quarta-feira, 11 de junho de 2008

Garagem Regente da Cavalhada

O dia 27 de Agosto de 1972 traria um novo desafio na carreira do Joel Echel. A segunda etapa do Campeonato Brasileiro de Viaturas Turismo - Divisão 3, denominada "Prova Karl Iwers" seria disputada, em boa parte, sob chuva no autódromo de Tarumã.

A maioria dos concorrentes da Classe A eram gaúchos, mas alguns como os paulistas Jan Balder, Ricardo di Loreto e Alfredo Guaraná Menezes somavam-se ao grid de 23 carros. Naquele mesmo Domingo as Classes B e C correriam juntas, reunindo Opalas e JKs num único grid.

O vencedor da Classe A foi Leonel Friedrich que dominou amplamente a prova, sem dar chance aos adversários. Raffaele Rosito da equipe Carro do Povo, já sabendo que o piloto Lino Reginatto iria protestar o motor do VW #43, dizia brincando ao Leonel: "acabou o nosso reinado com os 2.200 cc, magro. O negócio é voltar para os 1600 cc mesmo." Já na Sexta, durante os treinos, Reginatto havia anunciado que protestaria o adversário e assim o fez após a prova. O VW #38 de Jan Balder também foi protestado, mas em nenhum dos carros foram encontradas irregularidades.

Dada a largada, Joel se mantinha firme no pelotão intermediário. A chuva iniciaria durante a primeira bateria. Alguns adversários acabaram entrando nos boxes com problemas, e mantendo a regularidade, ele ia ganhando mais algumas posições.

Dia desses eu já havia publicado uma imagem desta prova, na qual aparecia o carro do Leonel e um VW #21 preto que ninguém conseguiu lembrar quem era. Pois no material do Joel havia a resposta. Tratava-se de João Luis Palmeiro, que na primeira bateria largou no fim do pelotão e na prova deu uma tremenda rodada como pode ser visto mais abaixo.

Ao término da primeira prova, Joel obteve o sétimo lugar. Na segunda foi sexto e na soma dos tempos foi o quinto melhor colocado. Um bom resultado para quem ainda tinha pouca experiência, ainda mais na chuva. Consegui saber tudo isso, pois ele guardou as folhas com os resultados, impressas com o mimeógrafo com matriz de cor roxa. Eu me lembro que tinha um desses na minha escola. Vejam abaixo, ou pelo menos tentem, pois não consegui jeito de fazer ampliar. Quem quiser ver com detalhes me peça que envio por e-mail.

OK, vamos às imagens daquela prova:

A primeira mostra o #36 patrocinado pela Garagem Regente da Cavalhada e preparado pelo Pelegrini. Depois um "pega" entre Joel e o Ervino Einsfeld no seu famoso Corcel #96 na saída da curva do Tala. Observem que o Fusca está dando uma "traseirada". O Joel me falou muito bem do Ervino e comentou que ele pilotava pelo prazer de assistir a corrida de dentro do carro. Essa foi sensacional!! Recentemente tive informações de uma pessoa próxima ao Ervino de que ele está morando em Porto Alegre. Mais abaixo uma da curva 1 mostrando também o #8 do Lino Reginatto. Lino que corria com o irmão Dennis nas provas longas, foi campeão gaúcho da Classe B nos anos de 1972 e 1973. Vejam que no carro dele havia o patrocínio da J.H. Santos. Caramba, faz muito tempo que não via esse nome. A J.H. Santos era como uma Maganize Luiza ou qualquer coisa parecida nos dias de hoje. Acho que só tinha aqui no Rio Grande do Sul. Vejam também os pneus que ficavam na parte interna das curvas. Era um projeto de "zebras" e foram retiradas entre 72 e 73. Depois mais uma, do grid de largada da segunda bateria, tendo os carros #43 de Leonel Friedrich na pole position (direita), o #8 de Lino Reginatto em segundo (centro) e o #38 de Jan Balder em terceiro (esquerda). Por fim, uma da curva do Laço, mostrando ao fundo o #7 do Arnaldo Fossá.

Assim que possível, mais histórias do Joel e da Divisão 3.

Fonte das imagens: arquivo Joel Echel.

3 comentários:

Anônimo disse...

Sensacional essa série, assisti a quase todas as provas daquela época e lembro bem do Joel "Joca" Echel, rápido e muito combativo, grandes corridas, aquelas.
Boa, também esta lembrança do Palmeiro, finalmente identificado, grande piloto, venceu, inclusive, bateria em brasileiro de Formula Ford, nos primórdios.

Paulo Schütz

Anônimo disse...

Cara essa série é um presente para os gaúchos!

Anônimo disse...

Continue divulgando a D3 do início dos anos 70. Foi um período sensacional, com um excepcional nível de pilotos. Assisti todas essas provas que saíram no Tarumã até 75. O Echel era muito bom. É isso aí Sanco, vai em frente que esse blog está recompondo e registrando a história do automobilismo gaúcho.
Paulo Afonso Trevisan