terça-feira, 12 de outubro de 2010

Fala, Paulo

Há alguns dias o Portal Maxicar publicou uma entrevista com o amigo Paulo Trevisan, ele mesmo que aparece aí embaixo acelerando um kart numa prova em Passo Fundo, 1971.


Paulo respondeu a várias perguntas, dando detalhes sobre o novo Museu que está em construção, falou sobre dificuldades e alegrias vividas ao longo de vários anos dedicados ao resgate e preservação da memória do automobilismo nacional.

Se o Paulo passar por aqui, gostaria de saber dele se o coração dói muito ao ver outras pessoas acelerando seus bólidos na pista. Eu não teria a mesma coragem dele...

Não percam a entrevista. Vale a pena!

Fonte da imagem: arquivo Maxicar.

16 comentários:

Carlos Giacomello disse...

Numa das perguntas, foi questionado o que está sendo feito pelas equipes atuais. Ele está bem decepcionado.Nossa equipe, apesar de nada representar no cenario gaucho possui todos, eu disse, todos, os carros usados desde o seu inicio em 1993. Estão guardados no estado em que participaram da ultima prova, e aos poucos sendo restaurados. Já fizemos isto com o Chevette, agora é a vez do Opala e no final será a vez do Escort. No futuro faremos isto com a Fórmula e o MRX que estamos usando. Se todos fossem assim, o Paulo teria que comprar Passo Fundo para fazer um museu e guardar todos os carros. O que mais se ve no nosso meio é o descarte dos carros que ficam obsoletos pois invariavelemte são sucateados. Temos grandes pilotos atuais que não tem nenhum carro guardado, mesmo os que lhes deram tantas vitórias. Parabéns Paulo pela solitária iniciativa.

João Cesar Santos disse...

Corrida de kart na chuva e com pneu slick ? Os caras tem coragem. Quando tinha o indoor aqui em Soledade, uma vez resolvemos molhar uma 'entrada' de curva para trazer novas emoções... foi um deus nos acuda... Parabéns ao Paulo Trevisan, a entevistas foi muito boa, esclaredora. Aproveito o post para lançar um desafio ao Sanco no qual o Paulo vai poder ajudar. Sanco, fala sobre um piloto que era daqui de Soledade, o 'Bodinho' Freitas, tá lançado o desafio.

Anônimo disse...

A foto de kart da 1ªcorrida em P.Fundo foi no inicio de 72 e eu tinha 21 anos;slick era sabão mesmo.A foto que eu mandei com 16 anos era com o Dauphine 61 que eu vivia em cima e fazendo curva de levantar roda,mas ficou trocada.Em 1969/70 andava de Fusca em Km de arrancada inclusive aí em Soledade João Cesar.A história do Bodinho é antológica mas a maioria não saberá identificar.Não tenho o menor ciúme dos carros do Museu andar nas mãos de convidados;quero que eles afinem. Sempre defendi que carro de corrida é para dar pau!Até resquícios de pista lhe dão charme.Claro temos de saber para quem por causa das responsabilidades. Guardar e restaurar como o Giacomello é caso raro.Parabéns.PAULO TREVISAN

Francis Henrique Trennepohl disse...

O Paulo é um grande exemplo, e apesar de não gostar, merece sim ser reverenciado.
Sobre o comentário do Carlos, só podemos parabenizá-lo, pois TODOS deveriam fazer a mesma coisa.
Vocês não fazem idéia a quantidade de pilotos aqui em SC que jogou no lixo (eu disse: JOGOU NO LIXO!) tudo o que tinha de fotos, vídeos, reportagens, troféus, etc., só porque parou de correr.
Digo isso porque corri (e corro) atrás de todos pra colher material pro blog, então estou falando com conhecimento de causa.
Infelizmente os brasileiros (a maioria, e graças a Deus não é o nosso caso) tem a memória curta e não valoriza a história.
Talvez o melhor exemplo disso esteja na política, onde os safados 'estupram' a população hoje e amanhã são reeleitos e carregados nos braços da gentalha...
Abraços e nunca é demais dizer duas palavrinhas pro Paulo Afonso Trevisan: PARA BÉNS! hehehe

PS: Perceberam que o 11 acompanha o Paulo já tem muito tempo.

Julio Cesar Gaudioso disse...

Alguns de nossos pilotos/preparadores tem, muitas vezes por necessidade econômica, o costume de canibalizar o veículo anterior para obter componentes para o veículo seguinte. Como aquele fica invariávelmente feio, acabam não dando o devido valor. Teve gente que até destruiu (picou inteiramente) fórmula 1 histórico -Brabham do Piquet-para arrancar alguns componentes. E achar isso uma demonstração de competência.

Claudio Ceregatti disse...

Sanco, essa entrevista foi histórica...
Típico do amigo.
Franco, transparente, sem meias palavras, direto ao ponto.
Nenhuma pergunta sem resposta, inclusive mais de uma tendenciosa, ou no mínimo venenosa... leia lá e repare.
Mesmo assim, falou tudo, até o que ninguem precisava saber.
Mesmo assim, foi lá e disse.


Muito bom que assim seja, pois todos sabemos que quanto maior o sucesso, ainda maior a inveja e maledicencia gratuita.
Então uma boa parcela dos tais "donos da verdade" que leram a entrevista, uma hora dessas param pra pensar, afinal...
Se por escrito o cidadão escancara e encara, imaginem só pessoalmente...
Ótimo, pois assim os próximos da fila nem tentarão vomitar as barbaridades que os anteriores disseram.
Abração a voce, amigo Sanco.
Tenho escrito pouco, bem sei. Mas não deixo de passar aqui pelo teu espaço, cada vez mais rico.

Niltão Amaral disse...

