segunda-feira, 6 de abril de 2009

A aposentadoria da Simca

Com a inauguração de Tarumã a Simca de Breno Job Freire foi aposentada dando lugar a um Fusca. Com este Fusca, e com a preparação do inseparável e incansável Guime, concluiu a prova da Classe até 1300 cc, no histórico 08 de Novembro de 1970, na 6º colocação à frente de "Janjão" Freire com outro Fusca. "Janjão" ainda lembra da malandragem do "Breninho" sempre que saíam da curva 9: "o carro parecia de dava uns pulos para a frente. Ao final da prova fui perguntar ao Breno como ele fazia aquilo e então ele me contou que pisava e soltava rapidamente a embreagem, fazendo com que o motor aumentasse o giro."

Abaixo o registro daquele dia histórico. Logo atrás do Fusca #68 vai um Gordini, provavelmente do João Roberto Schimidt.


Do Fusca logo passou para o Corcel, na famosa Divisão 3 até 1300 cc . No começo, esta categoria permitia a utilização de componentes importados como comandos de válvulas, pneus, carburação, etc. "Breninho" não queria investir, então o máximo que conseguia era um 4º lugar, equipado com componentes nacionais, inclusive com pneus que eram muito inferiores. Quem não tinha pneus importados não tinha nenhuma chance.

Abaixo um enrosco na curva 2 de Tarumã em 1971 e na sequência uma imagem de 72.



Ainda em 72, Breno correu de "Saboneteira" nas 12 Horas com Élcio Prolo e Antônio Miranda (pai do famoso produtor musical "Gordo Miranda").


Com a mudança de regulamento, a Divisão 3 até 1300 cc passou a ser a sensação dos domingos. Os carros só poderiam ter equipamentos nacionais, então começaram a despontar pilotos que antes não tinham chances como Paulo Hoerlle, Mauricio Rosemberg e o próprio Breno que em 1973 acabou como vice-campeão, mesmo deixando de correr as últimas provas.

O preparador Guime tinha um time e tanto naquele ano. Dêem uma olhada na imagem abaixo.


Da esquerda para a direira: Antônio Miranda, Guime, Paulo Nienaber (Careca), Roberto Souza (sentado), Diamantino Souza (acima), Gê (irmão do Guime), "Breninho" e de bigode, Élcio Prolo.

Com o Corcel #71, "Breninho" proporcionou uma das melhores corridas que foram vistas em Tarumã em 1973: duas baterias eletrizantes com uma disputa entre Breno, Rosemberg e Paulo Hoerlle. Foi "paulera pura" com troca de posições volta a volta nas duas baterias. Breno acabou vencendo a prova.


Abaixo os três carros da mesma equipe, com desenhos iguais, mas com pinturas diferentes. Na ordem estão "Breninho" no #71, Diamantino Souza no #79 e Rui Souza no #75. Na sequência, mais um "pega" na curva 1 de Tarumã.



Foi com um Dodge 1800 cedido pela Chrysler (carro que estava sendo lançado naquele ano) que "Breninho" participou da primeira corrida da Divisão 1 em Tarumã em Setembro de 73, denominada 6 Horas de Tarumã. E o resultado não poderia ter sido melhor. Ao lado de Jorge Truda e Paulo Nienaber, ele venceu a prova na Classe B.

Poucos dias depois mais um desafio para Breno. Ele se juntou com Paulo Nienaber e Diamantino Souza no Corcel #79 nas 12 Horas de 73. O trio concluiu a prova na 10º colocação no geral e provavelmente 2º na categoria. Abaixo o Corcel aparece à esquerda da imagem ao lado do Opala #22 de Pedro Carneiro Pereira.


E foi justamente por causa da morte dos amigos "Pedrinho" e Ivan Iglesias, apenas duas semanas após aquelas 12 Horas que "Breninho" decidiu que era a hora de parar.

