Em 1983, com o início do Brasileiro de Marcas e Pilotos, foi grande a movimentação entre fábricas, equipes e pilotos para fazer parte daquela competição. Os grids, já na primeira prova, disputada em São Paulo, eram consideráveis e por onde a caravana passava, motivava a pilotada local a inscrever seus bólidos para as provas que, na época, eram de longa duração.
Pois foi na quinta e penúltima etapa, disputada em Tarumã, que o Ronaldo Nique, o então líder da Copa Chevette, decidiu colocar seu carro na competição. Nos boxes, o Chevette chamava a atenção de todos. O modelo 1973, mal pintado, que fora um táxi e que por algum tempo repousou em um ferro-velho, tinha um motor que fora retirado de uma Marajó com cerca de 68.000 km rodados. O "Diko" colocou o motor na barata e com apenas alguns acertos, o carro foi para a pista, vencendo a etapa da Copa Chevette regional pouco tempo antes. E em meio às equipes de fábrica, a surpresa. Nos treinos livres de sexta-feira, em meio a outros 44 carros, o Chevette #53 fez o segundo tempo com 1m24s37, sendo superado apenas pelo Fiat de Attila Sipos, que estreava um carro novo.
Esse fato fora suficiente para transformar o pobre carrinho em estrela do final de semana, ganhando destaque em todos os jornais que cobriram a prova na época. Alguns títulos das matérias diziam assim:
Por se tratar de uma prova longa, Ronaldo conseguiu fechar uma dupla com ninguém menos do que Luis Alberto Ribeiro de Castro, o "Castrinho", assim o ex-táxi, seria pilotado por dois "botas", capazes de fazer frente a qualquer esquema de ponta. Logo após assistir a volta voadora do Chevette, "Castrinho" dizia não acreditar no que tinha visto e passou a se entusiasmar com o carro assim que o tempo foi confirmado pela cronometragem.
Apesar de virar um "temporal" nos treinos, a regra da competição reservava os primeiros lugares no grid para os carros que participavam regularmente do campeonato, sendo assim, a dupla largaria no meio do pelotão.
Dada a largada, o #53, vinha ganhando posições até que com algumas horas de prova aconteceu uma quebra em um componente da suspensão na sáída da curva 1 e o carro bateu e capotou. "Castrinho" estava ao volante, mas nada sofreu.
O Chevette "Maluco" encerrava aí a sua história no Brasileiro de Marcas, mas já tinha deixado a sua marca na história.
Fonte das imagens: jornal Esporte Motor, arquivo Ronaldo Nique.
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2 comentários:
Coisa linda o grid da primeira foto!!!
Abraço,
Rodrigo Ribas
Conheço os construtores do chevette maluco, inclusive tenho fotos da preparação.
Se quiser publicar no blog entre em contato
Abraço!!!!
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