Primeiro mostro as imagens do que sobrou do carro e depois o e-mail dele contando todos os detalhes do "feito".
"O que eu posso dizer sobre o dia da capotagem:
Foi no dia da inauguração do novo asfalto, acho que em julho de 1990, no dia em que morreu o Fredo Hennig (na prova posterior a minha, do Gaúcho de Marcas).
Eu tinha quebrado o motor titular (canhão) na sexta-feira e fui para a tomada de tempo com um motor "meia-boca" de vida e de potência. Não lembro que colocação eu fiquei no grid, mas lembro de ter andado mal na primeira bateria até a 17ª volta quando o motor também grudou... Estava um dia de sol quente e nós usávamos 14:1 de taxa de compressão nos fuscas...só poderia quebrar mesmo.
Para não "perder a viagem" e como tínhamos tempo entre as baterias, o meu preparador, o João Mascarello, que naquela época era o melhor acertador de carburação de Speed do estado, tinha oficina em Viamão e fomos buscar um terceiro motor que não havíamos testado ainda e por isso havia ficado na oficina. Colocamos no carro a tempo de largar do final do grid com 36 carros!
O motor era uma torpedo! Na primeira volta passei em 23º, na segunda em 17º, na quarta volta na passagem pela cronometragem, estava em 11º. Ao chegar na entrada da curva 2 era um mar de fuscas. Lembro do nº17 do Bergamini, do nº10 (Hugo Almeida), do nº50 do Joel Castilhos, todos tinham vermelho na pintura. Coloquei por dentro do Bergamini e na frente dele alguém errou e tirou o pé. Eu puxei mais pra dentro e comecei a ultrapassar estes carros. Lógico que fiquei por fora na 3. Estava fazendo a curva em cima da linha branca de pé no fundo, lado a lado com mais dois carros, quando recebí um pequeno toque na lateral traseira direita. O carro entrou num pêndulo, escapou do asfalto, ví o grid vindo na minha direção duas vezes. Cheguei a ver uma 'tira de terra' de uns 20 cm de altura deixada pela patrola que finalizou a obra do acostamento, e eu peguei ela de lado. O carro calçou as rodas nela e catapultou, capotou várias vezes, acho que três vezes no ar, mais quatro ou cinco no chão, por sorte caiu em pé. Lembro de ter ficado meio zonzo, não machuquei nada.
Lembro também de voltar a pé para o box e encontrar o Edmundo Dreher que havia quebrado na curva 2 e ele me disse:
- Tu viu o capotão que deram na 3 agora? Os caras estão se matando!
E eu repondí:
- Fui eu...
O resto as fotos mostram.
A tristeza da capotagem pelo prejuízo financeiro, foram apagadas da minha mente porque logo após recolhermos o carro em Tarumã, fomos embora para a garagem/oficina em Porto Alegre e para minha surpresa ao ligar o rádio do carro para ouvir o resultado do jogo do Inter, entra um repórter e diz que havia morrido um piloto em Tarumã e que em instantes entraria com mais detalhes! Eu pensei e falei para meus companheiros de equipe:
- Putz os caras pensam que eu morri na porrada!
Na verdade, infelizmente, era a notícia da morte do Freddinho Hennig na prova seguinte a nossa."
Eu estava no Tarumã naquele Domingo. Ví a capotagem do Lacombe do ângulo abaixo e pude acompanhar todo o contorno dele por fora na curva 3. Foi sem dúvida uma das capotagens mais violentas que ví ao vivo.
Abaixo ainda pode se ver ele no meio do bolo. Ele é o penúltimo da fila.
Também ví o acidente do Fredo. Amanhã conto mais sobre isso.
Valeu, Lacombe!
Fonte das imagens: arquivo Roberto Lacombe, arquivo pessoal.
2 comentários:
uia q o veio lacombe eh doido mesmo hehe.
ainda bem q o veio ta vivo p conta essas historia!
Oi Beto...
Foi bom relembrar os momentos bons e ruins que passamos juntos no autodromo!rs
Mas por outro lado as lembranças de curitiba sempre permanecem na minha memória! Quando fizemos o 6° tempo, e na volta de apresentação o cabo do acelerador arrebentou; vc trouxe o carro até os box se arrastando rsrsrs. Rapidamente trocamos o cabo, mas infelizmente tivemos que largar dos box, em último lugar; Lembro que vc fez uma largada espetacular!Chegamos no termino da prova em 4° lugar.
Lógico que o grid estava com 42 carros, entre gaúchos e paulistas.Está corrida eu nunca vou esquecer!
Lacombi foi o melhor Piloto que conheci. Um Abraço do Amigo João Mascarello
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