O último Desafio foi fácil. Luiz Carlos Silveira, o "Kamikase" como também era chamado, durante disputa da Fórmula Ford no ano de 1984, quando escreveu seu nome na história, sagrando-se Campeão Brasileiro daquela categoria, derrotando uma série de pilotos, tendo entre eles o então Campeão de 1983, João Alfredo Ferreira que buscava o bi-campeonato, disparando na liderança no início da temporada.
"Kamikase" chegou a estar em quinto no campeonato e surpreendeu a todos, conseguindo ótimos resultados como as vitórias em Brasília e Tarumã. Virou o jogo no final da temporada em Interlagos, prova vencida por Roque Bruxel. Além do título nacional, levou também o Campeonato Gaúcho, vencendo várias provas em Tarumã e Guaporé.
Sei muito pouco sobre a carreira deste piloto. Não há registro de que ele tenha permanecido na Fórmula Ford em 1985, mas sei que competiu no Regional de Turismo naquele com um Fiat 147 em dupla com Luiz Ernani Mello.
Depois de anos de ausência, participou da Copa Corsa em 1995, primeiro ano da categoria no estado. A ideia dos organizadores era montar um grid com vários campeões de diversos anos. Pelo menos naquela primeira prova em Guaporé me lembro de o ter visto. Acho que o número do seu carro era 44. Vou ver se encontro algum registro.
sábado, 31 de outubro de 2009
Gessy
Notícia triste informada pelo Mestre Paulo Schutz há alguns poucos minutos. Faleceu hoje às 6:00 um grande nome da história do automobilismo gaúcho: Gilberto Toffolli Culau, o "Gessy" como era conhecido. Pelo que consta, o ex-preparador estava com câncer há algum tempo.
A imagem abaixo estava guardada para ser publicada em breve, por causa do Desafio que ainda não foi ao ar, mas tudo bem. "Gessy", além de ter seu nome no vidro do #45 está ao centro, agachado entre outros nomes que vocês talvez reconheçam.
A imagem abaixo estava guardada para ser publicada em breve, por causa do Desafio que ainda não foi ao ar, mas tudo bem. "Gessy", além de ter seu nome no vidro do #45 está ao centro, agachado entre outros nomes que vocês talvez reconheçam.
Grande "Gessy".
Depois informo a fonte da imagem.
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Autorama de hoje em dia
Seguinte, pessoal. Recebi há pouco uma mensagem do blogueiro Tito que dizia o seguinte:
"Caro senhor - ou talvez possa chama-lo de amigo.
Apaixonado pelos "pinicos atômicos", leitor assíduo de seu blog, que tem sido uma das mais importantes fontes de pesquisa para meu pequeno projeto, venho agora pedir socorro. Talvez a galera do teu blog possa ajudar. Busco informações sobre as duas maquinas da imagem anexa, tipo quem pilotava, quem fez a preparação, essas coisas. Aproveito para convidar para conhecer meu projeto sobre os fuscas da Divisão 3 para rFactor, no blog titotilp.blogspot.com. Todas as informações, criticas, sugestões e colaborações serão bem vindas. Espero ter despertado seu interesse.
Atenciosamente,
Tito"
Caramba, despertou sim!!! Olhem a imagem a qual o Tito se referia. O da Dimep seria o Dimas? Esse outro não conheço. Vocês devem saber.
É claro que fiz uma visita ao blog do rapaz e olha o que encontrei por lá. E tem mais. Vale a pena uma visita.
"Caro senhor - ou talvez possa chama-lo de amigo.
Apaixonado pelos "pinicos atômicos", leitor assíduo de seu blog, que tem sido uma das mais importantes fontes de pesquisa para meu pequeno projeto, venho agora pedir socorro. Talvez a galera do teu blog possa ajudar. Busco informações sobre as duas maquinas da imagem anexa, tipo quem pilotava, quem fez a preparação, essas coisas. Aproveito para convidar para conhecer meu projeto sobre os fuscas da Divisão 3 para rFactor, no blog titotilp.blogspot.com. Todas as informações, criticas, sugestões e colaborações serão bem vindas. Espero ter despertado seu interesse.
Atenciosamente,
Tito"
Caramba, despertou sim!!! Olhem a imagem a qual o Tito se referia. O da Dimep seria o Dimas? Esse outro não conheço. Vocês devem saber.
É claro que fiz uma visita ao blog do rapaz e olha o que encontrei por lá. E tem mais. Vale a pena uma visita.