A história do Breno Job Freire nas pistas encerrava aí, mas eu tinha comentado no último post que ainda faltava publicar algumas curiosidades sobre aquela prova de Porto Alegre à Capão da Canoa em 68, bem como mais histórias sobre o Tio Guime. Pois vejam esse registro da Folha da Tarde.


Que barato! O Tio Guime era realmente um grande mecânico.

Bom, a homenagem foi curta, mas recheada de boas imagens e histórias. Tudo isso só foi possível graças ao Roberto Freire que nos últimos dias correu para mandar tudo a tempo de organizar e publicar para a apreciação de vocês.

Valeu, Roberto!

Fonte das imagens: arquivo Roberto Freire.

10 comentários:

paulo rotta disse...

ae sanco.
muito justa a homenagem ao "seu guime".
o título de "mecânico dos gauchos" era devido a seu enorme conhecimento, lealdade, dedicação e amor ao esporte automobilistico.
apesar de problemas de saúde, seu guime continuava a auxiliar na preparação dos carros de corrida em sua oficina, agora nas mãos de seu filho e piloto duda brigoni. este, 'puchou ao pai' no quesito dedicação e competência com que prepara carro de corrida.
saudoso guime.
todas as atitudes, palavras e atos utilizadas por este gênio eram eivadas de sabedoria.

Anônimo disse...

Aí Sanco
Esta série está tri. Lindas fotos. Assisti aqueles pegas entre os 2 corcéis e o fusca. Foram inesquecíveis. Os corcéis andavam mais nas retas e o fusca descontava nas curvas do Laço e as vezes ultrapassava no Tala. Grande pega.
ABs
Júlio

Coruja do Box disse...

Essas fotos antigas são incríveis

Anônimo disse...

Fotos sensacionais como sempre!
Na foto da "saboneteira" aparece o Aero Willys (talvez o único no Brasil)do Sady Abe.

Renato Pastro

Roger Franzen disse...

Sanco
Este seu blog esta cada vez melhor !
Ótimas fotos e grandes homenagens !
Parabéns !

eduardo brigoni disse...

Obrigado pela homenagem feita ao meu pai,fiquei muito emocionado,qualquer agradecimento e pouco diante desta linda materia.Um grande abraco pra ti e a todos que conheceram e admiravam meu pai!Valeu Eduardo Brigoni "duda".

Guaracy Costa disse...

Até eu aprendi muito com o seu Guime, ele nos ajudou muito na preparação do Uno 17, campeão da Copa Fiat em 1998, tendo como parceiro o proprio filho dele Duda Brigoni. È mais do que merecida a homenagem, também fiquei emocionado.
Um abraço a todos, Guaracy Costa

Unknown disse...

adorei a homenagem que fizeram para meu avô "Guime"fiquei emprecionada com lealdade , dedicação e a adoração que ele tinha pelo automobilismo.
realmente ele preparava carros muito bem , apesar de problemas de saúde não deixava de auxilhar na preparação de carros de corrida na sua oficina , que agora o filho e piloto duda brigoni assume , este puchou ao pai !

Anônimo disse...

JUSTA HOMENAGEM AO GUIME
A POUCO TEMPO CONVERSANDO COM O MAURO FREIRE FILHO DO BRENINHO, LEMBREI QUE ESTUDAVAMOS NO ROSARIO EU E O ROBERTO E EU FICAVA BABANDO QUANDO O BRENINHO IA BUSCAR NO COLEGIO COM A SINCA DE CANO RETO E REBAIXADA ERA DE MAIS
ABÇ
NIQUE

Diamantino José Machado de Souza disse...

Sanco,não podes imaginar a emoção que senti ao ver as reportagens e as fotos no teu Blog. Éramos uma turma e tanto, ou melhor, uma família. Era, realmente, uma curtição. Corríamos em Tarumã,( levávamos a famíla junto), nos reuníamos para o churrasquinho às quartas-feiras na oficina do "tio Guime", que além de preparar com responsabilidade e competência nossos carros, era um grande e leal amigo. Deixo aqui minha homenagem a essa pessoa maravilhosa, com quem tive o privilégio de conviver durante muitos anos.