O encontro é realizado quinzenalmente e foi com muito prazer que compareci na oficina do Horst Dierks há uns 20 dias para sentir o clima entre a turma. Mal sabia eu que boa parte dos que lá estavam já tinham ciência do trabalho que é feito aqui no blog. Fiquei muito emocionado com tudo o que ouvi deles e no meio dessa emoção toda, veio o convite para ser o mais novo integrante do grupo. Aquele então, parecia ser o meu batismo entre os Jurássicos.
Infelizmente o encontro teve de ser interrompido por causa do roubo do Puma DKW do Teodoro, ocorrido bem em frente à oficina. Cheguei a pensar que eu era o "pé-frio" na história, mas felizmente o Puma foi encontrado dias depois e a turma pode se reunir novamente na última semana para comemorar o retorno do mesmo. Mais uma vez o convite veio, o que significava que o amigo aqui fora admitido na "irmandade".
O palco da festa foi justamente na garagem do Teodoro, o "Templo dos DKW's", onde estão vários modelos DKW, como Vemaguete, Fissore, Candango, entre outros, além é claro do DKW#56 com o qual ele corre na Classic. O churrasco assado pelo "chef" Antônio Fornari, os vídeos levados pelo "Chico" Feoli mostrando algumas de suas provas na Fórmula 2, o áudio das 12 Horas de Porto Alegre de 1968, conseguido pelo Eurico Estima, a companhia de novos amigos, tudo estava ótimo. A cada nova conversa, novas histórias, a vontade de escutar tudo ao mesmo tempo chegava a me confundir. Confuso mesmo fiquei quando ouvi o Henrique Iwers e o Horst conversando em alemão. Aí já era demais para mim.
O "Chico" Feoli, figura muito simpática, tinha me dito que levaria umas fotos de suas provas para eu ver e fiquei muito entusiasmado com a ideia, afinal fazia tempo que eu tentava um contato com ele para contar sua história aqui. "Chico" é um daqueles que vi competir quando pequeno, e ainda hoje guardo na lembrança algumas de suas participações na Fórmula 2. Ao me ver chegar ele foi logo me mostrando um CD com uma boa parte da história do automobilismo gaúcho, da qual ele e todos que lá estavam, fizeram parte. Não pensei duas vezes: aquilo ali tinha que estar no blog. E foi assim que, depois de muito escolher, publiquei aquela imagem do Fiat 147 #12 com o qual "Chico"disputou o Campeonato Gaúcho de Divisão 1 de 1978, na equipe Glitz. Eu não sabia dessa participação dele com Fiat, mas a turma aqui reconheceu na hora e não houve mais dúvida.
O material que o "Chico" me passou é tão farto, que certamente não conseguiremos publicar tudo e ao longo dos próximos dias, tentarei dividir em partes para tentar aproveitar ao máximo. Hoje começo com um breve resumo de sua trajetória nas estradas e pistas. O próprio "Chico" e também o seu manager, Giordani, ajudou no resgate de algumas informações. Desde já deixo aqui o meu agradecimento a eles pela atenção.
Pelo que consta, Francisco Feoli fez sua estreia no automobilismo no dia 02 de Agosto de 1964 na prova reservada aos Estreantes disputada em Passo Fundo. Ele se inscreveu na Categoria B com o DKW #52. Nesta categoria corriam apenas DKW, Gordini e 1093. O resultado foi bastante animador, um segundo lugar, utilizando o mesmo carro de Dino Di Leoni. Dino seria seu companheiro em provas seguintes e juntos conquistariam bons resultados, como nas 6 Horas de Pelotas em 1966 e nos 500 Km de Lages no mesmo ano.