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Alexandre Suedbrack
Me escreve o Caranguejo com os seguintes dizeres:
"Pra não dizer que não falo de motos, um herói pouco conhecido: o gaúcho Alexandre Suedbrack, vencedor da lª Etapa do Brasileiro de Motociclismo em 1978, em Tarumã, na Classe 350 Especial, a principal da Motovelocidade de então, derrotando os melhores, como Denisio Cararini, Claudio Girotto, Marco Greco e Antonio Bernardo N°."
"Pra não dizer que não falo de motos, um herói pouco conhecido: o gaúcho Alexandre Suedbrack, vencedor da lª Etapa do Brasileiro de Motociclismo em 1978, em Tarumã, na Classe 350 Especial, a principal da Motovelocidade de então, derrotando os melhores, como Denisio Cararini, Claudio Girotto, Marco Greco e Antonio Bernardo N°."
O Suedbrack seguido participa do programa Bate Roda na Band AM 640. Dizem que ele foi um dos melhores nas motocas.
Fonte da imagem: revista Auto Esporte - arquivo Henrique Mércio.
Fonte da imagem: revista Auto Esporte - arquivo Henrique Mércio.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Há 39 anos
terça-feira, 27 de outubro de 2009
As aventuras do Pedro Garrafa
Há algum tempo contei aqui a história do meu amigo Luiz "Magrão" Figueira, baita gente boa, um maluco beleza, que acelerava um Speed 1600 no início dos anos 90. No post sobre ele, publiquei algumas imagens da prova que ele fez e Curitiba, numa espécie de confraternização entre os pilotos dessa categoria de todo Brasil. Em função dessas imagens, lembrei da vez que os pilotos foram convidados para correr em Tarumã e que apenas um carro de São Paulo havia participado. Era o Fusca branco e marrom, o último que aparecia na imagem abaixo. O carro do "Magrão" era o #77.
Pois foi num dia desses que dei uma passada no boteco do amigo Saloma e encontrei a história do piloto daquele Fusca que tinha participado aqui. Deixei uma mensagem e poucos dias depois o próprio piloto, o Pedro Garrafa, entrou em contato com o blog.
"Caro Leandro,
É com imenso prazer e satisfação que me dirijo até você, parabenizando-o pelo seu BLOG e por sua memória. Isto porque em seu comentário sobre minha pessoa no BLOG do Saloma, também pude relembrar um dos momentos mais importantes em toda a minha carreira automobilistica, que foi quando estive aí com vocês e tive também a oportunidade não só de conhecer pessoas maravilhosas, mas também de poder correr num templo do automobilismo nacional que é Tarumã. Foi uma experiência incrível e inesquecível, pena que minha memoria já um pouco cansada não lembre de todos os nomes das pessoas que me receberam de uma forma fora do comum de tanta hospitalidade e atenção, mas alguns eu posso citar, e que me perdoem os que eu não me lembrar, mas a atenção e o carinho de todos estará para sempre guardado no meu coração. Entre eles lembro-me do Hamilton, do Castro , do Ely Muller e muitos outros. Foi pra mim uma corrida inesquecível, pois se não fosse o trabalho e ajuda do Hamiltom eu não poderia nem largar junto com o pessoal. Lembro-me que ficamos na véspera da prova, isto é, na sexta feira, até de madrugada mexendo no meu carro, tentando enquadra-lo mais ou menos nas condições dos demais competidores. E as horas foram passando, e depois de um bom churrasco e algumas latinhas (de refri é claro), nos demos conta que já era madrugada e manhã de sábado, e quase fomos direto pra pista, só não fizemos isso, pois o esgotamento físico que estávamos passando depois de uma viagem de mais de 1.250 km de São Paulo até Viamão, puxando nosso carro na carreta, não nos permitia ficar nem de olhos abertos, imagine então de pé. Mas descansamos apenas pra baixar o óleo, e como todo viciado não podíamos ficar longe da pista, e assim fomos enfrentar o desafio de andarmos na pista mais rápida do Brasil. O carro daquela época era meu primeiro Speed 1600, que por sinal foi vendido, depois de muitas aventuras por quase todos os autódromos do Brasil (só faltou andar em Guaporé e Santa Cruz do Sul). Até hoje continua correndo na categoria Classic com o nº 914 , com motorização AP e todo pintado de prata. Enfim Leandro, depois dessa prova estive outras vezes em Tarumã, andando em outras categorias, porem a primeira vez a gente jamais esquece... Fico muito agradecido pela sua lembrança, e mais uma vez o parabenizo pelo seu BLOG, pois você verdadeiramente sabe o que faz e o que fala. Para sua lembrança mando-lhe algumas fotos daquela época.
