terça-feira, 7 de setembro de 2010

Gostava tanto do meu Passat...

O post do Afonso Iglesias lembrou daquele acidente que envolveu 14 carros em 1972. Dias depois o assunto voltou quando publiquei uma imagem de mais um dos carros envolvidos, o Corcel #52 do Edson Brum. Naquele post o amigo e expert Luiz Borgmann deixou um comentário que reproduzo aqui.

"O saudoso João de Deus Selhane Costa, ou simplesmente João Selhane, ou o "Trovão", que era o administrador de Tarumã na época do acidente, mostrou-me certa vez o espelho traseiro (saia) da saboneteira do Elcio Damião Prolo, que ele tinha guardado de recuerdo. As marcas do bloco do motor, polia, etc, ficaram em alto relevo na peça, tamanha a pancada que levou na traseira. Também acidente similar teve o Passat do Luiz Carlos Paré Rodrigues em uma edição das 12 horas, talvez em 1997. O carro, conduzido pelo parceiro do Paré, apagou na curva 1 com a chave elétrica acidentalmente desligada e o carro ali ficou, no meio da pista, madrugadão. Na sequência da escuridão, veio a patota fazendo a tomada e o primeiro que chegou, deu uma cacetada tão grande na traseira do Passat que o monobloco encolheu meio metro. O Paré até hoje conta, "porra eu gostava tanto do meu Passat..." Alô Paré, aquele abraço!
Luiz Borgmann"


E vasculhando o baú do blog achei o tal do Passat, citado pelo Borg. A primeira imagem abaixo mostra ele em 1996, na prova 500 km de Tarumã, eu acho. Foi a prova de estreia do Tubarão I da Família Andrade, pilotado na prova pelo "Carlinhos" e pelo Vicente Daudt. Junto ao Passat aparece o Márcio Pimentel. É provável que eles tenham feito uma dupla. Aqui, como percebem, o carro ainda estava inteiro. Esse, mais o do Marcelo Vieira, pilotado naquela prova pelo Steyer e o Bresolin, eram os dois únicos Passats no estado, sobreviventes das provas da Hot Car, nos anos 80.


Agora, falando sobre as 12 Horas de 1997, vejam como ficou o que sobrou da barata do Paré. Que pancada. Me lembro que o piloto que guiava no momento do acidente também corria na Speed 1600. Lembrei do "Choka" ou do André da Silveira, mas não tenho certeza se realmente foi um deles. Foi difícil até colocar no reboque para levar ao ferro velho.


Mas o Paré era insistente e preparou outro Passat seguindo o bom e velho regulamento da Hot Car. Esse carro aí correu nas 12 Horas de 1999. Conseguem identificar a inscrição na tampa do cabeçote? Já dá uma ideia da força da caranga.


O Paré é uma figura folclórica do automobilismo gaúcho. Tem muitas histórias e pretendo um dia trazê-lo aqui no blog para dividir algumas com a turma. Não tenho muitas informações sobre sua trajetória nas pistas, mas ao que consta iniciou nos anos 80 na categoria Hot Car correndo com Fusca e Passat. Depois passou para a Speed 1600, onde foi um dos líderes da categoria. Correu também algumas provas do Regional de Turismo. Quando, já em meados dos anos 90, as provas de Força Livre/Endurance foram reeditadas, Paré tratou de alinhar suas relíquias para a alegria do público.

Abaixo vemos ele em disputa com o Paulo "Sabiá". Para quem não percebeu, essa pintura do Passat do Sabiá está hoje no Passatão da Classic dos amigos Niltão Amaral e Leo Tumelero.


Antes de encerrar o post, fiquei olhando a primeira imagem, do Passat do Paré e percebi grandes semelhanças com outro carro, pilotado pelo Cláudio Mueller e Odoaldo Aldado, nos 500 km de Tarumã de 1983. Vejam os detalhes da carroceria, a entrada de ar na dianteira ao centro, os ângulos do paralamas traseiro, tudo muito parecido. Seria o mesmo carro? Grandes chances.


Fonte das imagens: arquivo pessoal, arquivo Paulo Schoenardie - foto Vilsom Barbosa, arquivo Roberto Schmitz - jornal Zero Hora.

13 comentários:

Anônimo disse...

O Paré sempre gente boa,pessoa muito querida no meio do automobilismo,sempre,brigou muito pela Hot-Car!!!!saudades dos velhos tempos da Hot!!!!!

