A primeira etapa, disputada em Interlagos teve a vitória do Passat #6 de Paulo Gomes e Fabio Sotto Mayor e Tarumã seria o palco da segunda etapa. A Copa Shell movimentou Porto Alegre e arredores, levando um enorme público ao autódromo. Eu estava lá, posicionado na reta dos boxes, de onde se via uma parte da descida do Tala Larga.
Os gaúchos eram poucos no grid. A Rinaldi Racing alinhava um Voyage, com os pilotos Fábio Bertolucci e Amadeo Moeller. Outro Voyage era pilotado por Álvaro Torres Jr. e José Francisco Soares Bammann. Por fim, Aroldo Bauermann corria com um Uno ao lado do paulista Artur Bragantini.
24 carros estavam alinhados para aquela prova. O Passat #72 dos cariocas Andreas Mattheis e Ricardo Cosac foi o pole com o tempo de 1min17s064. Ao seu lado o Escort #47 de Ingo Hoffmann e Fábio Greco. Na segunda fila estavam o Passat #25 de Luiz Otávio Paternostro e Alexandre Negrão e o Voyage #2 de Amadeu Rodrigues e Paulo Quinan. Bertolucci largava da oitava posição com o tempo de 1min17s602.
O que se viu logo após a largada é a resposta do último Desafio, que a turma matou rápido. Cosac manteve a ponta, com Negrão e Amadeu logo atrás. Esses dois últimos fizeram a trajetória entre as curvas 1 e 2 lado a lado, com os carros se batendo. Ao saírem da 2, os carros se enroscaram e foram em linha reta, batendo no guard-rail posicionado pelo lado de fora da curva 3. Negrão bateu de frente e seu carro girou sobre seu próprio eixo. Amadeu bateu tão forte que seu carro passou por sobre o guard-rail caindo do outro lado da pista, na descida do Tala Larga. O Voyage #2 imediatamente pegou fogo, sendo completamente tomado pelas chamas. Amadeu conseguiu sair do carro pelo lado oposto ao do piloto, mas teve seu corpo bastante queimado. Logo que conseguiu sair, caiu no chão desmaiado, já um pouco afastado das chamas. Enquanto isso, da reta dos boxes, eu via aquela bola de fogo, sem entender nada do que estava acontecendo. Só após ver o guincho do Touring chegar aos boxes é que aqueles que estavam na reta compreenderam a situação.
Do carro não sobrou nada, como é possível ver pelas imagens abaixo. Por sorte, mais sorte do que juízo, é verdade, Amadeu se recuperou e voltou a competir tempos depois. Sorte, pois naquela prova o piloto corria sem luvas e com o macacão ligeiramente aberto, o que agravou sua situação. Se estive utilizando adequadamente toda a sua vestimenta, talvez as consequências ao simpático piloto, fossem minimizadas. Ficou a lição para os demais pilotos que na etapa seguinte em Cascavel estavam adequadamente trajados, em prol da segurança de todos.
De volta à corrida, a vitória na pista ficava com os gaúchos Bertolucci e Moeller, mas após a vistoria técnica, descobriu-se que o carro utilizava amortecedores argentinos, proibidos pelo regulamento. Assim, a vitória ia para Ingo Hoffmann e Fábio Greco do Escort #47.
Fonte das imagens: revista Grid, revista Auto Esporte e jornal Zero Hora.
Fonte das imagens: revista Grid, revista Auto Esporte e jornal Zero Hora.
8 comentários:
Época sensacional esta do Brasileiro de Marcas & Pilotos.
Isso não deveria ter acabado nunca!!!
Caro Leandro, fui ver o Amadeu no Hospital Albert Aistein, sua irmã permitiu que eu entrasse no quarto,ele estava numa espécie de balão e o corpo todo queimado, menos as mãos e rosto. Inconsciente não me viu, a cena era impressionante. Rezei por ele durante muito tempo, acho que um ano. Graças a Deus ele ficou bom e voltou a correr.
Abs
Rui
Outra coisa: 1min17s? Esses carros andavam de 1600 né? Slick? Que temporal, se conseguir botar o meu Passatinho a virar 20 já to faceiro, hehehe!
Eu estava no Tarumã neste dia vi todo o acidente e não concordo com a descrição apresentada, pelo que lembro, nitidamente, o Alexandre Negrão poderia ter evitado esta quase tragédia, ele empurrou o Voyage do Amadeu que estava atravessado na sua frente, pelo lado direito, não tirou o pé, e empurrou até o voyage sair da pista, na minha opinião ele foi mau caráter, no mínimo.
Assisti a etapa seguinte aqui em Cascavel e realmente só entrava na pista com a vestimenta completa, foi uma lição.
kra, eu estava assistindo essa corrida em cima da figueira na decida para o tala. Este é o melhor lugar (ou era) para assistir uma corrida em tarumã, pois só ñ há visão da reta, curva um, reta entre a um e a dois e a entrada da dois e, dependendo do mato, parte do tala. O tempo passa e a gente ñ tem mais as coisas tão claras como antes, mas o fato é q o Xandi, q é um baita bota, c escorou no Amadeu na três. O Xandy fez a dois por fora, lado a lado, porém Amadeu com meio carro ou pouco mais a frente. Na três, como Xandy estava escorado, sobrou pro Amadeu q bateu de frente na três e caiu do outro lado, na descida pro tala, já com o carro pegando fogo. Coisas de corrida. O q ñ é de corrida, é o fato de q o fiscal de pista estava de chinelo de dedo, camiseta de física e bermuda, além de q estava com a mão e o punho enfaixados!!!, ñ conseguindo acionar o extintor. Graças ao Castrinho q a coisa ñ foi pior pro Amadeu. Tremenda corrida com show do Amadeu Moller ou do Bertolucci na segunda bateria - ñ lembro mais - (q levaram um totó no inicio da corrida). Quando o carro do Amadeu caiu na descida pro tala, os kras passaram por ele uns d pé trancado, outros a meio gás gargarejando....Acho q eles estavam disputando entre o terceiro e quinto lugares na prova e ñ o segundo lugar. Foi um corridão, pena esse acidente. No final do ano teve outra etapa tb massa. O Anor foi outro q andou demais d uno com o Aroldo, nessa outra etapa etapa. Eu e um camarada tivemos q nos esconder para continuar naquele local. A galera da antiga sabe o q é assistir uma prova em cima da figueira. Ñ há como descrever!!!! Abração a todos
Eu tenho a revista Auto Esporte da época que conta a cobertura desta prova e faz uma menção especial a este acidente.
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