Um grande abraço e admiração de Pedro Garrafa Truck Racing"
Assim que botei o olho no blog do Saloma e vi aquelas imagens me lembrei imediatamente da prova em Tarumã. Me lembro como se fosse hoje. Eu e meu tio (Noel), estávamos andando pelos boxes quando chamei a atenção dele para aquele Fusca diferente que lá estava. Eu sabia que a organização da categoria havia feito o convite para a turma do PR e SP e esperava ver muitos carros daqueles estados. Fiquei frustrado quando encontrei apenas um único visitante, mas depois que fomos conversar com o piloto, no caso, o amigo com quem agora, depois de quase 20 anos, reencontro, passei a torcer pelo Fusca #70. Meu tio tinha chegado há pouco de SP, depois de morar alguns anos por lá. Então isso deve ter sido em 1990 - 91, talvez. Ele ficou um bom tempo batendo um papo e se bem me lembro chegou a ajudar em alguma coisa também.
Valeu, Pedro! Foi legal saber da tua história.
Fonte das imagens: arquivo Pedro Garrafa e Luiz Figueira.
Pois foi num dia desses que dei uma passada no boteco do amigo Saloma e encontrei a história do piloto daquele Fusca que tinha participado aqui. Deixei uma mensagem e poucos dias depois o próprio piloto, o Pedro Garrafa, entrou em contato com o blog.
"Caro Leandro,
É com imenso prazer e satisfação que me dirijo até você, parabenizando-o pelo seu BLOG e por sua memória. Isto porque em seu comentário sobre minha pessoa no BLOG do Saloma, também pude relembrar um dos momentos mais importantes em toda a minha carreira automobilistica, que foi quando estive aí com vocês e tive também a oportunidade não só de conhecer pessoas maravilhosas, mas também de poder correr num templo do automobilismo nacional que é Tarumã. Foi uma experiência incrível e inesquecível, pena que minha memoria já um pouco cansada não lembre de todos os nomes das pessoas que me receberam de uma forma fora do comum de tanta hospitalidade e atenção, mas alguns eu posso citar, e que me perdoem os que eu não me lembrar, mas a atenção e o carinho de todos estará para sempre guardado no meu coração. Entre eles lembro-me do Hamilton, do Castro , do Ely Muller e muitos outros. Foi pra mim uma corrida inesquecível, pois se não fosse o trabalho e ajuda do Hamiltom eu não poderia nem largar junto com o pessoal. Lembro-me que ficamos na véspera da prova, isto é, na sexta feira, até de madrugada mexendo no meu carro, tentando enquadra-lo mais ou menos nas condições dos demais competidores. E as horas foram passando, e depois de um bom churrasco e algumas latinhas (de refri é claro), nos demos conta que já era madrugada e manhã de sábado, e quase fomos direto pra pista, só não fizemos isso, pois o esgotamento físico que estávamos passando depois de uma viagem de mais de 1.250 km de São Paulo até Viamão, puxando nosso carro na carreta, não nos permitia ficar nem de olhos abertos, imagine então de pé. Mas descansamos apenas pra baixar o óleo, e como todo viciado não podíamos ficar longe da pista, e assim fomos enfrentar o desafio de andarmos na pista mais rápida do Brasil. O carro daquela época era meu primeiro Speed 1600, que por sinal foi vendido, depois de muitas aventuras por quase todos os autódromos do Brasil (só faltou andar em Guaporé e Santa Cruz do Sul). Até hoje continua correndo na categoria Classic com o nº 914 , com motorização AP e todo pintado de prata. Enfim Leandro, depois dessa prova estive outras vezes em Tarumã, andando em outras categorias, porem a primeira vez a gente jamais esquece... Fico muito agradecido pela sua lembrança, e mais uma vez o parabenizo pelo seu BLOG, pois você verdadeiramente sabe o que faz e o que fala. Para sua lembrança mando-lhe algumas fotos daquela época.
