sábado, 5 de maio de 2012

O início da Super Vê

O último Desafio foi cortesia do próprio personagem que ilustrava aquela imagem. O local era fácil. O guard rail da Pepsi não deixava dúvidas. Por sinal, acho que Tarumã era o único autódromo que tinha uma identificação fácil, em razão dos patrocínios da Pepsi e da Ipiranga, que coloriam as "latas" por quase todos os 3.016 m do traçado.

Bom, o piloto em questão era o paulista Ricardo Mansur. Seu carro era um Magnum-Kaimann, com o qual competia na Fórmula Super Vê em 1974. Aquela era a primeira temporada da categoria, que foi disputada em seis etapas e teve em Marcos Troncon o seu campeão. Ricardo me disse que Tarumã era uma excelente pista e lembra que chegou a ser o mais rápido por algum tempo durante aquele final de semana. Ele informou também que está escrevendo um livro sobre suas memórias no automobilismo. Além da Super Vê, competiu na Divisão 1, 3, entre outras.

A prova de Tarumã, a quarta do campeonato, foi disputada no dia 17 de novembro. Ingo Hoffmann foi o pole position, mesmo após trabalhar duro para reconstruir a traseira de seu carro, destruída após uma forte batida na curva 2, durante os treinos livres. Ele venceu a primeira bateria com Eduardo Celidônio, Maurício Chulan, Marcos Troncon, Nelson Piquet e Ricardo Mansur na sequência. Na segunda bateria, Ingo manteve a ponta seguido por Piquet, Celidônio, Chulan, Troncon e Mansur. A terceira e última bateria viu nova vitória de Ingo com Celidônio, Chulan, Piquet e Troncon logo atrás. Mansur acabou abandonando por problemas no motor. Creio que a foto publicada no Desafio tenha sido deste momento. Somadas as baterias, Ingo saiu vencedor, com Celidônio em segundo e Chulan em terceiro.

O único gaúcho na prova, Cláudio Mueller, concluiu na 14ª posição. Além de Mueller, "Chico" Feoli também participou da prova de abertura do campeonato, no dia 15 de setembro em Goiânia. "Chico" correu com um Magnum-Kaimann patrocinado pelo Automóvel Clube do Rio Grande do Sul. Nessa prova, Mansur foi o segundo colocado, atrás apenas de Ingo Hoffmann. A imagem do pódio mostra Mansur à direita de Ingo. Notem o "Chico" na extrema direita da mesma imagem.

Aquele campeonato que começou modesto, com apenas 11 carros no grid, seria um marco na história do automobilismo brasileiro. Já na abertura da temporada seguinte, havia mais do que o triplo de carros inscritos, o que mostrava acertada a decisão da Volkswagen em apoiar as competições.

Abaixo algumas imagens do campeonato, do #98 de Mansur, do campeão Troncon e dos gaúchos Mueller e Feoli.
  






Fonte das imagens: arquivo Ricardo Mansur, Cláudio Mueller e revista Quatro Rodas.

2 comentários:

Rui Amaral Jr disse...

Sem comentários, apenas um abraço a dois amigos que aparecem no podium e nas fotos e outro a vc Leandro!

Ricardo Mallio Mansur disse...

Olá, Sanco! Nessa prova aconteceu um fato inusitado! Desde que chegamos a Tarumã para a 4ª etapa, consegui sempre andar bem rápido pelo fato de ser um circuito de "alta"! Minha preferência! Andei bem na chuva, até quando a "Curva 1" começou a dechapar o asfalto, fazendo com que todos os pilotos mudassem sua tangência! Nessas condições cheguei a virar no seco em 1:11'12! Em pouco mudou o escalonamento das marchas de Interlagos (1:12) para a relação ideal. Sem condições da prova ser realizada, foi programado um passeio a Capão da Canoa para um torneio de Mini-Golf e um "Rachão" de futebol entre "Mecânicos/Preparadores X Pilotos"! Como não havia segurança para se deixar os fórmulas, foi alugada uma grande "cegonha" onde os carros ficariam sob responsabilidade da Federação Gaúcha! Quando retornamos à pista já reformada, meu tempo não baixava de 1:13'5! O carro estava muito instável, muito perigoso nas curvas de alta e na saída do "Laço", ao tracionar, ele patinava como se estivesse no molhado! Vários pilotos avisaram no meu box que as reações do fórmula estavam "estranhas"! O preocupado era o Newton Pereira que chegou a me aconselhar a não correr! Mesmo assim chegaria em até 5º ou 6º, mas quando parou após falhar muito na 3ª bateria, não me lamentei pois estava perigosíssimo me manter na pista! Mais tarde o Newton pereira me "confidenciou" que meu carro havia caído de cima da cegonha quando uma das pranchas se soltou! Tentei achar responsáveis mas tudo que ouvi é que não haviam provas do incidente! Na brincadeira, o pessoal da Volkswagen falou que o "incidente" iria embolar o campeonato e que eu teria chances de reconquistar o 2º ou até o 1º lugar no campeonato! Coisas de corridas...