"Sempre defendi que carro de corrida é para dar pau!"

Esse é o Trevisan! Jamais esquecerei esta frase que ele disse num discurso numa visita de 2005 que fiz ao museu, participando do meu 1o Rally Internacional do Classic Car Club.

Abraço,
Niltão.

luiz borgmann disse...

Alô amigos,
Parabenizo o Paulo Trevisan pela aquisição do chassi 001 do FVee. Por outro lado, aproveitando os comentários, gostaria de saber se o protótipo Omelete do Vianei Pereira ainda existe, aquele é raridade.
luiz borgmann

Leandro Sanco disse...

Borg,

O "Omelete" (mistura de Omega com Chevette) do Vianei foi bastante modificado para sua segunda participação e não ficou tão interessante quanto a primeira versão. Acho que correu mais uma ou duas provas. Me lembro de ver o carro num canto de uma borracharia na avenida que leva ao Parque dos Anjos, em Gravataí.

Um abraço,
Sanco

Leandro Sanco disse...

Alô, João!

O Bodinho, ao qual tu te referes, seria o Alilio de Freitas?

Ele já foi citado por aqui algumas vezes, na época em que participou do Torneio Passat, Hot Car e Regional de Turismo.

Nesta última categoria, há uma imagem de um Passat preparado por
Antônio de Lima Magri da Mecânica Magri, que talvez seja a mesma que hoje dá um trato no Passat do Trevisan.

Era esse, João?

Abraço,
Sanco

João Cesar Santos disse...

Sanco, acredito que é esse o cara, pois o Magri que tá dando um 'apoio' no Passat do Trevisan era o que preparava para o Bodinho... O Trevisan poderá confirmar... Vou pesquisar no blog, provavelmente foi postagem anteriores a minha participação no blog

Anônimo disse...

MUITA COISA BOA E INTELIGENTE para abordar!O Gaudioso foi preciso e realista no triste destino dos carros,a canibalização.A gente tende a tripudiar "não guardaram os carros".Na prática,diria 99% foi isso mesmo:desmonte p/acertos complicados,devolução de componentes,torração para fazer caixa e pagar contas,desvios misteriosos,destinação p/outros carros de corrida;e achando banal.O prodigioso Ceregatti sabe que estamos metidos em ninho de cobra criada.Que existem ranços, disputas de beleza e ou de viabilização pessoal,tribos numerosas,regionalismos babacas, repercussões da parte histórica na gestão do automobilismo(sim começou a ser respeitada e não apenas tratada como hobby de maluco e exóticos).Claro,nenhum de nós é santo.As coleções mais graúdas dando guinadas e tentando se adequar aos conceitos internacionais crescentes onde os carros esportivos e de corrida estão crescendo de forma avassaladora,e por aí vai...Nesse caso específico,e você sabe,às vezes se precisa dar uma cacetada(mesmo se expondo)para matar uns 5 coelhos simultaneamente.O bom vivant Abilio Félix de Freitas(Bodinho) de Soledade e o Vitor que morava em V.Aires eram dois botas de respeito.O segundo no sentido literal porque acreditem se quiser correu de Simca no Tarumã em 1971 com botas de gaúcho!O Bodinho(que comentava-se gastou fortunas em campos e gado na vida);andava muito e onde dava na telha,sem preocupar-se com campeonatos.Teve uma Lorena preta demoníaca nos KM de arrancada.O genial preparador Magri,que eu sou fã incondicional, surgiu de lá.(vocês viram Niltão/Tumelero que em nov/2009 quando fiz um motorzinho básico-que dormia e acordava afinado-com o homem comecei a andar até em 2º na geral na Classic? Vocês tem os Sabiás mas se um dia nos defrontarmos novamente vou pedir pro homem reforçar o veneno!).Finalizando minha encheção de linguiça eu vou dizer para o Giacomello que quem está guardando seus carros de corrida terá sua história preservada. Dentro do futuro Museu,se deus quiser, teremos a cada 3 meses eventos adicionais quando ficará por 10 dias aberto ao público,e teremos um grande evento paralelo e exposições adicionais.Quem sabe uma dessas não seria os "Carros e Trajetória dos Giacomello" ? PAULO TREVISAN

Carlos Giacomello disse...

Trevisan
Se um dia nós tivermos a honra de fazermos uma exposição dos nossos carros e da nossa (pequena e pouco importante)história no teu museu vamos nos considerar mais do que recompensados por tudo o que fizemos silenciosa e desinteressadamente pelo automobilismo gaúcho. Nosso interesse na guarda dos carros, fotos, troféus etc... foi unica e exclusivamente para mostrar aos nossos filhos e netos que é possivel realizar sonhos, e eles não precisarão sair à procura de carros iguais para fazer uma réplica. Eles terão os originais.

Claudio Ceregatti disse...

Prodigioso, Paulo?
Nem tanto, Mestre... Nem tanto...

"...única e exclusivamente para mostrar aos nossos filhos e netos que é possivel realizar sonhos...
Sensacional, Giacomello.
O que de mais caro temos: Filhos, netos e sonhos.

Por isso adoro a República do Rio Grande. Terra povoada de gente que sonha e realiza.

luiz borgmann disse...

O amigo Trevisan se refere ao Abilio de Freitas...não seria o Alilio? Um abraço
luiz borgmann

Anônimo disse...

Atendendo o Borgmann fui dar uma olhada na pasta 1971.Numa edição da Folha da Manhã aparecia o nome de Alílio,mas nas demais edições sempre é Abilio Félix de Freitas na cat.Novatos.Nos anos seguintes volta e meia participava(VW,Corcel) e o irmão dele nos Opala. O Bodinho foi meu colega de aula no primário do Colégio São José em Soledade.PAULO TREVISAN