Um grande abraço e admiração de Pedro Garrafa Truck Racing"
Assim que botei o olho no blog do Saloma e vi aquelas imagens me lembrei imediatamente da prova em Tarumã. Me lembro como se fosse hoje. Eu e meu tio (Noel), estávamos andando pelos boxes quando chamei a atenção dele para aquele Fusca diferente que lá estava. Eu sabia que a organização da categoria havia feito o convite para a turma do PR e SP e esperava ver muitos carros daqueles estados. Fiquei frustrado quando encontrei apenas um único visitante, mas depois que fomos conversar com o piloto, no caso, o amigo com quem agora, depois de quase 20 anos, reencontro, passei a torcer pelo Fusca #70. Meu tio tinha chegado há pouco de SP, depois de morar alguns anos por lá. Então isso deve ter sido em 1990 - 91, talvez. Ele ficou um bom tempo batendo um papo e se bem me lembro chegou a ajudar em alguma coisa também.
Valeu, Pedro! Foi legal saber da tua história.
Fonte das imagens: arquivo Pedro Garrafa e Luiz Figueira.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
O Muro da Vergonha
domingo, 25 de outubro de 2009
sábado, 24 de outubro de 2009
A baliza móvel
O último Desafio, além de expor uma bela imagem do tempo das corridas de rua, tinha o objetivo de, junto com sua resposta, contar uma história engraçada vivida pelo ex-piloto Roberto Giordani, que além de amigo, virou um blogueiro assíduo e sempre participa dividindo com todos as suas experiências de um tempo que já não volta mais.
Bom, a imagem em questão era realmente de Lages, SC, e mostrava a curva ao final da Av. Duque de Caxias. O Simca #75 era dos irmãos Ruy e Roberto Souza, o ano 1967.
Assim me contou o Giordani:
"Caro Leandro!
Já comentamos que pela proibição de haver corridas de rua ou estradas no Rio Grande do Sul, após o infausto acidente havido em 1962 com Ítalo Bertão, nossa saída foi buscar as pistas de Lages, Joaçaba, Florianópolis; também El Pinar em Maldonado e o Autódromo de Rivera na fronteira com Santana do Livramento, ambos no país vizinho, Uruguay, como a maneira de poder continuar a competir.
Esta história aconteceu no circuito de Lages. O circuito era um desafio à pilotagem pois era formado de diversos pisos e na maioria das vezes molhado, pois é sabido o regime de chuvas na bela e acolhedora cidade da Serra Catarinense.
Rapidamente rememorando, a largada era dada em um trecho um pouco acima dos boxes na Av. Presidente Vargas logo após a tão "falada" curva do muro da vergonha; passava logo a seguir pela ponte que era um verdadeiro funil, seguindo até a chamada "Curva do Coral" que era o bairro; seguia pela reta do Coral, que era de paralelepípedos irregulares, estreita, abaulada e normalmente com "barrinho" perigoso trazido das laterais pelo tráfego do dia a dia, que exigia correções de rumo; ao final da reta, já nas proximidades do Batalhão, uma chicane em piso de terra seguida de um contorno a esquerda demarcado por tonéis, para entrar na Av. Duque de Caxias, e daí para frente era "pé no porão" até chegar na tão conhecida "curva do muro ". A pista podia ser bizarra, mas muito desafiadora.
Abaixo uma sequência montada com as orientações do nosso amigo Giordani.
Pois é: é ao final da reta na Av. Duque de Caxias, onde podemos ver pelas fotos que era uma avenida sem qualquer imóvel (que diferença para hoje) é que se desenvolve nossa história:
O ano era 1966, e a prova também como das fotos de 1967, era 500 Quilômetros de Lages e a situação da pista era um pouco escorregadia. A viatura era o DKW nº 60, que eu tinha o piloto Mario Katz como companheiro, ainda na época da preparação pelo Dino de Leone. Como a pista era de rua, as referências para freada principalmente, eram difíceis, pois não haviam placas marcando a aproximação da curva, como nos autódromos.
Escolhi a lateral do posto de gasolina com bandeira da Esso (acredito que está lá até hoje) para a freada na curva do Coral; na chicane na frente do Batalhão era no "Deus nos acuda" e na chegada da curva do muro é que era o maior problema: simplesmente nada havia. Havia sim um poste à direita que normalmente estava encoberto pelos espectadores, e que até "servia" em dias de pista seca, mas não naquele dia com pista molhada.
Foi aí que cometi uma gafe, que no desenvolver da corrida foi um espetáculo que me valeu elogios, mas que por ironia havia sido um erro de pilotagem. O que eu fiz? Escolhi uma pessoa que estava com uma capa de chuva, ou semelhante, de cor vermelha muito acentuada, que era de fácil visualização. Erro! Nunca se escolhe baliza móvel, pois esta pessoa moveu-se em direção da curva, modificando e por conseguinte encurtando meu espaço de frenagem; tudo isto sem que me desse pela conta de imediato que tal estava acontecendo.
