quarta-feira, 22 de outubro de 2008

As botas brancas e a moto destruída pelo fogo

Todo piloto, mesmo o dos bons, sempre tem um ídolo, ou outro piloto que serve como fonte de inspiração. O Ronaldo Nique admirava muito o venezuelano Johnny Cecotto, campeão mundial nos anos 70. A inspiração se dava em pequenos detalhes. Como as botas, por exemplo.

"O Cecotto usava botas brancas. Se ele usava, eu tinha de usar também, por isso eu mesmo pintei as minhas de branco, como as dele", me disse ele. Vejam abaixo.

Aproveitando o assunto, e já que estamos em 1979, o Luiz Borgmann lembrou que nesse ano aconteceu um acidente com o Nique, no qual a sua moto foi consumida pelo fogo. Foi mais ou menos assim que aconteceu:

Na segunda volta da segunda bateria da categoria 125cc, Ronaldo Nique entra mal na curva do Laço e cai. A moto #53 da equipe Motozuki, arrasta alguns metros e incendeia. Nique liderava a prova e enquanto sua máquina era destruída, protestava desesperado contra os organizadores da prova, pela deficiência e má localização dos extintores de incêndio.

Nique tinha demonstrado, ao completar a primeira volta, que estava decidido a recuperar a liderança perdida para Rubem Di Giácomo, Yamaha #96 da Equipe Unificado, na primeira bateria. Mas, logo após ultrapassar Di Giácomo, Nique não conseguiu fazer o câmbio ("a caixa trancou", diria ele mais tarde) e com a roda presa ele entrou na curva do Laço. Caiu e com o atrito, incendiou a gasolina. O sinalizador correu com um extintor, que o próprio Nique tentou usar, mas em vão.

Em seguida outros sinalizadores chegaram ao local, carregando cinco extintores de 25 kg, em uma camioneta e até mesmo moto. Mas foi tarde demais, não conseguiram evitar a destruição total da máquina. Nique ficou segurando o extintor que, segundo ele, estava vazio. E desesperado, anunciava que iria processar os organizadores. Ele chegou a levar o extintor que marcava que estava vazio, sem ter sido usado, como prova do seu desespero.

A moto, por incrível que pareça, foi recuperada e com ela, Nique conquistou o título gaúcho daquele ano.

Fonte das imagens: arquivo Ronaldo Nique.

3 comentários:

Anônimo disse...

Ôi
Belas fotos. Ralmente o Cecotto era o ídolo da época, pois corria no Brasil de vez em quando, era latino-americano e destronou o Agostine na categoria 350cc, que era a principal. Outro piloto que correu no campeonato gaúcho e brasileiro na 50cc - equipe Motoryama-, o Paulista(não sei o nome) tinha um capacete igual ao do Cecotto, pintado por ele mesmo, já que era bem fácil de copiar.
Abs
Júlio

roger disse...

E sobre o Rubem?
-Alguém sabe onde anda?
Pilotou muito no seu ínicio de carreira...

Anônimo disse...

ME VISITOU A UNS 90 DIAS
E DONO DA METALURGICA RUBRO, QUE ERDOU DO PAI ,SEU RUBENS, FANATICO POR MOTO VELOCIDADE
ENTUSIASTA E GRANDE PESSOA QUE INFELIZMENTE PARA NOS JA SE FOI
TINA GRANDE AMIZADE POR ELE
ABÇ
NIQUE