Hoje continuamos com a trajetória e aventuras do Bruno D'Almeida nas pistas e fora delas, contada pelo próprio. Vai que é tua, Bruno!
"Em 1974 resolvi fazer uma oficina somente para os carros de competição na Rua Vicente da Fontoura. Acertei com o Luiz e o Miguel para fazermos o carro. Na época os dois trabalhavam como mecânicos na Revenda VW IWERS. Consegui o patrocínio da PANVEL para a temporada. Compramos na Ala Zero todos os componentes para fazermos um carro inteiramente novo.
Nossa primeira corrida foi os "500 Km de Tarumã". Convidei o Victor Steyer para ser meu co-piloto. Estava tudo perfeito quando na última volta, já indo para bandeirada da comemoração começou a chover e o Victor bateu na Curva do Laço. Mesmo assim ficamos em segundo lugar. Carreiras são carreiras...
Nesta corrida o Luiz passou a ser conhecido como o "LUIZ TUNNING".
Nesse ano houve um Torneio de Velocidade no qual acontecia uma corrida a cada 15 dias. Em quatro corridas fui o Campeão do Torneio com a entrega de prêmios num belo churrasco no restaurante do Tala Larga. Fui também Campeão Gaúcho da Divisão 3. Nessa época o Fernando Moser pediu para fazer o carro na minha oficina junto com o Luiz. Tudo bem, sem problemas. Grande Moser!!! Por onde estiveres vou sempre te admirar como pessoa e piloto e nunca esquecer das inesquecíveis corridas e estórias que juntos curtimos nas corridas de Tarumã, Guaporé, Rio de Janeiro, El Pinar e Rivera.
Em 1975 corri em El Pinar, no Uruguai, ficando em segundo lugar. Fiquei atrás da Mini-Cooper do Pedro Kent e também fiz duas etapas do campeonato brasileiro de D3 em Goiânia e Brasília, tirando quinto e sexto lugar com a preparação do Gessy. Corri também os "500 km de Tarumã" junto com o Brasílio Terra em um Opala #90 chegando em quarto lugar na geral.
Abaixo aparece o Fusca branco #16 em Goiânia.
Só voltei a correr em 1979 com o patrocínio da Shell com o Volks preparado inicialmente pelo Luiz Tunning. Não me recordo a data pois era final de temporada, mas lembro que venci com meu cunhado Julio Renner em segundo lugar. Depois fui convidado pelo Vilmar de Azevedo a fazermos um canhão para vencer a prova da amizade em Rivera onde corriam brasileiros, uruguaios e argentinos. Para mim tinha algo especial para dar chance de dar o troco na Mini Cooper. Colocamos o que tínhamos de melhor no Volks #16: motor 1800 cc, virabrequim roletado spg alemão, Webber 44 manifolds, autos para termos bastante torque nas curvas de baixa, até o escapamento era importado da Scatt, caixa de câmbio de cinco marchas com dentes retos de marca Webster, amortecedores Koni e muito mais coisas... Em resumo, ganhei as duas baterias e fiquei com o recorde da pista por muito tempo.
Na corrida seguinte fomos eu e o Moser para o Rio de Janeiro participar do Campeonato Brasileiro de Divisão 3. Fui de caminhão eu, Vilmar e o Caetano Antinolfi, rebocando junto o carro do Moser. Chegando no autódromo à noite estacionamos no portão que estava fechado e esperamos o Moser chegar. Vimos quando ele fez o retorno para estacionar junto a nós, mas não vimos uma viatura da polícia estacionada atrás do caminhão. O policial veio pedir os documentos pela janela do Caetano mas ele pensou que era o Moser e puxou o seu revólver, brincando, e colocou na cara do policial e perguntou: o que queres vagabundo (e outros adjetivos que não posso colocar aqui)? Resumindo... em 10 minutos haviam cinco viaturas e fomos todos para a cadeia carioca. Que noite de explicações... O resultado desta corrida nem me lembro...rsrssrssssss
Outra do Caetano que nunca esquecerei... quando numa descida da Rua Mostardeiro em frente ao Parcão lotado em uma sexta-feira à noite, enquanto eu fazia um cavalo de pau o Caetano colocou a bunda branca para fora da janela - que meus filhos e netos não vejam estas estórias... rssss
Em 1980 comecei a correr no meio da temporada na TEG (Turismo Especial Gaúcho) com patrocínio da Ipiranga, carro feito também pelo Tunning. Fiz duas corridas, venci a primeira em Guaporé. A segunda em Tarumã na bandeirada o carro parou sem álcool pois um dos mecânicos tinha esquecido de colocar a tampa do tanque e a cada curva para a direita jorrava o combustível para fora. Parei a 10 metros da linha de chegada onde o diretor da prova já estava com os braços erguidos aguardando minha passagem. Quem venceu foi o Claudio Ely e empurando cheguei em segundo lugar.
Este foi o resumo de algumas corridas e estórias como piloto. Após fui para a equipe Orloff em 1982."
Fonte das imagens: revista Quatro Rodas e arquivo Arnaldo Fossá.
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