Paulo Schütz disse...

O piloto da speed a que te referiste, provavelmente seja o André da Silveira, se não me engano, sobrinho do Paré. Aquele carro do Odualdo, pertenceu à equipe Grendene, quando os carros eram preparados pelo Sanchão, posteriormente comprados pelo Odualdo e tiveram a preparação do Luís Tunning.

Francis Henrique Trennepohl disse...

Caraca, que bomba que ele levou!!!!!!!

Erlon Radl disse...

Era o Choka... ele contou que foi uma das coisas mais assustadoras que ele passou, pois o Passat-Roupeiro ficou parado no escuro até ser colhido por alguém. Pegou fogo na eletrica e ficou completamente no escuro, o Choka nos contou que nao sabia o que fazia, se descia ou ficava dentro do passat esperando o pior.

Niltão Amaral disse...

Muito legal!

Qualquer hora dessas quem sabe não transformamos nosso Passat num Divisão 3?!

Abraço,
Niltão Amaral.
Passat Canhão #8 - FClassic RS
http://blogdopassatao.blogspot.com

Carlos Giacomello disse...

Quem deu a pancada foi o nosso voyage, que naquele momento, estava fazendo a ultima volta antes de entrar no box para troca de piloto e reabastecimento. Quem pilotava naquele momento era o Alexandre Biasuz(Caxias do Sul), meu parceiro na endurance até 2007. Eu já estava de macacão, capacete, luvas etc... esperando o carro parar para entrar no meu turno. Eram 2 horas da manha. Ele disse que só sentiu a pancada, não viu nada. Meu pai(1932-2006) sempre que lembrava daquela prova, me gozava dizendo que nos uniformes que a equuipe fez, tinhamos que tirar o algarismo 1 e deixar apenas: "2 horas de taruma 1997". O Voyage foi cortado ao meio, e trocada toda dianteira e em 2001, quando éramos vice lideres do campeonato gaucho de endurance, o mesmo Alexandre capotou ele 9 vezes entre a 1 e a 2. Reativamos o Escort e conseguimos manter a vice liderança até o fim. O Voyage foi refeito novamente e venceu a primeira prova do brasileiro de endurance de 2008. Como não estava inscrito no brasileiro, as glórias ficaram com o Airton Diehl. Ele foi usado em todo o campeonato de 2008 e, foi vice campeão mais uma vez. Hoje está guardado na garagem do Alexandre, ainda funcionando.

Leandro Sanco disse...

Olha aí, Borg! De uma lembrança tua, já levantamos bastante informação, não é mesmo? Eu achei a foto do carro, o Schutz disse que o Passat tinha sido da equipe Grendene, o Erlon confirmou que foi o "Choka" que estava na boléia e o Giacomello disse que foi o carro da equipe dele que encheu a traseira do pobre e indefeso Passat. Puxa...

Ô Giacomello, e esse Voyage aí? Quantas vidas ele tem, tchê?! Caramba...

Carlos Giacomello disse...

Sanco
antes deste acidente com o Paré ele ja tinha sofrido outro(antes de eu me juntar com o Alexandre Biasuz e o Norberto Vebber, donos do carro) e também tinha sido cortado ao meio. Quando ele deu os nove tombos, eles queriam mandar pro ferro velho, mas eu achei que ainda dava pra consertar. Levamos quase cinco anos fazendo aos poucos mas já na reestreia ele venceu a etapa do brasileiro. É muito bom o carro, tanto que o escort, mesmo com mais cavalaria e melhor de chão, nunca atingiu os tempos que o voyage virava.

Erlon Radl disse...

Eu acho que tenho um DVD com as campotagens do Voyage... loucura mesmo!

Carlos Giacomello disse...

Foi em setembro de 2001. Não lembro o dia, mas foi numa etapa do gaucho de endurance daquele ano. Um detalhe que me escapou. Ele tinha sido vendido no sábado para um piloto que fechou o negocio e esperava receber logo após a prova. Infelizmente, devido a problemas de ultima hora, não foi possivel entregar a mercadoria cfe prometido.

Anônimo disse...

Obrigado por Blog intiresny

Thiarles Yan disse...

tem alguma foto do joao de deus selhane costa?

Anônimo disse...

joao selhane foi uma cara muito especial uma pessoa espetacular um bom homem com um coraçao enorme esteja na terra ou no ceu fique com deus.