Há alguns dias recebi um e-mail do assíduo Julio Cordeiro, que dizia o seguinte:
"Tudo bem aí? Aqui tudo bem. Dia desses publicaste uma foto do Perninha, o qual não tinha notícias há 30 anos. Nas poucas vezes que o encontrei, sempre levei uma boa impressão. O cara é muito simpático e comunicativo.
Encontrei essa foto no fundo do baú. Está até amarelada. Nela aparecem, o #13 que eu não lembro o nome, o Perna no #99, e o #97 que sou eu. É uma etapa do campeonato gaúcho de motovelocidade, categoria 50cc, Standard."
Achei um barato aquela imagem. E nunca tinha visto o Perna acelerando nas motocas. Não satisfeito, pedi ao Júlio que contasse um pouco como tinha surgido a idéia de se aventurar sobre as duas rodas. Então ele completou:
"Vivia em Porto Alegre nas imediações da Cristóvão Colombo e Dr. Timóteo. Aos 11/12 anos eu fazia parte de uma turminha, que se reúne até hoje - e que já foram citados ou apareceram no seu blog, como o Paulo Gordinho e Rogério Kremer (ajudantes do Egon Herzfeldt) - e de tempos em tempos um inventava uma moda nova, para desespero dos pais. Tinha bicicross, carrinho de lomba, autorama, futebol, fumar escondido, assistir corridas em Tarumã e motocross em Novo Hamburgo, entre outras. Tudo isso permeado por revistas 4 Rodas, Autoesporte e Grand Prix, Ele e Ela e outras. Visitávamos com frequência as lojas e oficinas de moto, admirando os modelos da época, RDs, CBs, Suzukis, Gileras...
Então, após alguns anos de muita aporrinhação, ganhei uma cinquentinha Yamaha SS, usada, mas muito inteirinha. Após um período de relativa calma com a 50, assisti uma corrida de moto em Tarumã e resolvi correr também. Mais aporrinhação pros pais. "Aliviamos" a 50, colocamos um numeral com fita isolante, #35, o mesmo do Paulo Araújo - piloto de TZ 350, que ao vê-lo em Tarumã, fez um acabamento com a mesma fita e falou que eu deveria "honrar aquele número". Essa corrida foi marcada por um belo pega com outro estreante. Disputávamos a penúltima posição, pois ninguém queria ser o último. O pega acabou num tombasso no Laço, na última volta. Após a estréia, meu principal adversário era o Ruben Di Giacomo, que chegou até as TZ.
Nessa foto, estou com uma RD 50, preparada por Marquinho, que tinha uma oficina na rua Dr. Timóteo, e era uma espécie de "Foose do Overhauling" das motos. O cara pegava umas motos bem judiadas e as deixava novinhas. Essa cinquentinha andava na frente de todos por umas duas ou três voltas e depois começava a falhar.Corri também em Guaporé e em Rivera, no Uruguai, para onde as motos foram de trem e os pilotos e mecas de ônibus.
Dessa época lembro de alguns pilotos, como o já citado Araújo, o Arara, da Motoryama, o Franco da Motozuki, o Nique da Motonda, o Atílio da Manlec, o Alexandre Sudbrack com uma R5 e ainda Watanabe, Shinke, Ratinho (que mora aqui em Floripa), Paulista, Riera e outros."
Acho muito legal quando recebo e-mails ou ouço histórias de quem um dia já correu de carro, moto, kart. A imagem que o Júlio enviou é do dia 23 de Outubro de 1977. Há 30 anos. O Júlio hoje mora em Florianópolis e sempre que pode envia algum material de primeira para ser publicado.
Abaixo o Júlio em ação e depois uma imagem de uma RD 50 de 1977, que desenvolvia pouco mais do que 6 HPs.
Valeu, Júlio. O Blog está sempre aberto para receber e retransmitir tuas histórias na velocidade.
Tomedi, avisa o Perna de que tu estavas certo. Ele também estava naquela imagem.
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5 comentários:
como diria o próprio...
MAZAÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ Grandes histórias!!
eu vou mandar a foto pra ele!
"Nessa foto, estou com uma RD 50, preparada por Marquinho, que tinha uma oficina na rua Dr. Timóteo, e era uma espécie de "Foose do Overhauling" das motos."
hoje a Moto Estudio é Sprint e o que o pai fazia nas motos, ele faz nos carros. Como a cinquentinha da historia, tem um Eclipse GSX que aconteceu a mesma coisa! Hoje a vida dentro da oficina é ARRANCADA, única e exclusivamente, todos que estão por lá falam e trabalham pra Associação Desafio ir cada dia mais longe! (Associação Desafio?? entra aí pra descobrir o que é a tal AD - www,categoriadesafio.com)
As vezes surgem historias incríveis da época das motos, e as comparações são inevitáveis, mas fica um ar de saudade para aqueles que viveram tudo isso, e um ar de curiosidade pro pessoal mais novo que nunca subiu em uma moto.
Fiquei muito feliz em ver essa historia, já tinha visitado esse blog quando o Fernando Wortmann apareceu lá na oficina falando sobre as incriveis historias que alguem tinha contato no kartódromo e que estavam neste blog.
Provavelmente o Marcolino vai vir comentar por aqui, mas já saibam que ele tem um blog tbm, e anda escrevendo como nunca! O endereço é www.402m.blogspot.com.
ADOREI O POST, e esse blog já está nos meus favoritos!
Sempre é bom relembrar o passado de glorias...
Nós gostávamos muito do Julião... De toda a gurizada que andava pela oficina na época, ele foi o que demonstrou mais coragem í determinação.Inclusive ele tinha um capacete muito engraçado. que ficou "colorido" depois das várias pinturas e tombos... Ai, só alisamos e envernizamos e ficou muito diferente e característico.
Já faz um bom tempo que dou uma espiada no Blog por que tenho muitas ligações com aquela época. Pintei carros de fórmula para o Chico Feóli, Cezar Pegoraro, o agora "rei da pipoca", Ronaldo Ely,
o Egon( que sou suspeito para falar qualquer coisa), o Clovis de Moraes(e seu indefectivel
secretário , o Valdir), o Leonel e seus capacetes "gaúchos", o Janjão Freire...e muitos outros que vou parar de citar por que sempre vai faltar alguem, a memória engana a gente.
Claramente foi um momento muito importante do automobilismo gaúcho que hoje vive momentos muito dificeis no automobilismo de circuito.
o 97 juliao 99 perninha e o 13 macedo
abraços
paulo garcia
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