E aí começou o espetáculo: desde o início da prova, vínhamos em uma disputa feroz pela primeira colocação na categoria com outros DKW's e Gordini com equipamento 1093, que nos levava a disputar qualquer centésimo de segundo. Nas voltas decisivas eu estava sendo perseguido por concorrente duro e corajoso, que não dava folga nem com o parabrisa tapado de sujeira pelo spray que meu carro levantava. Comecei a perceber que a freada na curva do muro estava ficando difícil, mas compensadora, pois dali para frente eu abria uns metros do perseguidor, além do que conseguia ver os espectadores agitando os braços, aplaudindo a nossa disputa, coisa estimulante para mim pois estava em terra de terceiros correndo contra pilotos da terra. E a minha "baliza móvel" foi mais ainda direção da curva, sem que percebesse disto, ao ponto da minha freada já vir atravessado na pista, grudado nos"alicates" e ao ver das pessoas " freando lá dentro da curva mesmo no molhado".
Foi aí que me dei pela conta que minha referência, estava além daquele tal poste que era o último ponto de frenagem no seco, e que estávamos ultrapassando mesmo no molhado. Dando pela conta do erro, procurei administrar a freada, com a certeza que havia crescido o meu nível de pilotagem.
Para finalizar, conseguimos vencer na categoria e chegar muito bem na geral.
Um grande abraço a todos amigos.
Roberto Giordani."
Sensacional esse depoimento! Quando o Giordani me contou essa, lá em Passo Fundo, eu dei muitas risadas e fiquei imaginando a cena. Agora, com todas essas imagens e todos esses detalhes, temos uma ideia do que era competir num circuito de rua.
Ah, agradeço ao "Chico" Feoli por compartilhar conosco seu belo arquivo fotográfico.Valeu, Giordani! Valeu, "Chico"!
Fonte das imagens: arquivo Francisco Feoli e Google Maps.
Bom, a imagem em questão era realmente de Lages, SC, e mostrava a curva ao final da Av. Duque de Caxias. O Simca #75 era dos irmãos Ruy e Roberto Souza, o ano 1967.
Assim me contou o Giordani:
"Caro Leandro!
Já comentamos que pela proibição de haver corridas de rua ou estradas no Rio Grande do Sul, após o infausto acidente havido em 1962 com Ítalo Bertão, nossa saída foi buscar as pistas de Lages, Joaçaba, Florianópolis; também El Pinar em Maldonado e o Autódromo de Rivera na fronteira com Santana do Livramento, ambos no país vizinho, Uruguay, como a maneira de poder continuar a competir.
Esta história aconteceu no circuito de Lages. O circuito era um desafio à pilotagem pois era formado de diversos pisos e na maioria das vezes molhado, pois é sabido o regime de chuvas na bela e acolhedora cidade da Serra Catarinense.
Rapidamente rememorando, a largada era dada em um trecho um pouco acima dos boxes na Av. Presidente Vargas logo após a tão "falada" curva do muro da vergonha; passava logo a seguir pela ponte que era um verdadeiro funil, seguindo até a chamada "Curva do Coral" que era o bairro; seguia pela reta do Coral, que era de paralelepípedos irregulares, estreita, abaulada e normalmente com "barrinho" perigoso trazido das laterais pelo tráfego do dia a dia, que exigia correções de rumo; ao final da reta, já nas proximidades do Batalhão, uma chicane em piso de terra seguida de um contorno a esquerda demarcado por tonéis, para entrar na Av. Duque de Caxias, e daí para frente era "pé no porão" até chegar na tão conhecida "curva do muro ". A pista podia ser bizarra, mas muito desafiadora.
Abaixo uma sequência montada com as orientações do nosso amigo Giordani.
Pois é: é ao final da reta na Av. Duque de Caxias, onde podemos ver pelas fotos que era uma avenida sem qualquer imóvel (que diferença para hoje) é que se desenvolve nossa história:
O ano era 1966, e a prova também como das fotos de 1967, era 500 Quilômetros de Lages e a situação da pista era um pouco escorregadia. A viatura era o DKW nº 60, que eu tinha o piloto Mario Katz como companheiro, ainda na época da preparação pelo Dino de Leone. Como a pista era de rua, as referências para freada principalmente, eram difíceis, pois não haviam placas marcando a aproximação da curva, como nos autódromos.
