sábado, 12 de dezembro de 2009

Tinha um eucalipto no meio do caminho

Hoje é dia de 12 Horas de Tarumã. A maior e mais tradicional prova automobilistica gaúcha. O último Desafio já entrava no clima da prova, trazendo um registro de uma das primeiras disputas, no distante 1968, quando ainda tomavam conta das ruas de Porto Alegre, no Circuito Cavalhada - Vila Nova. Em meio a alguns eucaliptos, repousava um DKW bastante contorcido, sinal de que alguma coisa dera errado. E deu mesmo.


O carro era do nosso grande "Chico" Feoli, que fazia sua estreia naquela prova em dupla com outro grande, seu amigo Roberto Giordani. A dupla vinha fazendo uma boa prova. "Chico", se não me engano, liderava sua categoria já na parte da manhã.



Tudo ia bem até que o Fusca #29 da dupla Wilson Drago e Ênio Sandler, tendo este último ao volante, se aproximou de Feoli e os dois carros ficaram lado a lado por algum tempo, indo juntos em direção à curva dos eucaliptos. A chuva fina que acompanhou praticamente toda a prova se fazia presente naquele momento, o que deixava o piso bastante escorregadio. Nenhum dos dois queria ser deixado para trás e na aproximação da curva ambos partiram para o tudo ou nada, deixando para frear no último instante. Os dois carros derraparam mas em momento algum houve toque entre eles. Os pilotos seguraram no braço o que puderam.

A sorte naquele dia estava ao lado de Sandler, que conseguiu endireitar o Fusca e seguir em frente. Já o nosso amigo Feoli levou a pior. E que pior. Ao sair da pista foi em direção aos famosos eucaliptos e entrou com tudo no meio deles. O que poderia ter se transformado em um grave acidente, não passou apenas de um grande susto para o piloto, pois o carro não bateu de frente. Mas mesmo assim, o estrago no famoso DKW foi forte, impossibilitando que o carrinho retornasse às competições.


As 12 Horas as vezes reservam algumas surpresas ingratas aos competidores e não perdoam erros. Hoje à meia noite aproximadamente uma centena de pilotos estarão ajudando a escrever a história da 34ª edição da prova, enfrentando todos os desafios dessa grande corrida. Que venham as 12 Horas!

Fonte das imagens: arquivo Francisco Feoli.

Um comentário:

Roberto Giordani. disse...

Olá amigos do blog!
Na realidade esquecemos de dar este detalhe ao Sanco para que publicasse: este DKW que tem o nº 99 na porta é na realidade o meu vermelhão 88 que trocamos o número, pois naquela ocasião era a viatura melhor equipada entre as duas( 88 e 99 )para umas 12 Horas.
Fomos para aquelas 12 Horas em uma disputa sádia com o 9 do Heinz Iwers e Jan Balder, que na realidade havia outra competição sádia entre o Horst Dierks, nosso preparador, e o seu tio Karl Iwers;pelas características das duplas de cada carro, planejamos os turnos de pilotagem para eu enfrentar o Heinz e o Chico enfrentar o Balder.
Mantínhamos uma discreta posição logo atrás( uns 200 metros) na mesma volta e quando entravam no Box para troca de piloto e abastecimento, nós entrávamos na volta seguinte, mantendo assim o planejamento, desde a largada; a intenção era deixar para a última hora de corrida a decisão da vitória que ficaria Chico Feoli X Balder. Assim foi até as 11 horas de corrida; faltando uma hora para o final, o Chico recebeu instrução para a tocada final e era o que estava fazendo, quando ultrapassou o Enio Sandler( que era de outra categoria), que acredito não tenha aceito a ultrapassagem e partiram para uma disputa inútil, que terminou no acidente das fotos.
Era tamanha a diferença que o 9 e o 99 tinham na categoria, mesmo que tenhamos parado pelo acidente e a corrida seguiu por mais uma hora, ainda findamos em 4º na categoria, uma volta atrás(a nossa ficou incompleta)atrás do 3º que era o DKW do Tchéia(Edson Soares de Brun)também nosso amigo da época e até hoje nos Jurássicos.
O 88 foi recuperado e no ano seguinte fazia aquela espetacular média de 141,7 Km/h na reinauguração da Estrada da Produção;terminou sua brilhante carreira em disputas acirradas com o Corcel 30 do Décio Michel, que depois foi trazido para a oficina do Horst onde foi desenvolvido.
É isto aí, meus amigos; mais uma história das 12 Horas. Até mais à noite em Taruma para a edição deste ano.
Roberto Giordani.