sábado, 11 de outubro de 2008

O maior destaque daquela prova

O último Desafio foi um dos mais movimentados. É nítido que o pessoal que por aqui passa se entusiasma quando o assunto é Fórmula 2.

Bom, tivemos três acertadores, o Mestre Paulo Schutz (para variar...), o Caranguejo de Bagé e o Pandini, portanto o piloto era mesmo o Aroldo Bauermann. O ano era 1986.

Eu ainda tenho uma dúvida. Esse carro realmente correu na prova de Tarumã? Em 1985 o Aroldo estava mais dedicado à Fórmula Ford, mas na etapa de Tarumã alugou um Berta-Renault de uma equipe argentina, porém, como naquele ano havia pré-classificação, ele acabou ficando de fora. Para 86 a idéia foi a mesma, manter as atenções na Fórmula Ford e alugar um F2 para as etapas que passassem por aqui. A equipe patrocinada pela JPS, correu apenas em 1986, portanto o que pode ter acontecido é ele ter ficado de fora nesta prova também. Se alguém souber mais algum detalhe, conte aqui. Aroldo teve uma longa trajetória no automobilismo e a partir de hoje tentar vou fazer um resumo de sua carreira.

Aroldo Erni Bauermann começou no automobilismo em 1973, fazendo a escola de pilotagem do Mestre Cláudio Mueller. Sua estréia oficial seria em 1974, nos 500 km de Tarumã - aquela prova do protesto na qual os pilotos correram a pé - ao lado do piloto Vitor Mottin no Fusca #70 da Comauto de Montenegro. O #70 o acompanharia em boa parte da carreira.



Em 1975, ainda em dupla com Mottin, o piloto venceu provas importantes e tradicionais como os 500 km de Tarumã (vejam as três imagens abaixo) e os 500 km de Rivera, no Uruguai. Naquele mesmo ano disputou as 12 Horas de Tarumã em um Chevette ao lado de Luiz Gustavo Tarragô de Oliveira e Luiz Diniz Vianna.

Para o ano seguinte Aroldo apostou em uma Brasília para competir no Brasileiro de Divisão 3 e após bons resultados ficou com o vice-campeonato. Junto com o piloto Olavo Wagner, competiu com um Dodge Polara (imagem abaixo) nas 6 Horas de Tarumã, chegando em sexto na sua categoria. Ainda naquele ano teve uma de suas mais destacadas e inusitadas atuações. Foi nas 12 Horas - na verdade foram apenas quatro horas - prova válida pelo Brasileiro de Divisão 1.

O piloto estava no autódromo para assistir a competição, entretanto foi surpreendido por um convite de última hora. O piloto de Taquara, Carlos Alberto Petry, estava à procura de um parceiro, pois o Paulo Hoerlle, que dividiria a pilotagem do Passat #18, sofrera queimaduras no rosto, em função de uma mangueira de água - muito quente - que escapara, durante a troca de um motor, atingindo seu rosto. Hoerlle foi impedido de correr pelos médicos e Aroldo aceitou o convite de Petry, demonstrando suas qualidades ao assumir a pilotagem na metade da prova.

Aroldo surpreendeu a todos, melhorando seus tempos volta a volta até chegar no 1min32s, média que manteve até o final, levando o #18 para a liderança de sua categoria ao clarear do dia, recebendo a bandeirada sob grandes aplausos. Aroldo foi assim, o maior destaque daquela corrida.


Em 1977, além de algumas participações em provas de kart, como a da imagem abaixo, disputada em Cachoeira do Sul, Aroldo continuou com sua Brasília preparada pelo Romeu na Divisão 3. Entretanto a Divisão 1, dos carros com menor nível de preparação começava a despertar o interesse das fábricas e das equipes. Assim, para 1978, Aroldo partiu para a equipe Carro do Povo que correria com Passats nas provas do gaúcho e do brasileiro. Após duelos com João Antônio Rebechi, Roberto Lahude, Leonel Friedrich, entre outros pilotos, Aroldo, que contava com a preparação impecável de Ivan Hoerlle, conquistou o título do torneio gaúcho. Por pouco não repetiu o feito em 1979, ficando com o vice no regional, atrás apenas de Raffaele Rosito.


Em breve retomarei essa retrospectiva, entrando nos anos 80. Não percam.

Fonte das imagens: http://www.bauermannracing.com.br/, revista Auto Esporte - arquivo Roberto Schmitz, arquivo Joel Echel e revista Pódium Graphic - arquivo Família Tróglio.

5 comentários:

Anônimo disse...

A foto de kart é de Cachoeira do Sul em 1977 o 70 é o Aroldo Bauermann e o pole 7 é o Ricardo Baldino. Preparador era o Araújo ´´by arara``. O Araújo naquela época tomava tanto vinho, que o lacre de chumbo das tampas das garrafas ele usava para fazer lastro no kart do Aroldo que era mais leve. Cada usina que o Arara fez. Onde tu andas Araújo?

Anônimo disse...

Grande Baldino, posta as tuas fotos aí!

Lacombe

Leandro Sanco disse...

Ricardo,
Entre em contato para que todos saibam da tua trajetória no automobilismo.

L-A. Pandini disse...

Sanco, os carros JPS começaram a correr no final de 1985, não sei em qual prova. Talvez já na de Guaporé.

Anônimo disse...

Muito bom seu blog, achei esse artigo bem legal, vou até por algo em meu trabalho de escola sobre a cidade valew

www.santacruzvirtual.com.br