Escolhi a lateral do posto de gasolina com bandeira da Esso (acredito que está lá até hoje) para a freada na curva do Coral; na chicane na frente do Batalhão era no "Deus nos acuda" e na chegada da curva do muro é que era o maior problema: simplesmente nada havia. Havia sim um poste à direita que normalmente estava encoberto pelos espectadores, e que até "servia" em dias de pista seca, mas não naquele dia com pista molhada.
Foi aí que cometi uma gafe, que no desenvolver da corrida foi um espetáculo que me valeu elogios, mas que por ironia havia sido um erro de pilotagem. O que eu fiz? Escolhi uma pessoa que estava com uma capa de chuva, ou semelhante, de cor vermelha muito acentuada, que era de fácil visualização. Erro! Nunca se escolhe baliza móvel, pois esta pessoa moveu-se em direção da curva, modificando e por conseguinte encurtando meu espaço de frenagem; tudo isto sem que me desse pela conta de imediato que tal estava acontecendo.
E aí começou o espetáculo: desde o início da prova, vínhamos em uma disputa feroz pela primeira colocação na categoria com outros DKW's e Gordini com equipamento 1093, que nos levava a disputar qualquer centésimo de segundo. Nas voltas decisivas eu estava sendo perseguido por concorrente duro e corajoso, que não dava folga nem com o parabrisa tapado de sujeira pelo spray que meu carro levantava. Comecei a perceber que a freada na curva do muro estava ficando difícil, mas compensadora, pois dali para frente eu abria uns metros do perseguidor, além do que conseguia ver os espectadores agitando os braços, aplaudindo a nossa disputa, coisa estimulante para mim pois estava em terra de terceiros correndo contra pilotos da terra. E a minha "baliza móvel" foi mais ainda direção da curva, sem que percebesse disto, ao ponto da minha freada já vir atravessado na pista, grudado nos"alicates" e ao ver das pessoas " freando lá dentro da curva mesmo no molhado".
Foi aí que me dei pela conta que minha referência, estava além daquele tal poste que era o último ponto de frenagem no seco, e que estávamos ultrapassando mesmo no molhado. Dando pela conta do erro, procurei administrar a freada, com a certeza que havia crescido o meu nível de pilotagem.
Para finalizar, conseguimos vencer na categoria e chegar muito bem na geral.
Um grande abraço a todos amigos.
Roberto Giordani."
Sensacional esse depoimento! Quando o Giordani me contou essa, lá em Passo Fundo, eu dei muitas risadas e fiquei imaginando a cena. Agora, com todas essas imagens e todos esses detalhes, temos uma ideia do que era competir num circuito de rua.
Ah, agradeço ao "Chico" Feoli por compartilhar conosco seu belo arquivo fotográfico.Valeu, Giordani! Valeu, "Chico"!
Fonte das imagens: arquivo Francisco Feoli e Google Maps.
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Poeiras Tur
Recado do amigo Francis, lá do Poeira na Veia, blog super legal que conta histórias sobre o automobilismo catarinense de ontem e de hoje. Ele e sua turma estão com visita marcada no Museu do Automobilismo Brasileiro, o qual tive o prazer de conhecer há poucas semanas.
"Falta só 1 semana! Na próxima sexta feira, dia 30, partiremos rumo ao Museu do Automobilismo Brasileiro, em Passo Fundo (RS). Ainda restam algumas vagas, e o prazo final para confirmar a presença é na próxima terça, dia 27. Sairemos de Balneário Camboriú na sexta feira, dia 30/10, por volta das 21:30 ou 22:00 horas, fazendo parada em Floripa, Alfredo Wagner e Lages, chegando em Passo Fundo na manhã de sábado, dia 31, onde passaremos o dia no Museu do Automobilismo Brasileiro e retornaremos no fim da tarde. São quase 90 carros no acervo do Paulo Trevisan, além de outras preciosidades, e vale muito a pena aproveitar a oportunidade. Para aqueles que acham que podem ir a qualquer hora lá no Museu, comunico mais uma vez que ele não é aberto ao público. Funciona somente para convidados e em ocasiões especiais, então não deixe de participar. O valor é de apenas R$ 185,00 (ida e volta, em ônibus LEITO, com 'quitutes' e bebidas a bordo). Todas as informações estão aqui. Vamos nessa, turma da poeira!
