sábado, 25 de julho de 2009

Gaúcho na Jim Russell

Há duas semanas tive uma grata surpresa durante os preparativos para entrar no ar no programa Bate Roda lá na Band AM. Conversando com o Oscar Moreira, na porta do estúdio, questionei quem mais estaria no programa e ele respondeu que o Luiz Fernando Cruz já estava chegando. Fiquei muito feliz com a notícia, já que estava tentando um contato com ele há algum tempo.

Mais feliz ainda fiquei ao saber que o Cruz já tinha sido avisado da minha presença e havia preparado um extenso material para publicar aqui no blog. Ele levou num pen drive praticamente toda a sua história no automobilismo.

Admiro muito o Cruz, pois ele conseguiu se destacar não apenas dentro das pistas e fez isso dentro e fora do Brasil. Histórias não faltam para esse grande piloto-engenheiro e como não podia deixar de ser, vou tentar contar um pouco da trajetória dele no esporte.

Luiz Fernando Cruz começou no kart em 1976 fazendo dupla com Jorge Fleck e já na terceira prova dele conquistou a sua primeira vitória nas 100 Milhas de Tarumã com o kart da imagem abaixo.


A seguir mais um registro daquele kart, agora em 1977, durante o Campeonato Brasileiro de Kart em Brasília.


Em 1978 Cruz decidiu que era hora de um voo mais alto. Com a ajuda da antiga PANAM, conseguiu patrocínio para chegar à Inglaterra e se inscreveu na Jim Russell Racing Drivers School, famosa escola de pilotagem por onde já haviam passado vários brasileiros, entre eles Emerson Fittipaldi e José Carlos Pace. Fiquei surpreso com essa informação e por isso achei que seria legal utilizar a imagem abaixo no último Desafio. Não sabia dessa tentativa do Cruz na Europa antes de 1987.


Com o carro acima, um Van Diemen, Cruz participou da prova com todos os alunos e venceu, mostrando que tinha talento para seguir em frente e conseguir um lugar em uma equipe. Apesar do bom desempenho, o piloto teve de voltar ao Brasil, pois precisaria de um bom patrocínio para continuar por lá. O sonho assim ficava adiado para mais tarde.

De volta ao Rio Grande do Sul, Cruz retornou para o kart e fez parceria com o piloto Alexandre Cabral que conseguiria o patrocínio do Jeans Lee para ambos. Naquela época a Gledson patrocinava praticamente todas as modalidades do esporte a motor no Brasil, kart, motos, fórmulas e carros de turismo e a Lee não queria ficar atrás. Esse encontro da Lee com Luiz Fernando Cruz seria fundamental para os anos que se seguiriam.

Abaixo um registro de uma prova em 1980 em Tarumã, quando Cruz bateu o recorde da pista para a categoria 125cc.

Agora mais uma imagem de Brasileiro, agora em Foz do Iguaçu, 1980.


Embora ele diga que a imagem abaixo não faça parte de sua carreira como piloto, não poderia deixar de fora sua participação na última etapa do Gaúcho de Fiat 147 de 1981. Vejam a "coragem" do piloto encarando de frente as telas de Guaporé.


No ano seguinte, Cruz deixaria seu nome registrado no Kartódromo de Tarumã com mais um recorde na categoria 125cc, desta vez no Panamericano.


Ainda em 1982 ele faria sua estreia nos monopostos, na Fórmula Ford, formando a Equipe Lee com Egon Herzfeldt. Sua primeira prova foi a terceira daquela temporada, disputada em Goiânia e de cara marcou o segundo tempo, atrás apenas de Egon que dominava naquele ano.



Nas imagens abaixo, pode-se ver cenas raras daquela temporada: alguém andando à frente de Egon. Na segunda, Cruz lidera, seguido de Egon, Maurizio Sala, Afonso Rangel e João Alfredo Ferreira.



Cruz venceu a última etapa do Gaúcho em Guaporé e conquistou o vice campeonato, atrás apenas de Egon.

Já naquele ano, Cruz começava a aplicar seus conhecimentos da Engenharia no chassi Bino de Fórmula Ford. Aquele seria só o primeiro. Muito mais ainda estava por vir.


Essa história continua em breve.

Fonte das imagens: arquivo Luiz Fernando Cruz e Anuário Fiat 1981.

2 comentários:

paulo rotta disse...

grande piloto, grande engenheiro e grande pessoa.

Anônimo disse...

Sanco:

Justa homenagem. Grande piloto, grande engenheiro, grande amigo e parceiro. Tive a felicidade de correr algumas provas com o Cruz. Baita cara ! Abraços,

Rodrigo Ribas