acordo com o Édio, a revenda funcionou até o final de 2011.

Ele também aproveitou para dizer que é grande admirador do Juvenal Martini, aquele mesmo que aparecia ao lado do Simca #77.

Abaixo vocês podem ver as imagens do ontem e hoje e aproveitei para incluir mais uma do Simca, no ano em que a dupla Martini e Dal Zotto venceu as 12 Horas de Porto Alegre e uma do Opala, já competindo em Tarumã, 1971, em perseguição ao #84 do Pedro Victor De Lamare. O Opala era patrocinado pela revenda Chevrolet Auto Palácio SA.






Fonte das imagens: Google Street View - enviado por Édio Pasinatto, blog Antigos Verde Amarelo, jornal Zero Hora e revista Auto Esporte.

3 comentários:

Anônimo disse...

Buenas!
E será que alguém identifica o menino de macacão no meio dos dois, na frente do Simca,na segunda foto.
Abração.
Pedrão

Anônimo disse...

Martim Kim

A incrível história do Simca#77 contada por Carlos Érico Costamilan, sócio gerente da agência Simca- Importadora Auto Nordeste Ltda, que aparece na foto,
em seu relato para o Fórum amigos do Simca.

"Em Abril de 1960 realizou-se o KM lançado de Taquara/RS, cidade perto de Caxias do Sul e Porto Alegre. O SIMCA CHAMBORD venceu em diversas categorias. Ainda em 1960, organizamos a 1ª Subida da Montanha, na BR2, hoje BR116, de Galópolis a Caxias do Sul, com chegada defronte ao Monumento Nacional ao Imigrante. Venceu o SIMCA CHAMBORD de Catarino Andreatta. Assim que – segundo os próprios dirigentes da fábrica – Caxias do Sul e a nossa revenda IMPORTADORA AUTO NORDESTE LTDA, foi a pioneira em colocar o Chambord em competições esportivas.
Granjeamos então notável simpatia em todos os setores da fábrica a ponto de, num contato particular com o Diretor Presidente Sr. Pasteur termos sido contemplados com a doação do "SIMCA CHAMBORD" que fazia as filmagens do “VIGILANTE RODOVIÁRIO”, e que havia sofrido uma pequena “batida” e estava a cargo da seguradora. Trouxemos o carro para Caxias do Sul e o preparamos para a grande corrida das 12 Horas de Porto Alegre, no circuito da Cavalhada - Vila Nova.
A já famosa dupla gaúcha Catarino Andreatta (carro 2) e Breno Fornari (carro 35) corriam de SIMCA CHAMBORD. Breno era um formidável preparador de motores, desde o tempo das carreteiras. Foi ele o primeiro grande inovador em motores dos SIMCAS. Entre outras pequenas melhorias ele aumentou o diâmetro dos pistões de 67,5 mm, para 69,5 mm, ocasionando importante aumento da cilindrada, que originalmente era de 2.351 cm³. Os motores ficaram então com muito mais potência e mais torque.
A SIMCA DO BRASIL, logo percebeu o potencial de melhorar a imagem de seus carros, através de corridas. Contratou pilotos experientes como Ciro Cayres, Jaime Silva e Fernando(TOCO) entre outros. Criou um departamento de competições, que ao mesmo tempo, estabelecia melhorias para os carros de linha.
Pois bem, voltemos às “12 Horas de Porto Alegre”. Aqui em Caxias do Sul, preparamos o nosso SIMCA (ex-vigilante rodoviário), com todo o carinho. Pintamos o carro todo de branco e com o número 77, pilotado por dois entusiastas, WALTER DAL ZOTTO e JUVENAL HERMES MARTINI, porém hábeis pilotos.
Estes dois pilotos já haviam participado da edição anterior da “12 Horas de Porto Alegre” em 1962 e estavam ponteando a prova quando por pane seca (sem gasolina) perderam a liderança. O vencedor foi Breno Fornari, com o seu CHAMBORD 35.
Estamos agora em Junho/1963 e a fábrica SIMCA com uma equipe de corridas veio a Porto Alegre com uma carreta e cinco carros e seus pilotos famosos, respaldados por todo o aparato de uma fábrica. Três dos cinco carros da fábrica deram largada pilotados por Jaime Silva, Toco e Zoroastro Avon (se não me engano). Pontearam a prova até o amanhecer (a largada era a meia-noite). Um capotou e dois tiveram problemas no motor. Ao meio dia de 23 de Junho de 1963, a bandeira quadriculada saúda o vencedor: "CHAMBORD 77" de Dal Zotto e Martini, sob o patrocínio da IMPORTADORA AUTO NORDESTE LTDA. Breno Fornari com o Chambord 35 foi o segundo colocado."

Fonte: Fórum Amigos do Simca

Martim Kim

Roberto Giordani disse...

Tão somente a guisa de informação histórica peço que observem o seguinte:
Quanta falta nos fez um autódromo naquela época dos anos 60 para que equipamentos de aerodinâmica e principalmente de suspensão tivessem sido desenvolvidos a altura do que foram desenvolvidos os propulsores dos carros e a imensa capacidade de pilotar dos nossos pilotos da época e neste caso especial do Opala 77 dos ótimos Juvenal Hermes Martini e Walter Dal Zotto, que se não estou enganado era amistosamente apelidado de "Macaco" pelo físico esguio, mover-se e falar sempre rápido e ter o maxilar inferior um pouco projetado para frente: era uma figura o Walter.
Mas vou dizer porque estávamos atrasados por falta de autódromo:
primeiro porque corríamos em estradas ou circuítos de rua, de piso normalmente não muito bons e irregulares, demandando uma configuração de suspensão que nada tinha a ver com pista de autódromos; segundo, por não termos acesso à autódromo não sentíamos as necessidades de que uma pista destas pede nas estruturas das viaturas e por consequência não se estabeleciam parâmetros de que se melhorasse aqui ou ali nos carros poderíamos ir a pista de autódromo que ali estava inalterada para mensurarmos as modificações. Quando muito, a não ser Cavalhada Vila Nova e Lages, tínhamos chance de voltar a correr na mesma pista mais de uma vez por ano, e lógico, não eram autódromos.
Reparem bem na fotos dos Opalas : o do Pedro Victor que tinha pelo menos Interlagos a disposição tem cambagem negativa na suspensão dianteira, spoilers de pressão frontal, pelo menos parabrisa e certamente demais aberturas em "plaxglass" aliviando uma barbaridade o peso principalmente nas partes altas da viatura do Pedro Victor, minimizando o efeito de pêndulo vertical. No 77 aparentemente não tem nada disto porque recém estávamos sentindo necessidade destes dispositivos. A realidade neste caso e nos demais semelhantes era que os tempos eram inferiores àqueles que já tinham experiência ou os pilotos locais tinham que apelar para milagres para acompanhar estes primeiros.
Outro exemplo foram as primeiras corridas de Fórmula Ford, onde tomamos um "vareio" da turma de São Paulo que vinham até de experiências européias : quando aprendemos, as posições se inverteram com vitórias e mais vitórias do Clóvis Moraes e do Chico Feoli.
Vejam nas viaturas Turismo que em 2ou 3 anos de Tarumã aprendemos rápido e nos equiparamos aos de fora.
Um grande abraço a todos.