segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Opaleiros S.A.

Há alguns meses falamos do Cláudio Luz, grande preparador que teve um pouco da sua história contada aqui graças ao Marcos, filho dele, que gentilmente enviou material e ajudou a escrever a trajetória do pai no automobilismo gaúcho. Pois agora o Marcos entrou em contato novamente enviando mais imagens de um carro feito por ele, o do Rodyvan Moller, que também já apareceu por aqui, quando o Erlon Radl enviou alguns registros seus. As histórias agora se cruzam numa época sobre a qual não há, ou melhor, não havia registros aqui no blog, o reinicio do Campeonato Gaúcho de Opalas, em 1986.

Se voltarmos no tempo veremos que a categoria Opalas no Rio Grande do Sul demorou a "vingar" e se estabelecer como categoria forte do automobilismo local.

No início da década de 70 os Opalas competiam na Divisão 3 nas Classes C e D, dependendo da motorização. Naquele período os opaleiros gaúchos mais destacados eram Pedro Carneiro Pereira, José Asmuz, Ismael Chaves Barcellos, Maurício Rosemberg, Júlio Tedesco, os irmãos Iglesias, entre outros.

A partir de 1973 a Divisão 1 tomou força em todo o Brasil, mas o Opala encontrava um forte adversário pela frente, o Ford Maverick. Talvez esse tenha sido um dos motivadores para que os Opalas passassem a competir separadamente e pelo que consta, as primeiras provas foram realizadas em 1977.

No ano seguinte já eram fortes os rumores da criação da Stock Car nacional e no RS não era diferente. Mesmo assim, a denominação de Divisão 1 ainda permanecia em 78. Neste ano Júlio Tedesco se sagrou campeão e foi talvez o único piloto a representar o estado no Brasileiro de Stock Car em 1979. Contrariando o que se imaginava, não houve a disputa do Gaúcho da categoria neste ano, por falta de adeptos, pois muitos pilotos e equipes migravam para as categorias Fiat 147 e Passat que se tornavam febre em todo o Brasil.

Com o sucesso do Brasileiro de Stock Car, os Opalas voltavam a figurar nos grids de Tarumã e Guaporé, agora porém na categoria Estreantes e Novatos. Era o que faltava para finalmente formalizar a Stock Car regional, fato que foi realizado em 1981 tendo como principais pilotos João Clênio de Campos, Darci Benini, Antônio Jorge Schilling entre outros.

Quando tudo parecia se estabelecer, mais uma vez era anunciado o fim da categoria no final de 81. Por outro lado, a Stock Car nacional já era um sucesso e reunia muitos dos melhores pilotos brasileiros em atividade.

A Estreantes e Novatos teria mais uma vez papel fundamental para a realização do campeonato dos Opalas. A partir de 1984, alguns pilotos passaram a competir com esse modelo nesta categoria como por exemplo Eduardo de Freitas e Vianei Pereira. No ano seguinte haviam vários carros prontos para participar e foi em 1986 que finalmente o Gaúcho de Opalas foi regularizado. Começando com um grid modesto com cerca de 10 carros, a categoria chegou a quase 30 nos anos 90, quando houve a divisão entre os motores de quatro e seis cilindros.

O Gaúcho de Opalas durou até 1998. Neste ano a categoria Endurance/ Força Livre já atraia muitos pilotos e com o tempo os Opalas começaram a formar o mesmo grid desta. Alguns Opalas competiram até o início dos anos 2000.

A lista de pilotos que se destacaram nesta categoria entre 86 e 98 é grande. Citando alguns, lembro de Ewerton Guedes, Romaldo de Souza, Rodyvan Moller, Gentil Sonaglio, José Ferrari, César Mathias, Luiz Lazzari, Alexandro Cioato, Paulo Souza, Eduardo de Freitas, Darci Marini, Darci Benini, os irmãos Heinen, os irmãos Valentini, "Carlinhos" Andrade, Sérgio Pereira, "Betão" Machado, Vianei Pereira, Nelson Bazzo, Carlos Abreu, Ricardo Abreu, entre outros tantos.

Muitos "opaleiros" foram os responsáveis por formar os primeiros grids da Pickup Racing, destacando Nelson Bazzo, José Valentini, Eduardo de Freitas, os irmãos Heinen, além do antigo adepto dos Opalas e maior campeão da categoria até hoje, João Campos.

Fiquem agora com algumas imagens das primeiras provas da melhor fase (e mais longa) do Gaúcho de Opalas.












Fonte das imagens: arquivo Marcos Luz.

4 comentários:

carlos giacomello disse...

Depois de 6 anos no kartismo regional,nossa estréia do automobilismo gaucho aconteceu em 1993 com um opala comprado do Darcy "alemão" Benini.
Ficamos na categoria por 3 anos e em 1996 passamos para o gaúcho de marcas com um chevette. O opala está em fase final de restauração e ficará com a pintura e os patrocinadores iguais aos da primeira prova.Convivemos com todos os pilotos citados na matéria e felizmente fizemos muitas amizades, que duram até hoje.

TSM Motorsports disse...

Nossa que show como o Sanco mesmo sabe meu amor pelo opalas quando trabalhei em Caxias começei a gostar mais ainda pq muito cuidei e levei os carros 44-45 dos irmãos Heinen ..muito show

Unknown disse...

detalhe legal!!!

as corridas antigas os pilotos semprem levavam o nome da sua cidade nos carros!!! hoje em dia é muito dificil isso acontecer!!!



abraço

Luiz Sergio Jr

Niltão Amaral disse...

Aquele Opala com patrocínio CHAPARRAL eu lembro direitinho... bons tempos do automobilismo.

Lembrando que temos 2 Opalas correndo na Fórmula Classic, o do Giuliano Giacomazzi e o do Rodyvan Moller. Quem quiser conferir é só chegar mais cedo e ver nossa corrida preliminar das 12 Horas! hehehe!