Pelo que consta, Francisco Feoli fez sua estreia no automobilismo no dia 02 de Agosto de 1964 na prova reservada aos Estreantes disputada em Passo Fundo. Ele se inscreveu na Categoria B com o DKW #52. Nesta categoria corriam apenas DKW, Gordini e 1093. O resultado foi bastante animador, um segundo lugar, utilizando o mesmo carro de Dino Di Leoni. Dino seria seu companheiro em provas seguintes e juntos conquistariam bons resultados, como nas 6 Horas de Pelotas em 1966 e nos 500 Km de Lages no mesmo ano.
A primeira vitória de "Chico" aconteceu no início de 1968, na prova 200 Milhas de Cachoeira do Sul. Naquele ano, o #99 já estampava seu DKW. Ele venceu na categoria reservada aos DKW's e Gordinis e terminou em terceiro na geral. Ao final da temporada, o piloto sagrou-se vice-campeão na sua categoria.
No ano seguinte nova vitória na Classe até 1300 cc, desta vez em dupla com Roberto Giordani, na prova 4 Horas de Florianópolis, concluindo em segundo no geral. Naquela que acredito tenha sido a última prova em estradas, o Circuito Encosta da Serra de 1969, "Chico" conquistou mais um segundo lugar em sua classe.
1970 foi um ano de muitas novidades, começando com as corridas na praia, os preparativos para a inauguração do Tarumã e o Torneio Nacional Corcel I, disputado em Interlagos, no qual "Chico" esteve presente.
Em 1971, com as provas no Tarumã, vieram novas experiências, como a Fórmula Ford, da qual foi um dos primeiros participantes. Além das "baratinhas","Chico" continuava na pilotagem de um DKW, as vezes sozinho, ou em dupla com Giordani.
Em 1971, com as provas no Tarumã, vieram novas experiências, como a Fórmula Ford, da qual foi um dos primeiros participantes. Além das "baratinhas","Chico" continuava na pilotagem de um DKW, as vezes sozinho, ou em dupla com Giordani.
O DKW fora trocado por um Corcel ainda no final de 1971, o mesmo com o qual participou em Interlagos no final de 1970. Com ele, carinhosamente chamado de "Pé de Alface", competiu até o final de 73, ano no qual obteve o vice-campeonato do Gaúcho de Fórmula Ford.
Em 1974, além de ser novamente vice-campeão do Gaúcho de Fórmula Ford, recebeu o Troféu Memorial Pedro Carneiro Pereira, como piloto mais destacado daquela temporada. Também estreou na Fórmula Super Vê.
No ano seguinte, mais um vice-campeonato foi conquistado, desta vez no Brasileiro de Fórmula Ford.
Em 1974, além de ser novamente vice-campeão do Gaúcho de Fórmula Ford, recebeu o Troféu Memorial Pedro Carneiro Pereira, como piloto mais destacado daquela temporada. Também estreou na Fórmula Super Vê.
No ano seguinte, mais um vice-campeonato foi conquistado, desta vez no Brasileiro de Fórmula Ford.
Voltando aos carros de turismo, o piloto integrou a equipe Glitz no Gaúcho de Divisão 1, na classe reservada aos Fiats 147.
Em 1979 a Super Vê já se chamava Fórmula VW 1600, mas dois anos mais tarde seria novamente rebatizada, agora para Fórmula 2.
E foi na Fórmula 2 que "Chico" talvez tenha adquirido seu maior número de fãs. Permaneceu na categoria de 1981 a 1987, competindo com os melhores pilotos do Brasil e da Argentina, em disputas inesquecíveis, chegando a obter o vice-campeonato brasileiro de 82.
"Em 17 de Outubro de 1982 o piloto Francisco Feoli quebrou o recorde TARUMÃ na prova que reuniu pela primeira vez na América Latina pilotos Brasileiros– Argentinos e Uruguaios em uma prova com carros da Fórmula 2 que mais tarde se tornaria a categoria mais importante do Continente. Feoli pilotava o Muffatão/Passat nº 12 e estabeleceu o recorde da pista deTarumã com o tempo de 1min01seg920 min numa fantástica média horária de175,179 km/h. Felipe e Jhonny (administradores do Velopark), nós presenteamos a vocês o macacão que Feoli vestia naquele dia para que esta vestimenta histórica faça parte do acervo do VELOPARK."
