segunda-feira, 14 de abril de 2008

147 / 2 = 73,5

Na matemática o resultado é esse, mas na prática a divisão ao meio de um Fiat 147 foi um dos acidentes mais incríveis e assustadores da história do automobilismo gaúcho e por que não dizer brasileiro.

Conforme já tinha comentado, o protagonista deste episódio foi Evaldo Rui Quadrado e tal feito se deu no dia 07/11/1981, um Sábado, quando dos treinos classificatórios para a prova do dia seguinte que seria a primeira etapa do Campeonato Brasileiro Novotel de Fiat 147 daquele ano. Especificamente naquele ano, o campeonato nacional foi disputado em três etapas, no final do ano, após a conclusão dos campeonatos regionais. Além de Tarumã, Jacarépagua e Interlagos também viram as disputas dos Fiats.

Em Tarumã, 27 carros estavam inscritos e pilotos como os gaúchos Janjão Freire, Renato Conill, Antônio Fornari, além dos paulistas Áttila Sipos, Alexandre Negrão, Luis Paternostro entre tantos outros marcavam presença na pista gaúcha.

Pois na tarde de Sábado os pilotos buscavam o melhor tempo e Evaldo Quadrado era o terceiro mais rápido quando ao fechar mais uma volta, chegou muito rápido na curva 1, auxiliado pelo vácuo do piloto Luis Paternostro. No meio da curva, após perder o vácuo, o carro #15 ameaçou rodar. Na correção o carro "enveredou" em direção ao lago, na parte interna do circuito. Nova correção, porém desta vez o carro foi em direção ao guard-rail na parte externa, deslizando sobre o mesmo até bater em uma lâmina mais alta que acabou por cortar o Fiat de Quadrado ao meio.

A parte dianteira com o motor caiu no barranco para fora da pista. A parte traseira ficou sobre a pista. Entre os destroços e tubos dobrados do Santo Antônio estava o piloto, consciente, que foi imediatamente socorrido e levado ao Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre.

Evaldo Quadrado sofreu fratura dupla na perna esquerda, luxação e pequeno dano no ligamento da perna direita e fissura na clavícula esquerda além de ter mordido profundamente a língua. Os médicos do Hospital de Pronto Socorro decidiram, apenas por segurança, operá-lo a fim de verificar se não existia nenhuma hemorragia interna, nada de anormal sendo constatado. Esta foi a razão para os 16 pontos que tomou na barriga.

Quadrado chegou a pensar em abandonar as pistas devido ao grande susto, mas para a sorte dos amantes do automobilismo, até hoje é possível ver o "Professor" na ativa, seja como piloto ou mesmo como instrutor de pilotagem no autódromo de Tarumã.


Acima, algumas imagens do que sobrou do Fiat 147 de Quadrado e outra do piloto durante a recuperação no hospital.

Fonte das imagens: Anuário Fiat

2 comentários:

Mauricio Morais disse...

Que loucura meu amigo. Minha mulher tinha um 147 quando namorávamos. Dirigir aquilo era uma experiência não muito agradável, agora eu imagino sentar a bota num bicho como aquele...
Ainda bem que o Quadrado saiu ileso.
Sanco, meu amigo, vou começar a "trabalhar" no protótipo do Breno Fornari, agora vou precisar de sua ajuda e dos irmãos do sul para angariar fotos e matérias de revistas e jornal. Se puderes me ajudar ficarei grato.
Forte abraço, Maurício Morais.

Anônimo disse...

A vida definitivamente e'uma bençao. Porem ninguem morre de vespera. Um acidente terrivel,espetacular. Quem diria q a vida do Piloto seria preservada. O milagre
da vida. RubiaBrilhante