terça-feira, 21 de outubro de 2008

Correndo no limite

Recentemente contei um pouco sobre a trejatória do Ronaldo Nique aqui no Blog. Tudo o que publiquei foi resultado de uma pesquisa feita nos arquivos pessoais. Foi possível ter apenas uma idéia e, é claro, nada se compara a estar ao lado de um cara como ele e ouvir seus "causos", enquanto se vê seus álbuns de fotografias, que qualquer pessoa que já acelerou um dia, tem muito bem guardado.

Como falei no último sábado, tive a chance de fazer uma visita à oficina dele e ficamos conversando - eu mais ouvindo - algum tempo.

Ao começar a ver o primeiro álbum, apareceram as fotos do seu ano de estréia, 1975, e ele logo tratou de contar como foi a sua primeira participação nas competições.

Ronaldo, então com 17 anos, foi acompanhar um amigo até Lageado e assistir uma prova de motocross. Havia vagas para pilotos estreantes e entusiasmado pelos amigos, resolveu se inscrever com uma moto emprestada. Resultado: chegou em casa com o troféu do primeiro colocado e a motivação para continuar. Foi o quarto na geral.

Quando se inscreveu para uma etapa do gaúcho de motovelocidade, uma semana depois, esbarrou na idade: faltava-lhe a autorização do pai, que só permitiu o cross, por julgá-lo menos perigoso. Mas a vontade de Nique era disputar velocidade. Assim não teve outra alternativa: no documento assinado e reconhecido pelo pai, ele tratou de acrescentar uma frase a mais que lhe garantia a presença. É claro que Ibraim Gonçalves, na época Presidente da Federação Gaúcha de Automobilismo, já sabia da manobra, mas diante da insistência e da vontado do guri, cedeu.

No seu estilo bastante agressivo, porém, ele apavorou todo mundo nos treinos de sábado, em Tarumã. Uma reunião foi organizada. Resultado: Nique havia sido suspenso antes mesmo de estrear. No domingo, enquanto todos os pilotos se preparavam para a largada, Nique aguardava, sem ser notado pela direção da prova, junto aos boxes. Dada a largada, ele ligou a moto, mas viu que a saída dos boxes estava fechada. O jeito, então, foi acessar a pista pela entrada dos boxes (!). Ele deu a volta e ainda passou pelas costas do Ibraim que acabara de dar a bandeirada da largada. O piloto saiu alucinado com sua moto e rapidamente alcançou os demais concorrentes, passando na primeira volta numa incrível segunda posição (!!). O motor da moto era um foguete, mas a inexperiência do jovem piloto, não considerou que um "canhão" daqueles não aguentaria muito. Correndo as primeiras voltas no limite, o motor quebrou logo em seguida e o piloto sabia que não poderia aparecer nos boxes. O jeito então foi encostar na curva do Tala, onde alguns amigos ergueram as cercas para que ele e a moto passassem por baixo.

O Ibraim estava furioso com o piloto e sabendo da quebra, entrou com seu Fusca na pista e ficou dando voltas procurando o "fugitivo".

Ele me disse que ainda hoje, quando os dois se encontram dão boas risadas sobre esse episódio.

Abaixo uma série de imagens, gentilmente cedidas pelo próprio Nique. Elas estão em ordem cronológica e começo com o ano de estréia, encerrando em 1979. A última mostra um protótipo da categoria 125 cc Especial, que utilizava peças de motos Honda, Yamaha e Suzuki, construído por "Nenê" Lobato, mecânico que o acompanhou em toda a sua carreira nas duas rodas. Com essa moto, Nique registrou o recorde para as 125 cc em Tarumã, com o tempo de 1min23s3, mesmo tempo obtido pelo piloto Otávio Miller.


Assim que possível, mais histórias do Ronaldo Nique.

Fonte das imagens: arquivo Ronaldo Nique.

6 comentários:

Anônimo disse...

Aí Sanco
Essa é prá matá os veinho de saudade dessas corridas. Acho que identifiquei alguns personagens e motos.
1a.Yamaha 200cc 2 cilindros?
2a. Honda 50cc;
3a. Nique no alto do podium com Mauro Sujeira a direita, ao fundo de barba e óculos escuro o Alemão da Torpedo, que correu na 1a. prova de cross em Alvorada com MX125,
4a. e 5a. Honda 50cc?
6a. Yamaha TZ 350
7a. Yamaha 200cc?
8a.e 9a. Honda 125cc da loja Motonda (a minha predileta, pois tinha um ronco que parecia um V8);
10a. o 96 parece o Rubem DiGiacomo com uma Yamaha 100cc;
11a.essa eu nunca ví, mas como vc falou é um protótipo. Me corrijam...
Abs
Júlio

Leandro Sanco disse...

Bah, Júlio. As únicas que tenho certeza, são a 1ª (200cc) a 7ª (campeonato brasileiro de 77)e a 10ª (Rubem Di Giacomo).
Fala aí, Nique!

Anônimo disse...

Em uma destas motos do Ronaldo eu e lel fizemos uma rabeta para o banco com um cosole do cambio de ym opala 74 e levamos a moto para o Tarumã dentro do chevette da mãe do Ronaldo tirando obanco dianteiro eu , ele e o sue Silva que saudades.

GORDO CESAR

Marco Queiroz disse...

Pede pro Nique contar das botas brancas(que ele pintou para ficarem parecidas com as do Cecotto...)

Anônimo disse...

E sobre o Ronaldo Nique Tem muito mais ,pede a ele para contar uma corrida em Rivera que a gente foi com um fusca do Pastor Daltro do Colegio Batista com a moto no bagageiro é claro que o dono do carro (PASTOR) não sabia desta viagem com o carro dele, eramos 04 Eu, Emilio,Seu Silva e é claro RONALDO NIQUE.

Gordo Cesar.

Anônimo disse...

DESCULPEM O ATRASO DA AJUDA!
1º RD 200 MINHA EM MINHA ESTREIA 1975
2º CB 125 S DA MOTONDA PREPARADA PELO SUECO
3ºNO PODIUM NIQUE, MAURO,O 3º NÃO LEMBRO O NOME
DE COSTAS O JOEL DA MOTORYAMA
ATRAS DE MIM A MÃE DO MORONGUINHO(FERA DO MOTOCROSS)E NA ESQUERDA DE BARBA O JAVINHA DA TORPEDO
4º HONDA 125 S FEITA PELO SUECO
5º COM A BANDEIRA O FRANK DA MOTONDA
6º UMA TR3 350 QUE TIVE
7ºRD 125 FEITA PELO MEU AMIGO VICENTE PARLATO O VIÇA QUE GOSTAVA DE UM 2 TEMPOS FIZ 4º NUM BRASILEIRO E FIZEMOS A MOTO DE SEXTA PARA SABADO
8] A 125 S DA MOTONDA
9º PROTOTIPO YAMAHA 125 DO TANIGAWA DO GIACOMO A DO ATILIO E A MINHA 125 PROTOTIPO MOTOZUKY DO NENE LOBATO
ABÇ
NIQUE