sábado, 17 de outubro de 2009

Aristides Bertuol

O último Desafio foi bem fácil, afinal aquele carro já havia aparecido por aqui, quando o Renato Pastro havia enviado um excelente material sobre a Prova Encosta da Serra de 1969. Tratava-se de Aristides Bertuol, um dos maiores pilotos gaúchos da história do automobilismo por essas bandas. Na última semana quem entrou em contato com o blog foi o Felipe Bertuol, neto de Aristides e filho de Paulo, três gerações da família de pilotos oriunda da cidade de Bento Gonçalves.

Após sugestão do também piloto da cidade Carlos Giacomello, Felipe mandou alguns dizeres e algumas imagens que reproduzo a partir de agora.

Aristides Bertuol, começou sua carreira no automobilismo em 1948, na Prova Copa Rio Grande do Sul. Ao todo participou de 46 provas. Sua primeira vitória foi em 1949, em Interlagos. Foi o vencedor da segunda edição das Mil Milhas Brasileiras ao lado de Orlando Menegaz, em 1957, sendo que na primeira edição, em 56, havia terminado em terceiro ao lado de Valdir Rebeschini.

Ainda em 57 conquistou seu primeiro título, o de Campeão Gaúcho de Carreteras Força Livre. Venceu várias provas em Interlagos e também no Uruguai. No II Grande Prêmio Getúlio Vargas de 1951, foi o segundo colocado no geral, vencendo a etapa Rio-São Paulo com o tempo de 2,56h, com média de 133 km/h. No circuito da Gávea de 1951 participou com uma Maseratti CLT 48 e com este carro venceu em Interlagos. Recentemente apareceu uma imagem desse modelo aqui, durante a visita ao Museu do Automobilismo Brasileiro em Passo Fundo. De acordo com a família Bertuol e também do próprio Paulo Trevisan, existe grande chance de o carro que hoje está no Museu ser o mesmo pilotado por Bertuol. Encerrou sua participação em provas de Carreteras em 1958, tendo após aquele ano participado apenas de mais duas edições das Mil Milhas com os pilotos Orlando Menegaz (11° em 1958) e José Asmuz (4° em 61). Depois de alguns anos de ausência, retornou ao automobilismo em 1969. No dia 11 de Maio, na prova Vale do Rio das Antas, registrou a primeira vitória do Chevrolet Opala em competições no Brasil. Neste ano sagrou-se novamente Campeão Gaúcho na categoria Força Livre, até 5000 cilindradas.

Bertuol foi um dos incentivadores da construção do Autódromo de Tarumã, mas não participou de nenhuma prova naquela pista. Faleceu em 1979, mas sua memória e suas passagens pelo automobilismo estão registradas de diversas formas, seja em livros, no kartódromo de Bento Gonçalves, que leva seu nome, mas também pelo filho Paulo que há pouco tempo ainda competia com um Opala e agora corre junto com Felipe, que juntos ainda hoje levam o #4 que marcou época com Aristides, em seu carro nas competições de Endurance.

Abaixo uma série de imagens de Bertuol nas competições.

Assim que possível, mais registros da carreira de Aristides Bertuol no automobilismo.

Valeu, Felipe!











Fonte das imagens: arquivo Felipe Bertuol e arquivo pessoal.

5 comentários:

Carlos Giacomello disse...

justa homenagem a um dos grandes pilotos do nosso estado. nunca escondi que ele foi meu idolo e referencia na paixão pelo automobilismo. obrigado Sanco pela divulgação de sua história.a familia Bertuol está resgatando o opala número 4, a exemplo do que fez com a carretera.

Anônimo disse...

Para acrescentar à brilhante trajetória do Aristides nas pistas temos que registrar que: Foi o primeiro a correr a vencer com Opala 6 cilindros provas oficiais no Brasil. Foi o primeiro a correr com motor Corvette comprovadamente no Brasil e trazido desmontado em 1956 pelo e por influência do Galvani piloto de carretera e da Varig ;isto porque havia quebrado o 6 cilindros com equipamento Wayne do Bertuol.A segunda leva de motores Corvette também foi primazia dos gaúchos e aconteceu através do Argemiro Pretto mas aí é outra história.Andou(e muito bem -no GP do Rio de Janeiro e em Interlagos)na Maserati 4CLT48 do Museu,situação que só esclareci totalmente há 2 anos e que compõe o book privado do carro.Enfim muito inovador e arrojado. PAULO TREVISAN

Roberto Giordani disse...

Após os comentários do Carlos e do Trevisan pouco existe a ser acrescentado.Na verdade pode-se ainda dizer que era muito atencioso com os pilotos mais jovens. A opção por motores Corvette também foi uma decisão arrojada, tomada com o auxílio do João Galvani.A potência destes V8 forçou inclusive a adoção de caixa de câmbio com 5 marchas de velocidade para aproveitamento total desta potência, isto sem falar dos freios, pois a velocidade final foi substancialmente aumentada.
Um grande abraço a todos.
Roberto Giordani.

Anônimo disse...

Quem trouxe o motor Corvette para o Aristides Bertuol foi o Gastão Werlang este sim piloto da Varig e não o Galvani(obrigado pela correção Leke).Foi indiscutivelmente o primeiro motor Corvette a chegar e correr no Brasil e em 1956.A segunda leva de 3 motores foi feita pelo Argemiro Pretto NO FINAL DE 1956 e aqui uso as fontes ímpares de Armando Burlamaque e Daniel Winik,que eram pessoas inseridas dentro do meio e vivendo no meio das carreteras e até pilotos. Aqui vai uma revelação absolutamente inédita que vou liberar. Os primeiros paulistas a correr com Corvette foram Luis Américo Margarido e Ciro Caires e apenas em junho de 1957.O Orlando Menegaz apesar de ter vencido as Mil Milhas na Chevrolet Corvette do Aristides e em dupla com ele já estava com sua barata com motor Corvette lá em SP em 1957 mas não correu com ela porque não estava bem acertada e ainda estava com o frágil câmbio da Chevrolet original.PAULO TREVISAN

Carlos Giacomello disse...

jesus cristo. só tem enciclopédia neste blog. como é gostoso chegar em casa a noite e ir direto pro blog do sanco e ler toda a história do nosso automobilismo em doses homeopáticas. parabéns a todos.