sábado, 24 de abril de 2010

Ou tudo ou nada

O último Desafio trouxe os Opalões de volta ao blog. A imagem mostrava o Opala #20 descendo em direção ao Tala Larga, numa prova de 1993. O carro era do piloto de Montenegro, Volmar da Silva, que naquele ano fez dupla com o piloto que estava ao volante naquele momento, o paulista José Renato Bocardi. O Carlos Giacomello citou os dois e o "Né" também pode ser considerado acertador do Desafio. Vai aqui o abraço a eles e a todos que participaram.

Pelo que consta José Renato Bocardi morava em São Paulo e vinha para o Rio Grande do Sul apenas nos finais de semana de corrida. As corridas dos Opalas integravam o Racing Show, onde também corriam os Fuscas, Fiats e Marcas. As disputas entre os Opalas eram sempre um bom espetáculo. Naquela época nomes como Darci Marini, Alexandro Cioato, "Carlinhos" Andrade, Sérgio Pereira, os irmãos Heinen e Eduardo de Freitas eram alguns dos mais expressivos, mas a lista é grande e precisaria de uma consulta mais aprofundada para não deixar ninguém de fora.

Enquanto a turma se degladiava lá na frente, José Renato se divertia com seu Opala branco com total ausência de patrocínios, andando na "manha" para não quebrar a barata. Assim foi por algum tempo, mas não seria para sempre.

O paulista entraria de vez na história do automobilismo gaúcho quando em Dezembro de 1994 se inscreveu num dos dois Aldee que vieram de São Paulo para participar das tradicionais 12 Horas de Tarumã. Foi a primeira vez que o público gaúcho viu aqueles carros de perto. O #10 era pilotado por Walter Soldan e Luiz Carlos Ribas. Foi o pole position e era também o favorito à vitória. Até a volta 78, Soldan liderou com muita vantagem, mostrando o potencial da novidade. Depois teve problemas no motor e caiu várias posições. O #11 trazia o nome de Bocardi junto dos pilotos Gilceu Turra e Joel Castilhos. A tocada limpa dos três, associada à ausência de problemas mecânicos, colocou o trio na liderança da prova com 105 voltas, ainda na madrugada. A parada de box o fez perder algumas posições, mas na 144 reassumiu para não mais largar, ficando até a volta 521, estabelecendo um novo recorde da prova até então. Esse recorde permaneceu até 2001.

Em entrevista ao jornal Esporte Motor após a bandeirada, Bocardi disse: "é fantástico vencer uma prova dessas. Montamos um super esquema para vencer esta corrida, estava convicto de que era tudo ou nada. Ou ganhava essa, ou não ganhava mais".

Depois dessa prova não lembro de ver Bocardi acelerando por aqui novamente, mas como disse, seu nome já fazia parte da história da famosa prova e do automobilismo gaúcho.




Fonte das imagens: jornal Zero Hora e revista Auto Esporte.