sábado, 14 de agosto de 2010

O melhor carro que pilotei na vida

Gostaram da pegadinha da neblina? Pois é, nem eu sabia a história daquela imagem publicada no último Desafio. A turma demorou um pouco a acertar o piloto que seguia à frente, mas no fim acabaram descobrindo. O piloto em questão já havia passado por aqui, inclusive com alguns comentários, mas só há poucos dias começamos a "bater um papo" pela web. E era ele mesmo, Bruno D'Almeida, que naquela temporada correu na mesma equipe de Aroldo Bauermann nos Passats Hot-Car da Orloff.

Ainda estou recebendo informações sobre a trajetória do Bruno nas pistas, por isso hoje vamos contar mais sobre a participação dele na equipe Orloff em 1982. Durante a próxima semana voltaremos a 1972, ano de estreia dele nas pistas.

Bom, agora passo o teclado ao Bruno, que nos escreve direto de Recife - PE.

"Em Dezembro de 1981 foi a ultima corrida da TEG (Turismo Especial Gaúcho). O Aroldo Bauermann me chamou e perguntou se eu queria pilotar um carro da equipe Orloff que ele ia fazer para 1982. Disse sim na hora e acertamos tudo que eu iria para a fábrica do Orestes Berta cuidar dos motores e caixas de câmbio. Passei cinco meses em Alta Gracia, vinha só para correr e voltava. Conseguimos tirar 198 HP dos motores de 1600 cc, um ótimo câmbio. Usávamos amortecedores Fric-hot argentinos, e outras "cositas mas". O resto era com o Emir, Edson e o Jorge Martinewski. O Jorge fazia manutenção dos motores no Brasil e o Emir e Edson o resto do carro.

O Berta veio um final de semana para ver uma corrida da equipe e acabou ficando lá em casa. Na primeira corrida da equipe realizada em duas baterias em Tarumã fiz a classificação e fiquei com o quarto tempo, a pedido do Emir, para não alertar ninguém. Rsrsrs. Nem o próprio Aroldo, pois eu treinava no autódromo Oscar Cabalen em Córdoba, assim acertando o carro. Já o Aroldo ficava em Porto Alegre, por isso eu conhecia o carro melhor do que ele.

Na largada já peguei a ponta e consegui tirar uma reta em sete voltas do segundo lugar, que era o Pedro Grendene, quando o pneu dianteiro dechapou na saída da curva do Laço. Para época era um temporal, pois virava 1min15s por volta. Sem dúvida o melhor carro que já pilotei na minha vida.

Na segunda bateria larguei em vigésimo lugar, e na nona volta já estava em primeiro lugar, assim vencendo a bateria. Quem venceu a corrida foi o "Boquinha" Pegoraro na soma dos tempos. O carro era tão bom que para ver se saia um pouco de traseira, tivemos que usar rodas mais largas na dianteira e mais finas na traseira.

A próxima corrida foi em Guaporé, a qual é a foto da curva 2 no desafio da semana no seu blog. A neblina era uma pegadinha, pois o cimento levantava quando passávamos e parecia uma neblina rsrsrs. Largamos na frente, então eu era o primeiro a passar e acabava levantando aquela "poeira" toda. Andei na frente até a décima volta, quando quebrou a embreagem e voltei a pé para o box.....


A terceira corrida foi em São Paulo pelo campeonato brasileiro de Hot-Car. O "Pinduca" (Aroldo Bauermann) era o máximo, pois deu uma exagerada e levou a equipe inteira para o Makisoud Plaza. Ele tirou em terceiro lugar e eu acabei ficando em quinto, visto que rodei depois de levar um totó na traseira. Mas isso é coisa de carreira.

A corrida seguinte foi no Rio de Janeiro pelo Campeonato Brasileiro também. Novamente o "Pinduca" deu uma exageradinha e nos levou para o Copacabana Palace. O quarto dele virado para a piscina (esse era o grande Pinduca!). Eu vim direto de Alta Gracia para a corrida, mas somente ele pilotou, tirando terceiro lugar. Um pena, pois o carro estava perfeito. Quando chegou no box, fui olhar a espia do conta giros Smith e estava em 9000 RPMs. Perguntei "O que é isso Aroldo?" e ele me respondeu rindo: "Alguma errada de marcha".

Na quinta corrida foram os 500 km de Tarumã, que o Aroldo e o Vitor Mottin correram. Eu fui morar em Campo Grande e o Aroldo acabou mudando de categoria e parou na F2. No ano seguinte, voltei a correr no Rio de Janeiro pela equipe Eternity, chefiada por Arturo Fernandes."


Legal demais a participação do Bruno aqui no blog e de cara com essas histórias da época do Hot Car. Lembro muito bem dos carros da Orloff, que junto com os da Cautol, Grendene, Carro do Povo, faziam a festa da turma em Tarumã e Guaporé.

Em breve continuaremos com mais dos relatos dele.

Fonte da imagem: arquivo Bruno D'Almeida.

5 comentários:

Anônimo disse...

Ôi
Lá da arquibancada naturaldo Tala Larga ou na curva do Laço, assisti belos pegas do Bruno, contra Rosito, Rosenberg, Janjão e outras feras que mandavam muito bem na boa e velha D3. O fusca preto dele era dos mais bonitos.
Abç
Júlio

Niltão Amaral disse...

Que histórias! Muito legal. Pô, Passatinho virando 15 em Tarumã é temporal até hoje. Se eu virar 20 hj já to pulando de faceiro, hehehe.

Uma dúvida para o Bruno responder: qual era o comando e carburação que usavam nesta época? Aliás, aproveitar para convidá-lo a conhecer o Blog do Passatão, endereço abaixo.

Abraço,
Niltão Amaral.
Passat #8 - Fórmula Classic RS
http://blogdopassatao.blogspot.com

bruno dalmeida disse...

Niltao e Leo
Pista de alta igual Taruma usavamos Berta 4 caburacao webber 44 horizontais com os manifolds menores porque da mais giros mas nunca esquecendo do escapamento maravilhoso feito pelo HORTZ ja as pistas mais travadas usavamos um comando do shirik nao sei se esta certo o nome posso ter errado alguma letra de 318 graus ele vendia com o conjunto de molas junto e trocavamos para um manifolds mais longo para dar torke em baixa ,se quiseres eu te falo como montava desde o bloco ate as flautas dos webbers tudo que usavamos. um abracao

AROLDO BAUERMANN disse...

BRUNO GRANDE PILOTO AMIGO , FOI UM GRANDE PARCEIRO NA MINHA EQUIPE ABRAÇO AROLDO BAUERMANN

Bruno dalmeida disse...

Grande Aroldo
Saudades tuas dentro e fora das pistas pela nossa longa amizade, qualquer coisa que precisares brunoabdalmeida@hotmail.com ,um abracao.