"Chico" Feoli é um dos grandes pilotos que o Rio Grande do Sul já produziu. Foi vitorioso em praticamente todas as categorias nas quais competiu. Difícil encontrar algum automobilista que não o admire.
Para mim foi um grande prazer falar dele aqui nesse espaço, mas como disse, isso é só o começo. Ainda temos muita coisa boa para dividir com todos, portanto fiquem ligados.
Valeu, "Chico"!
Fonte das imagens: arquivo "Chico" Feoli, revista Quatro Rodas e revista Auto Esporte - arquivo Henrique Mércio.
Em 1979 a Super Vê já se chamava Fórmula VW 1600, mas dois anos mais tarde seria novamente rebatizada, agora para Fórmula 2.
E foi na Fórmula 2 que "Chico" talvez tenha adquirido seu maior número de fãs. Permaneceu na categoria de 1981 a 1987, competindo com os melhores pilotos do Brasil e da Argentina, em disputas inesquecíveis, chegando a obter o vice-campeonato brasileiro de 82.
Um feito, até hoje lembrado, foi citado durante a homenagem às lendas vivas que compareceram à inauguração do Velopark há dois anos. Assim disse Marcelo Aiquel naquele momento:
"Em 17 de Outubro de 1982 o piloto Francisco Feoli quebrou o recorde TARUMÃ na prova que reuniu pela primeira vez na América Latina pilotos Brasileiros– Argentinos e Uruguaios em uma prova com carros da Fórmula 2 que mais tarde se tornaria a categoria mais importante do Continente. Feoli pilotava o Muffatão/Passat nº 12 e estabeleceu o recorde da pista deTarumã com o tempo de 1min01seg920 min numa fantástica média horária de175,179 km/h. Felipe e Jhonny (administradores do Velopark), nós presenteamos a vocês o macacão que Feoli vestia naquele dia para que esta vestimenta histórica faça parte do acervo do VELOPARK."
"Chico" ainda voltaria aos carros de turismo, em duas oportunidades: em 1985, na temporada inaugural do Regional de Turismo, ao lado de "Carlinhos" de Andrade e depois no dia 14 de Julho de 1988, quando fez sua última prova ao lado de João Sant'Anna no Chevette #60, concluindo a mesma na 13º posição.
"Chico" Feoli é um dos grandes pilotos que o Rio Grande do Sul já produziu. Foi vitorioso em praticamente todas as categorias nas quais competiu. Difícil encontrar algum automobilista que não o admire.
Para mim foi um grande prazer falar dele aqui nesse espaço, mas como disse, isso é só o começo. Ainda temos muita coisa boa para dividir com todos, portanto fiquem ligados.
Valeu, "Chico"!
Fonte das imagens: arquivo "Chico" Feoli, revista Quatro Rodas e revista Auto Esporte - arquivo Henrique Mércio.
15 comentários:
Que material maravilhoso, um belo acervo. Abração.
O chassi Polar da foto seria o SuperVê que fora adaptado para utilizar o motor Passat TS 1.6 (MD270) pelo Martinewski, pois os VW1600 a ar já não conseguiam mais chegar no Berta/Muffatão?
luiz borgmann
Belíssimo.
Minha dúvida também é quanto ao polar da foto. Era de Super-Vê ou o Feoli chegou a correr de F2 Sudam de Polar, antes de troca-lo pelo Berta?
Tohmé e Borgmann:
O Polar Passat do Feoli deve ter aparecido em 1981, já na Fórmula 2 BR. O Muffatão estreou na última etapa do Brasileiro de F2 de 1981, no Rio. Lembro bem pois Feoli acabou desclassificado da vitória.
Mais tarde, teve sua vitória confirmada. Quanto à SUDAM, o confronto com os hermanos ocorreu pela primeira vez em Tarumã.1982.