O ônibus NÃO será esse, e sim um bem melhor (um leito de 30 lugares)! Passo meus dados bancários para depósito por e-mail. Basta solicitar através do fht2competicoes@gmail.com "
"Falta só 1 semana! Na próxima sexta feira, dia 30, partiremos rumo ao Museu do Automobilismo Brasileiro, em Passo Fundo (RS). Ainda restam algumas vagas, e o prazo final para confirmar a presença é na próxima terça, dia 27. Sairemos de Balneário Camboriú na sexta feira, dia 30/10, por volta das 21:30 ou 22:00 horas, fazendo parada em Floripa, Alfredo Wagner e Lages, chegando em Passo Fundo na manhã de sábado, dia 31, onde passaremos o dia no Museu do Automobilismo Brasileiro e retornaremos no fim da tarde. São quase 90 carros no acervo do Paulo Trevisan, além de outras preciosidades, e vale muito a pena aproveitar a oportunidade. Para aqueles que acham que podem ir a qualquer hora lá no Museu, comunico mais uma vez que ele não é aberto ao público. Funciona somente para convidados e em ocasiões especiais, então não deixe de participar. O valor é de apenas R$ 185,00 (ida e volta, em ônibus LEITO, com 'quitutes' e bebidas a bordo). Todas as informações estão aqui. Vamos nessa, turma da poeira!
O ônibus NÃO será esse, e sim um bem melhor (um leito de 30 lugares)! Passo meus dados bancários para depósito por e-mail. Basta solicitar através do fht2competicoes@gmail.com "
Está dado o recado. Se prepare, Francis, pois vale a pena cada segundo.
Fonte da imagen: arquivo Poeira na Veia.
Fonte da imagen: arquivo Poeira na Veia.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Muito antes do cobertor térmico
Que a equipe do "Chico" Feoli sempre foi muito interessada por avanços tecnológicos, isso eu sabia, mas essa aí certamente superou a concorrência. Já que o próprio "Chico" e seu chefe de equipe Giordani, andam por aqui, deixo para eles comentarem essa imagem sensacional.
A imagem é de Tarumã, 1979, durante etapa do Brasileiro de Fórmula VW 1600. Cortesia do sempre ligado no lance, Caranguejo de Bagé.
Fonte da imagem: arquivo Henrique Mércio.
Fonte da imagem: arquivo Henrique Mércio.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Fórmula Ford 1978
Há alguns dias encontrei uma imagem da Fórmula Ford, no ano do título do Amedeo Ferri. Não sei bem onde, talvez em Goiânia, mas isso não importa. Me chamou a atenção um carro, lá ao fundo também com o patrocínio da Yema, o que dava a entender ser da mesma equipe do Amedeo. Pelo que sabia, Amedeo andava sempre sozinho. Seria o piloto do #14 da mesma equipe?
Aqui vai mais uma do Amedeo, cortesia do Caranguejo, mas essa é de 77.
Aqui vai mais uma do Amedeo, cortesia do Caranguejo, mas essa é de 77.
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Ops...
Faz tempo que não publicava nada desta série, mas vasculhando os arquivos do "Chico" Feoli encontrei essa atravessada de um Gordini que não consegui identificar o piloto. Na verdade não sei nem o local, mas o pessoal deve ajudar. Acho que tem a ver com o Desafio dessa semana, mas como nem eu sei a resposta, vamos ver no que dá...
domingo, 18 de outubro de 2009
sábado, 17 de outubro de 2009
Aristides Bertuol
O último Desafio foi bem fácil, afinal aquele carro já havia aparecido por aqui, quando o Renato Pastro havia enviado um excelente material sobre a Prova Encosta da Serra de 1969. Tratava-se de Aristides Bertuol, um dos maiores pilotos gaúchos da história do automobilismo por essas bandas. Na última semana quem entrou em contato com o blog foi o Felipe Bertuol, neto de Aristides e filho de Paulo, três gerações da família de pilotos oriunda da cidade de Bento Gonçalves.
Após sugestão do também piloto da cidade Carlos Giacomello, Felipe mandou alguns dizeres e algumas imagens que reproduzo a partir de agora.
Aristides Bertuol, começou sua carreira no automobilismo em 1948, na Prova Copa Rio Grande do Sul. Ao todo participou de 46 provas. Sua primeira vitória foi em 1949, em Interlagos. Foi o vencedor da segunda edição das Mil Milhas Brasileiras ao lado de Orlando Menegaz, em 1957, sendo que na primeira edição, em 56, havia terminado em terceiro ao lado de Valdir Rebeschini.
