sábado, 1 de novembro de 2008

Antônio Miguel Fornari

Como disse no post do último Desafio, há algum tempo que estava tentando um contato com o Antônio Miguel Fornari, na minha opinião, um dos melhores pilotos que essa terra já produziu.

Fiquei impressionado com a memória dos blogueiros que comentaram, especialmente o "Big Richard" que deu detalhes até sobre o abandono do trio, completado pelo Paulo Hoerlle e pelo Renato Conill nas Mil Milhas de 1982.

A história daquele post começou há umas duas semanas, quando, para minha surpresa, tive o prazer de receber na minha casa o próprio piloto que trouxe consigo uma mala recheada de história. Nela estava toda a trajetória dele nas pistas, desde sua estréia, há (incríveis) 39 anos.

Caramba! E agora? O que vou fazer com tudo isso? Levaria semanas para ver tudo e fazer um filtro, pois seria impraticável tentar publicar todas aquelas relíquias, devido a expressiva quantidade de material. Pois o próprio "Neni" tratou de me ajudar na pesquisa e juntos criamos uma linha do tempo, buscando realçar os principais fatos de sua longa e vitoriosa carreira. O papo foi excelente e fiquei impressionado com a gentileza dele para com o amigo aqui. A visita que estava programada para mais ou menos uma hora de duração, pois ele tinha outros compromissos, me fez perder a noção do tempo e ficamos cerca de cinco horas conversando (eu mais ouvindo e babando do que outra coisa). Simplesmente demais.

Bom, todos sabem que a paixão de Antônio Fornari pelo automobilismo surgiu dentro de casa, motivada pela brilhante carreira do pai, Breno, nas competições, desde os anos 50. A imagem abaixo mostra a família reunida, com Breno à esquerda, Carlos Alberto, o "Neco" ao centro e "Neni" à direita.

Pois logo após completar 18 anos e providenciar a carteira de habilitação, lá estava "Neni", meio a contra gosto do pai, alinhando um Simca na prova Vale do Jacuí, disputada entre as cidades de Cachoeira do Sul e Rio Pardo em Agosto de 1969. O piloto utilizava o número 135, pois a categoria dos estreantes começava pelo numeral 100. A estréia foi cheia de fortes emoções, sendo que uma capotagem e a eliminação da prova foi uma delas. Já na prova seguinte viria a primeira vitória. O patrocínio era da Sabren, revenda Simca de Porto Alegre, onde hoje fica a Brozauto, na Avenida Farrapos. O nome era a fusão da Sagol - que na época era a empresa dona de uma rede de postos de combustível, que incluía o posto do avião, no centro da cidade - e de Breno Fornari, um dos donos da revenda.

A participação de "Neni" nos Simcas durou até 1970 e incluiu algumas provas no Braço Morto, na praia do Imbé. A imagem abaixo mostra o piloto naquela praia, usando o capacete do Aroldo Bauermann, que apesar de ser apenas um guri, já tinha até capacete.


A partir de 1971, o Simca foi deixado de lado, embora naquele ano, o pai Breno ainda utilizasse modelo semelhante em algumas provas. Descobri que "Neni" também correu de Fusca, como pode ser notado na imagem abaixo, quando fez dupla com Edgar Echel na prova 500 km de Tarumã.


Outra categoria que eu sinceramente não sabia que constava do currículo do piloto era a Fórmula Ford, na qual ele competiu entre 1972 e 73, com o chassi que pertencera ao seu pai. Vejam essa imagem rara.


Ainda em 1972, um registro da prova 12 Horas de Tarumã, quando correu em dupla com Ervino Einsfeldt no Corcel deste último. Ervino aparece ao fundo de boné.


Um Dodge 1800 foi adquirido em 1973 e com ele a dupla pai e filho pode competir em algumas provas longas como as 6 Horas de Tarumã, imagem abaixo e nas 12 Horas de Tarumã de 74, quando eles obtiveram a 9ª posição na classificação geral.

O Dodge foi então substituído pelo Maverick, sempre levando na porta o tradicional #35, que participava nas competições no estado e fora dele. Com esse carro, a dupla pai e filho obteve a 7ª posição ao final das 12 Horas de Tarumã. "Neni" utilizou o Maverick de 1975 a 77, ano em que também teve algumas participações em provas de kart. Na primeira imagem abaixo aparecem os carros de Fornari, Carlos Alberto Kuenzer (irmão do "Chico Bala") no Maveco #53, o Rommel Pretto no Opala #56 e um Opala branco #57 que não sei quem pilotava.

Com o lançamento da categoria dos Fiats, em 1978, o piloto foi um dos primeiros a adquirir um modelo na revenda Jardim Itália. No ano seguinte defendeu as cores da Sbardecar.

Esse foi um resumo dos primeiros 10 anos de automobilismo de Antônio Fornari. Ainda vem muito mais por aí. Não percam.

Fonte das imagens: arquivo Antônio Fornari.

4 comentários:

Anônimo disse...

Muito Legal Sanco,
a família Fornari merece um destaque especial no blog, todos eles, tanto o saudoso Breno que tive oportunidade de entrevisar no Bate-Roda quanto o Neco e o Neni são grandes 'botas' e gente muito boa!
Grandes incentivadores do nosso esporte, nos enchem de orgulho pelos seus feitos!
Até o nº 35 em muito a ver com o RS!
Pelas fotos de um dos Fiat 147 lembrei de um volante MOMO de madeira que comprei na RECOM (loja do Neni) Farrapos quase esquina Sertório, para minha Brasília 1976!

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Lacombe

Anônimo disse...

Putz!!!
Parabéns meu!!
Que apanhado legal...
To esperando os outros post`s.

Marco Queiroz disse...

O Neni é um cara especial mesmo. E a sua longa carreira mostra uma dedicação e determinação para enfrentar todos os desafios que foram aparecendo.

Foi um dos caras mais legais para quem já pintei um capacete.


Marco Queiroz
402m.com.br

Leandro Sanco disse...

Grande Marco, se tu tiveres algum registro destes teus trabalhos de pintura, mande para mim, que em breve publicarei um post especial.
Obrigado pela visita.