(Tema já foi destaque no BLOG DO SANCO.
Caranguejo
Fiquei louco quando li que o Chico Feoli ainda possue os videos de suas provas de F-2 Sulamericana. Se existir alguma possibilidade de arrumar tal raridade, transformando para qualquer midia digital para fazer copia ou mesmo copiar em vhs gostaria muito de ter acesso a esse material. Nunca encontrei sequer 5 minutos de video sobre esta categoria que tinha cobertura ao vivo pela extinta manchete. Eswte material poderia ao menos parar no youtube como fez o Luis pereira bueno com imagens raras e sensacionais.
Valeu a informação Caranguejo. Aliás foi uma honra minha dúvida ter sido respondida por você.
Sempre admirei o Chico Feoli e por por várias razões:Duas décadas de pistas,dedicação,andava no limite,inovação técnica e sempre avançado principalmente nos fórmulas.Estrutura de competição profissional,e muita singeleza e simplicidade no trato. Quando lá por 1999 queria ter acesso a todo seu arquivo fotográfico(respaldo Cambial)ele nem entendia porque e achava que tinha sido apenas mais um no automobilismo.Não foi, e cada dia erstá havendo mais reconhecimento a tudo que ele fez. Parabéns Sanco por abrir esse espaço ao GRANDE 'CHICO'GAUCHO. PAULO TREVISAN
Legal, Tohmé:
Tenho mais algum material do Feoli, inclusive do Muffatão sendo preparado para sua primeira prova, que pretendo enviar ao Cmt.Sanco.
Abç
Caranguejo
Caro Sanco,
Belo material, parabéns. Lhe peço que, se possível, envie um grande abraço ao Eurico Estima, meu colega de trabalho nos anos 80 (Worthington Bombas) e antigomobilista. O Eurico me conhecia como Cacaíque.
Abraços.
Ao Borg e Tohmé: aguardem que ainda essa semana publicarei um post especial sobre essa transição do Polar Super Vê para o Polar F2 e Muffatão.
Caíque: obrigado pela tua visita aqui e o abraço ao Eurico será transmitido pessoalmente em breve.
Em breve mais Chico Feoli no blog. Fiquem ligados!!!
Belo material do grande piloto CHICO FEOLI, a quem tive o prazer de ver correr na F-2 Sulamericana de 82 em Tarumã e uma pessoa muito simpática, que conheci neste sábado no Museu do Automobilismo.
Bravo...Bravíssimo...
Material digno de revista de
abrangência nacional.
Um abraço.
Roger Franzen
Parabéns, caro Sanco, pela fidelidade e excelente trabalho de divulgação do meu amigão "Chico" Feoli de quem tenho a honra de ser amigo a 45 anos, ter compartilhado com ele a pilotagem vencedora ou não em diversas provas desde os tempos da preparação do inesquecível Dino de Leone, e depois nas mãos do ainda nossa amigo Horst Dierks e de ter sido o seu primeiro Chefe de equipe na sua exitosa passagem pela Fórmula Ford.
Aproveito a oportunidade para através do Blog do Sanco, agradecer ao Paulo Trevisan, pela gentil e aprazível acolhida que nos propiciou no Museu do Automóvel Brasileiro na cidade de Passo Fundo, recebendo com fidalguia e cavalheirismo ao Décio Michel-Leandro Sanco-Chico Feoli-Victor Steyer-Luiz Gustavo Oliveira e a mim.
Obrigado Sanco, obrigado Trevisan!
Roberto Giordani.
tive o prazer de fazer parte dessa equipefeoli jeorge laenio julio aderbal gostaria se possivel materia da corrida de brasilia onde francisco conseguiu sua vitoria.
Olá! Meu namorado tem uma foto no carro do Chico Feoli. Gostaríamos de saber mais sobre esse grande piloto!Se possível nos ajude a entrar em contato com ele para agradecimentos.
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