sábado, 12 de setembro de 2009

Chovia como hoje

Depois de um jejum de três semanas, a turma voltou a acertar o Desafio semanal aqui do blog. Um dos acertadores, o Roger, assitiu ao vivo aquele desfile no Centro de Porto Alegre, pois acabava de sair do dentista.

Dentro daquela carreta estavam vários monopostos da antiga Fórmula 4 argentina, que faria dias depois, mais precisamente no dia 06 de Junho de 1971, uma apresentação em Tarumã. O desfile pelas ruas de Porto Alegre tinha o objetivo de divulgar o evento, que recebeu o nome de Copa Internacional da Amizade.

A Fórmula 4 era uma categoria barata e utilizava motores Renault de 850 cc. Anos mais tarde passaria a se chamar de Fórmula Renault, principal categoria escola argentina.

A ideia dos organizadores era apresentar a categoria aqui no Brasil e tentar criar um campeonato brasileiro nos mesmos moldes do argentino.

25 carros foram trazidos para Tarumã, sendo que seis deles estavam reservados aos pilotos gaúchos. Entretanto apenas Cláudio Mueller confirmou inscrição para a prova, mas o Fernando Esbroglio também participou com um Fórmula Ford. Ele inclusive dá um depoimento sobre a prova logo abaixo.

A chuva atrapalhou os planos de todos e acabou afastando o público e também a imprensa que pouca atenção deu às três baterias disputadas naquele domingo.

O argentino Carlos Andreatta foi o melhor nas três baterias, vencendo duas delas e fazendo 32 voltas em 54min49seg500, em uma velocidade média de 105.616 km/h. Em segundo ficou Guillermo Stegmann com Claudio Abolalla em terceiro. Esbroglio chegou a finalizar na quinta posição na terceira bateria e Mueller não obteve um bom resultado.

Apesar de todo o esforço dos organizadores, a ideia do campeonato não evoluiu. Aqui no Brasil, e principalmente no Rio Grande do Sul, a movimentação em torno da Fórmula Ford já era grande e a Fórmula 4 nunca mais cruzou a fronteira com Brasil.

As imagens abaixo contam um pouco como foi essa história. Foram obtidas no antigo site do Autódromo de Tarumã. Não tenho certeza, mas acredito que pertençam ao acervo do Paulo Torino, que utilizou algumas delas e contou essa história no livro do Tarumã, lançado no ano passado.
















Agora o relato do Esbroglio que me foi enviado ontem:

"Oi Leandro,
Chovia como hoje. Os F4 argentinos eram muito inferiores ao FFord brasileiros. Eram motores pequenos de 1.000cc, originalmente de 850 cc, maioria Renault e Fiat e monocoques menores do que os FFord. A categoria era muito forte na Argentina. Muitos competiam por lá. Aqui vieram uns 26 para aquela prova de intercâmbio. Éramos só dois FFord, ainda importados, daqui. Os nacionais da Bino ainda não haviam chegado. Largamos em último, por cortesia, e naquele aguaceiro ultrapassamos quase todos. Não lembro bem, mas creio que chegamos em terceiro ou quarto.... por aí. Acho que corríamos só eu e o "Bocão" nos FFord. Se não me engano, o Cláudio Mueller correu num destes monopostos argentinos e me passa na lembrança que venceu. Guardo na lembrança apenas um nome dos pilotos argentinos... Laskac, um cabeludão (éramos todos) simpático. Era uma prova extra, de relacionamento amistoso com a Argentina.
Abraços,
Esbroglio"

Fui atrás da informação e descobri que o Juan Pablo Laskac, o cabeludão, foi campeão argentino naquele ano. Abaixo uma imagem dele, numa outra prova.


Apesar dessa tentativa frustrada, esse não foi o último contato dos brasileiros com a Fórmula 4. O atento Caranguejo, lá de Bagé, me enviou um registro de 1978, feito durante a prova preliminar do GP da Argentina de Fórmula 1. Ao volante está o carioca Jayme Figueiredo, adversário duro do Amedeo Ferri na Fórmula Ford nos anos 70. Jayme foi convidado para participar dessa prova e concluiu em 10º lugar. O vencedor foi o argentino Alfredo Pugliesi.

Valeu Torino, Esbroglio e Caranguejo!

5 comentários:

Fernando esbroglio disse...

Que bela pesquisa Leandro ! E tua descoberta do Laskac vai além...é ele atrás do monoposto no. 1, na foto onde estão estacionados no box. E eu de tanto ver o Claudião Muller vencer, achei que tinha ganho esta também... Parabéns . Abraço. Esbroglio

Paulo Schütz disse...

Eu creio que João Luiz Palmeiro participou da prova também, com um dos carros trazidos. Se não me engano ele ainda ganhou sua última prova como novato, com o Opala, no mesmo dia e depois estreou na fórmula 4. Lembro que chovia muito.

Fernando esbroglio disse...

Lembrei algo mais !
A marca do construtor da maioria dos monopostos era CRESPI.
Abraços.
Esbroglio

Anônimo disse...

estos autos todavia existen algunos!! los estamos rescatando del olvido!!!! visiten....

www.formulahistorica.com.ar

los veran en autoclasica 2009!!!
saludos !!!

joao luiz palmeiro disse...

Realmente tive o previlegio de alugar oultimo monoposto disponivel ,correr esta carreira entre os grandes pilotos argentinos e meus idolos gauchos como Muller,Bocao,Esbrolio Melo,e foi o inicio das minhas andancas pelas formulas pos Karts na qual fui previlegiado sendo o Brasileiro melhor classificado ,numa prova incrivel com muita chuva ,e se nao tivesse dado um problema na viseira d meu capacete q me fez entrar nos box e troclo,talves tivesse ganho a carreira ,pois voltei e ainda cheguei em 7 lugar foi realmente incrivel !!Abraco