Pelo que consta, "Chico" começou no kart, acho que lá por 81. A influência do irmão mais velho Carlos Alberto Kuenzer, que na década de 70 pilotou na Divisão 1, era nítida. Andar sempre no limite era hábito.
"Chico" chegou a obter um título de campeão gaúcho de kart na categoria Standard, mas não tenho a informação precisa do ano. Naquela época, em que o kart reunia também os pilotos que já competiam no Turismo ou Monopostos, e quando havia a rivalidade entre as equipes - principalmente Cautol x Carro do Povo - "Chico" já estampava o número 25 em seu kart. Não sei se já contei isso aqui, mas foi por causa dele que o meu kart também tinha o #25 e ainda hoje é o meu favorito.
Encontrei, em meio a várias colaborações, algumas imagens da época do kart. A primeira é da prova 200 km deTarumã em 1981, quando chegou em terceiro lugar fazendo dupla com "Neco"Fornari (ao volante). As duas seguintes são do arquivo do Giancarlo Gasparotto (de macacão vermelho) em 82, quando "Chico" defendia a Cautol.
A passagem para os carros deve ter acontecido ainda em 82, quando iniciou na Copa Chevette com o Chevette amarelo, personagem do Desafio desta semana. Aquela prova era válida pelo Brasileiro de Marcas e Pilotos e "Chico" dividiu a pilotagem com Renato Lermen e João Sant'Anna, com quem correu durante vários anos. Ainda na Copa Chevette conquistou sua primeira vitória em Tarumã. Na imagem abaixo de 83, "Chico", ainda na fase de aprendizado, é ultrapassado por fora, na chuva, pelo amigo Ronaldo Nique na curva do Tala.
"Chico" e João formaram uma dupla e estrearam no Regional de Turismo, três anos depois, correndo com um Passat. Acho que foi com esse carro e nessa categoria que aconteceu uma história muito engraçada com o piloto. Foi em Guaporé e "Chico" faria o último turno de pilotagem. Durante a parada, o pessoal do box não fechou o capô adequadamente e ao voltar para a pista ele começou a abrir. Ficou assim um bom tempo, porém quando faltavam apenas quatro voltas para o término o capô abriu de vez, ficando sobre o para brisas, impedindo a visão do piloto. Ele não diminuiu o ritmo e nem fez sinal de que iria parar, simplesmente soltou o cinto de segurança e se abaixou para poder enxergar entre o pouco espaço que havia entre o painel e o capô. Dizem que ainda chegou em segundo lugar. Se é verídico não sei, mas tem bem o estilo dele.
Em 1986 "Chico", sempre no Regional de Turismo, correu de Chevette com João Araújo e também de Fiat 147 com Jovenal da Silva. No ano seguinte fez dupla com Eduardo Fagundes em um Uno e de cara venceram a prova de abertura em Tarumã. Depois retomou a parceria com João Araújo, vencendo também uma prova na metade do campeonato com um Chevette Hatch.
Em 1988 iniciou o campeonato com um Uno em dupla com Amadeo Moeller e encerrou com um Chevette, vencendo as 6 Horas de Guaporé ao lado de Evaldo Quadrado e "Toni" Martins.
"Chico" sempre teve dificuldades de se manter em uma mesma equipe em função de seu orçamento, que nunca foi dos melhores. Muito do que conquistou foi graças ao seu arrojo e coragem na pilotagem de um carro de corrida. Em 1989 não foi muito diferente. Fez dupla com mais de um piloto, principalmente seus velhos parceiros "Neco" Fornari e João Sant'Anna, sempre com Chevette.
Acredito que desde que iniciou no automobilismo "Chico" não passou uma temporada sem ter ao menos conquistado uma vitória. Ele também é um dos pilotos com o maior número de poles na história do Regional de Turismo/Gaúcho de Marcas.
Amanhã continuo com essa história do "Bird Clemente dos pampas". Será que posso chamá-lo assim? Acho que sim, pois se tinha um cara que sabia como atravessar uma barata nas curvas, ser rápido e levantar a torcida, tudo isso ao mesmo tempo, esse era o "Chico Bala".
Fonte das imagens: aquivo Giancarlo Gasparotto, Roberto Lacombe, Ricardo Trein, Ronaldo Nique, Júlio Cordeiro e jornal Esporte Motor.
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12 comentários:
A estréia do Chico nos carros, pelo que lembro, aconteceu em Guaporé, com um chevette emprestado e ele venceu a prova.