Ainda em 57 conquistou seu primeiro título, o de Campeão Gaúcho de Carreteras Força Livre. Venceu várias provas em Interlagos e também no Uruguai. No II Grande Prêmio Getúlio Vargas de 1951, foi o segundo colocado no geral, vencendo a etapa Rio-São Paulo com o tempo de 2,56h, com média de 133 km/h. No circuito da Gávea de 1951 participou com uma Maseratti CLT 48 e com este carro venceu em Interlagos. Recentemente apareceu uma imagem desse modelo aqui, durante a visita ao Museu do Automobilismo Brasileiro em Passo Fundo. De acordo com a família Bertuol e também do próprio Paulo Trevisan, existe grande chance de o carro que hoje está no Museu ser o mesmo pilotado por Bertuol. Encerrou sua participação em provas de Carreteras em 1958, tendo após aquele ano participado apenas de mais duas edições das Mil Milhas com os pilotos Orlando Menegaz (11° em 1958) e José Asmuz (4° em 61). Depois de alguns anos de ausência, retornou ao automobilismo em 1969. No dia 11 de Maio, na prova Vale do Rio das Antas, registrou a primeira vitória do Chevrolet Opala em competições no Brasil. Neste ano sagrou-se novamente Campeão Gaúcho na categoria Força Livre, até 5000 cilindradas.
Bertuol foi um dos incentivadores da construção do Autódromo de Tarumã, mas não participou de nenhuma prova naquela pista. Faleceu em 1979, mas sua memória e suas passagens pelo automobilismo estão registradas de diversas formas, seja em livros, no kartódromo de Bento Gonçalves, que leva seu nome, mas também pelo filho Paulo que há pouco tempo ainda competia com um Opala e agora corre junto com Felipe, que juntos ainda hoje levam o #4 que marcou época com Aristides, em seu carro nas competições de Endurance.
Abaixo uma série de imagens de Bertuol nas competições.
Assim que possível, mais registros da carreira de Aristides Bertuol no automobilismo.
Valeu, Felipe!
Após sugestão do também piloto da cidade Carlos Giacomello, Felipe mandou alguns dizeres e algumas imagens que reproduzo a partir de agora.
Aristides Bertuol, começou sua carreira no automobilismo em 1948, na Prova Copa Rio Grande do Sul. Ao todo participou de 46 provas. Sua primeira vitória foi em 1949, em Interlagos. Foi o vencedor da segunda edição das Mil Milhas Brasileiras ao lado de Orlando Menegaz, em 1957, sendo que na primeira edição, em 56, havia terminado em terceiro ao lado de Valdir Rebeschini.
Ainda em 57 conquistou seu primeiro título, o de Campeão Gaúcho de Carreteras Força Livre. Venceu várias provas em Interlagos e também no Uruguai. No II Grande Prêmio Getúlio Vargas de 1951, foi o segundo colocado no geral, vencendo a etapa Rio-São Paulo com o tempo de 2,56h, com média de 133 km/h. No circuito da Gávea de 1951 participou com uma Maseratti CLT 48 e com este carro venceu em Interlagos. Recentemente apareceu uma imagem desse modelo aqui, durante a visita ao Museu do Automobilismo Brasileiro em Passo Fundo. De acordo com a família Bertuol e também do próprio Paulo Trevisan, existe grande chance de o carro que hoje está no Museu ser o mesmo pilotado por Bertuol. Encerrou sua participação em provas de Carreteras em 1958, tendo após aquele ano participado apenas de mais duas edições das Mil Milhas com os pilotos Orlando Menegaz (11° em 1958) e José Asmuz (4° em 61). Depois de alguns anos de ausência, retornou ao automobilismo em 1969. No dia 11 de Maio, na prova Vale do Rio das Antas, registrou a primeira vitória do Chevrolet Opala em competições no Brasil. Neste ano sagrou-se novamente Campeão Gaúcho na categoria Força Livre, até 5000 cilindradas.
Bertuol foi um dos incentivadores da construção do Autódromo de Tarumã, mas não participou de nenhuma prova naquela pista. Faleceu em 1979, mas sua memória e suas passagens pelo automobilismo estão registradas de diversas formas, seja em livros, no kartódromo de Bento Gonçalves, que leva seu nome, mas também pelo filho Paulo que há pouco tempo ainda competia com um Opala e agora corre junto com Felipe, que juntos ainda hoje levam o #4 que marcou época com Aristides, em seu carro nas competições de Endurance.
Abaixo uma série de imagens de Bertuol nas competições.
Assim que possível, mais registros da carreira de Aristides Bertuol no automobilismo.
Valeu, Felipe!
Assinar:
Postagens (Atom)