terça-feira, 4 de dezembro de 2007

12 Horas de Tarumã - Contando os dias

Em 1992 as 12 Horas foram transferidas para o autódromo de Guaporé, já que Tarumã estava passando por reformas. Como era de se esperar o número de equipes inscritas ficou muito abaixo do que habitualmente se via em Tarumã. Apenas 19 carros largaram. Me lembro que havia mais um ou dois Opalas, mas não sei por qual motivo, eles acabaram não largando. Essa foi a primeira vez que meu tio corria as 12 e eu estava lá, ajudando no que podia.


Independente do lado que se está, seja dentro da pista, nos boxes, ou mesmo junto ao público, a largada das 12 é um momento de muita tensão. A noite, as inúmeras luzes dos carros e a quantidade de pessoas que ficam nos boxes, tendo em vista que é necessário ter uma equipe grande de pessoas para resistir à exaustiva maratona, acabam criando um clima de muita expectativa. Quando a largada é dada e os cronometros disparados, os giros dos motores e os batimentos cardíacos são colocados à prova e a injeção de combustível e adrenalina vão no limite.


E foi sob esse clima que aconteceu a largada daquela 12 Horas lá em Guaporé. Diferente do que vinha acontecendo em Tarumã, a largada foi dada com os carros alinhados 2 - 2. Na primeira fila estavam dois Opalas e em terceiro o Chevette #46 da dupla Rogério Pretto/Luciano Mottin.


O ronco dos motores foi ensurdecedor, já que eu estava na mureta e a mesma fica muito próxima e no mesmo nível da pista. Os 19 carros desceram a reta trocando posições e não se conseguia ver nada além daquele "clarão" criado pelos faróis dos carros.


Me lembro da expectativa de todos que estavam na mureta em ver a entrada dos carros na reta para completar a primeira volta, todos querendo garantir um lugar que oferecesse uma visão do que estava por surgir.


Eis então que presenciei um dos momentos mais incríveis das 12 Horas dos quais tenho lembrança: o Chevette #46, que era conduzido na largada pelo Rogério Pretto aparece na entrada da reta escapando de traseira - como ele bem gostava de "tocar" aquele carro - liderando a primeira volta, na frente dos dois Opalões que vinham babando atrás do "pequeno" Chevette. Alguns gritavam Incrível! Olhem lá! outros só gritavam, outros comemoravam, parecia que alguém tinha marcado um gol. Era a vitória de David contra Golias. Pelo menos na primeira volta...


É claro que o momento de glória do Chevette durou pouco. Ao final do retão ele já tinha sido superado pelos Opalas, mas já tinha deixado a sua marca e não fez feio. Conseguiu terminar a prova na quinta posição e terceiro na categoria. A vitória ficou com o Opala #5 do trio Carlinhos de Andrade/Paulo Bergamaschi/Victor Steyer.

A imagem abaixo mostra o Opala vencedor e o valente Chevette #46 durante disputa das 12 Horas de 1992.



Fonte da imagem: Jornal Pit Stop

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