Quem deve saber bem quando foi, e de quem era o chavette, é o Rogério Taxa, saiu da oficina dele.
Vai contar como ele "arrumava" dinheiro para correr?
Conheço algumas do que os caras faziam pra arrumar dinheiro pra correr ... Que até Deus duvida , são impublicáveis Tá loco ...KKKKKKK
Era ele q mexia com carro roubado??
Eu era pequeno na epoca e nao lembro bem.
Tchê!
Fazia horas que tava esperando por esse post...
Show de bola.
ae felipe.
não vale a pena trazer para a retrospectiva do chico uma situação inusitada que ocorreu. isso aqui não é revista "contigo" e o nome do chico sempre será lembrado pelo que ele foi (ou aida é) nas pistas. além de ótimo piloto, uma pessoa espetacular. nunca mecheu com carro roubado. ocorreu que um cliente deixou um carro "com problemas" na oficina do chico, situação esta que ocorre muito no meio.
conheci melhor o chico na oportunidade em que ele andava com o adriano baldo. os dois guiavam muito e não havia box mais divertido.
acho que, de todos os tempos, foi uma das duplas mais arrojadas da história do automobilismo gaucho. o problema era o carro aguentar (os dois eram muito lima)
Quando o Uno 64 pilotado por "Chico Bala" , o "Negócinho" Fagundes, e preparado pelo Diógenes Pereira, venceu na prova de abertura da temporada do Campeonato Regional de Turismo em 1987,todos ficaram de queixo caído. Temos que considerar que o Uno 64 tinha em torno de 20 cv's à menos e apesar de ter 60kg menos, dava show, especialmente em Tarumã, onde é uma pista de alta velocidade, e onde o que mais conta é um motor que atinga altas rotações e um piloto arrojado.Eu conheci três pilotos que eram especialistas em dar show com Fiat;
além do Luiz Carlos Kuenzer, eram o Antonio Miguel Fornari e o Evaldo Rui Quadrado.
Amigos, o Paulo Rotta entendeu a proposta desses posts sobre o Chico.
Sabemos que infelizmente ocorreu esse problema, mas o que tento, ou melhor, venho tentando fazer desde que o blog foi ao ar há pouco mais de um ano, é uma espécie de pequena homenagem aqueles que acredito serem os maiores responsáveis por essa minha inesgotável paixão, os pilotos.
Respeito os comentários de todos, mas o posicionamento do blog é de não discutir essas questões que foram colocadas.
Pra ser sincero pouco importa o que o fulano ou beltrano fizeram ou fazem fora da pista. A abrangência do blog termina nos portões de Tarumã, Guaporé e por aí vai.
Agradeço a todos pela participação e em especial ao Paulo Rotta que conseguiu dizer exatamente tudo isso que acabei de escrever.
Se eu pudesse e tivesse material para tal, essa homenagem ao Chico Bala duraria no mínimo uma semana.
A primeira coisa que me vem a mente quando falam no nome dele são as ultrapassagens em uma prova da Copa Fiat em 93 ou 94 quando ele venceu após fazer uma incrível recuperação e ultrapassar boa parte dos adversários por dentro da primeira perna do Tala, atirando a traseira daquele Fiat e enfiando o pé no acelerador ao mesmo tempo para não permitir o "x".
Outro momento igualmente inesquecível foi em um Torneio de Verão acho que lá por 93. era noite, estava chovendo e aquele Voyage cinza fazia a 1 completamente de lado pela parte de fora. Se alguém lembra naquela época ele usava um capacete com a pintura igual ao do Senna. Tudo a ver, não acham?
boa heitor.
acrescento aos pilotos que dão show de fiat:
eduardo negocinho fagundes
eduardo duda brigoni e
felipe kaki andrade
SHOW DE BOLA!!!
Muito Show de bola !
infelizmente hoje em dia o chico anda passando por difulcades financeiras, esperamos que ele melhore a situação e volte as pistas !
Vi muitas corridas do Chico Bala e o kra é fera. Andou, tb, de Uno na Copa Shell emparceria com Aroldo Bauermamm e, parece q chegaram em décimo no Rio. De qualquer forma, o kra andava sempre no limitte e foi uma pena ñ ter disputado um brasileiro completo pq ia dar pau em muito gente. Tb, acho q foi o unico q andou d chevette hacht, este feito plo Manivela. O kra é BOTA.
Tazio Nuvolari
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