Afonso estava dando uma desgarrada, a exemplo dos outros aí abaixo. Desta vez ele aparece na pista, liderando o pelotão.
Pouco sei sobre a trajetória de Afonso Iglesias no automobilismo. Ele tinha mais dois irmãos que também pilotavam. Nelson já havia competido no início dos anos 60. Ivan, começara mais ou menos na mesma época que Afonso.
Afonso teve poucos resultados expressivos na carreira, iniciada no final dos anos 60. Alguns registros encontrados mostram alguns bons resultados nas provas "200 km de Porto Alegre" com um 1093 em dupla com Luiz Fernando Andreatta em 1968, "300 km de Passo Fundo" também com mesmo carro no mesmo ano. Nas provas Vale do Rio das Antas e no Circuito Encosta da Serra, ambas em 1969, já aparecia com um Simca, sempre trazendo o número 84.
Com a inauguração do Tarumã, a Simca passou a competir no asfalto perfeito, como mostra a imagem abaixo, seguindo o Fusca de Rejany Franzen em 1971.
No ano seguinte, o #84 seria substituído pelo #85, tanto no Simca, quanto no Bino de Fórmula Ford. Abaixo Afonso aparece na saída do Tala, sendo seguido por Ricardo Trein.
O Simca seria aposentado logo após a prova de abertura do Campeonato Gaúcho de Divisão 3, quando Afonso se envolveu num dos maiores acidentes que Tarumã já viu. Logo após a largada da segunda bateria, a "Saboneteira" #13 do Élcio Prolo rodou entre as curvas 1 e 2 e ficou atravessada na pista. Afonso não conseguiu desviar e acertou o carro em cheio. Na sequência vieram mais 12 carros que também bateram.
O novo carro dos Iglesias foi um Opala, que foi preparado por ninguém menos do que Orestes Berta, na Argentina. Com o novo equipamento os Iglesias começaram a obter bons resultados. O carro era muito rápido. Não encontrei nenhum registro melhor do que esse aí abaixo, onde o #85 aparece em meio a outros competidores. Coincidência ou não, todos eles já foram retratados aqui, o Fusca #36 dos irmãos Echel, o #14 do "Sapinho", o Corcel #68 do Breno Job Freire e o Fusca #7 do Arnaldo Fossá. Se alguém tiver algum registro melhor do Opala, me envie que publico.
Mas infelizmente a história dos Iglesias ficou marcada pela tragédia, quando o inesquecível acidente em 21 de Outubro de 1973 vitimou Ivan e o "Pedrinho" Pereira. Afonso era o piloto titular, mas uma hepatite o colocou no lado de dentro do box, cedendo a vaga ao irmão. Os Iglesias nunca mais voltaram a competir e o #85 entrava para a história do automobilismo gaúcho.
Fonte das imagens: arquivos Roger Franzen, Roberto Freire, Ricardo Trein e revista Quatro Rodas.
4 comentários:
Apenas para acrecentar que a primeira versão do Opala do Afonso feita pelo Berta tinha um motor 4 cilindros que andava junto com os 6 cilindros tupiniquins. Entusiasmado mandou fazer o 6 cilindros que na estréia envlveu-se no aciente que "cobrou pedágio" da vida dele e do Pedrinho Pereira.
Realmente aquela batida na 1 foi uma das maiores batidas que vi em Tarumã, com a poeira levantada pelo cimento ninguém via nada e só foram se acomodando na saboneteira do Damião que deve ter ficado menor que um Smart.
Chico Taquara
O 4 cilindros era realmente fantástico e, pelo que me lembro, a opção pelo 6 veio em função de uma sequência de quebras. Era um carro bem impressionante.
nossa! estou impressionado.. informações todas corretas, assim confirmou o meu pai "Afonso Iglesias" em breve mandarei os registros do Opala, tem 2 albuns da época que ele corria, e tb maiores informações contadas por ele.
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