Jorginho e o Corcel 79

O Jorge Cé Moreira, de Encantado, me enviou essas preciosidades, acompanhadas de um relato muito interessante, retratando exatamente o que era participar de uma prova da Estreantes e Novatos. A história se passou lá por Setembro ou Outubro de 1980.

Olhem que legal a história do Jorginho e da aventura com o seu Corcel.

Em 1980 eu tinha 24 anos, estudava Engenharia Civil na PUC em POA. O Corcel 79 era meu, usava para ir e vir todo fim de semana pra Encantado, quando fiquei sabendo que teria esta prova no Tarumã. Pensei: é nesta que eu vou... Duas semanas antes do dia da prova, na revenda Ford de Encantado, onde tinha muita amizade com o pessoal da oficina, fabricamos o Santo Antônio. O Corcel já era rebaixado e tivemos que prender as molas com cintas, com receio de que nas curvas elas poderiam sair do lugar. O meu Corcel era 1.4 original, e eu iria com ele assim mesmo. O ex-piloto Edésio Cé, que é meu tio, ficou sabendo e como ele tinha um Corcel 80 1.6, quase zero, recém amaciado, me ofereceu o motor para usar na corrida, sendo que a troca do motor foi feita no fim de semana anterior a prova. Com o Corcel pronto para a corrida, tive que ir rodando à POA e durante a semana ainda usava para ir à aula.

O treino para a prova era de somente 2 ou 3 voltas. A formação do grid era aleatória, colocaram nas primeiras posições, que eu me lembro, uma Brasilia com motorão 2.0 que era um canhão (do Matuzalem ou Morelato) e a seguir os Passats. Eu larguei quase no fim do grid, na 19º ou 20ª posição, conforme se vê numa foto, sendo que a corrida era de 10 ou 12 voltas. Mesmo assim consegui chegar em 6º ou 7° lugar. O meu pai, que também sempre foi aficcionado por esporte a motor, tendo participado de Km. de Arrancada, quando ficou sabendo que eu iria participar da corrida, não se opôs, mas deu o recado: "se tu bater este auto, ele vai ficar batido".

Mas durante a prova não houve nenhum toque e ficou tudo bem. Após a corrida, tinha que voltar à Encantado, para na segunda-feira tirar o Santo Antônio, devolver o motor emprestado e voltar para POA, para não faltar aula. Sendo que após a prova, quando passava pela Av. Ipiranga, o carro começou a falhar, sujeira no combustível. Isto atrasou nosso retorno. Quando chegou a noite, havia queimado o relé do alternador e a bateria não aguentou. Tive de fazer metade da viagem escondido atrás de caminhões, mas chegamos bem em Encantado, por volta das onze da noite.

Os patrocinadores da aventura foram a CEPROL, empresa do Edésio Cé, Cia de Automóveis Guido Cé, que era a revenda FORD de Encantado, Restaurante Prendaminha da Santana que o patrocínio foi em troco de uma janta para duas pessoas e FONTANA fábrica de sabonetes de Encantado que ajudou com o combustível.

O Jorge ainda lembra que contou com a ajuda do Marcelo Cé (aquele que botou a mão na graxa) e do Maurício (amigo do Paraná). Ele aproveitou e pediu se eu tinha informações sobre o resultado completo daquela prova. infelizmente não tenho, mas deve ter muita gente por aí que participou daqueles campeonatos que poderia ajudar.

As imagens: o Corcel "preparado" para a aventura, os cúmplices (Marcelo de jaqueta branca e vermelha), o piloto, os detalhes dos patrocinadores e fechando com uma imagem do grid de largada.

Que barato! Essa valeu a semana...