segunda-feira, 2 de junho de 2008

"Isso é que é"

1974 foi um ano de altos e baixos para Ricardo Trein. Correndo com um Fusca muito bem preparado pelo Paulo Mottola, da Motor Racing, Ricardo participou da categoria Divisão 3 com equipamentos importados. Nas provas longas teve a parceria de Gilberto Carlan, filho do ex-piloto de carreteras, Dante Carlan. A equipe tinha o patrocínio da rádio 1120 e trazia as cores da Coca Cola, por isso tinha o nome de "Isso é que é", em alusão ao slogan usado pela Coca Cola naquela época.

A estréia foi nos 500 Km de Tarumã no dia 23 de Março. Alguns dos adversários naquela prova foram os Fuscas da Equipe Sulcar - Max Factor de Cláudio Muller/Cláudio Mello e Jorge Fleck/Álvaro Torres, o JK da Equipe Banco Econômico S.A. de Luis Fernando Costa, o Fusca da Equipe Distribuidora de Materiais Fotográficos de Élcio Prolo e Antônio Miranda, o Fusca da Equipe Supermercados Econômico dos irmãos Lino e Denis Reginatto entre outras. Abaixo uma imagem do belo carro #12. Notem o Fusca #80 ao lado. Era o Fernando Moser que corria em dupla com o Raul Cohen (a confirmar). Notem também a quantidade de pessoas junto à tela na reta dos boxes.


O campeonato foi muito disputado. Como já pode ser visto, os melhores pilotos gaúchos da época estavam presentes nessa categoria. Além disso o belo visual proporcionado pelos carros envenenados da Divisão 3 era sinônimo de autódromos cheios. Abaixo uma imagem do carro #12 dividindo a curva 1 de Tarumã com o #70 de Vitor Mottim da cidade de Montenegro.

A trajetória de Ricardo com o seu Fusca chegaria ao fim em uma prova no final do ano em Tarumã. Era uma prova disputada em baterias e já na primeira volta da primeira bateria um grande acidente na curva 2 eliminou quatro carros daquela prova, entre eles o #12 de Trein. Pelo que consta no jornal Folha da Tarde, muito bem guardado pelo próprio piloto, o acidente aconteceu assim:

"Os 16 carros que largaram para a prova ainda estavam muito próximos, disputando os primeiros lugares. Fernando Moser vinha em primeiro, seguido por Bruno D'Almeida da equipe Carro do Povo - que no final seria o vencedor da competição - perseguindo-o de perto. Antônio João Freire estava em terceiro e quando abriu para fazer a curva dois Rafaele Rosito colocou sua Brasília do lado. Freire não teve tempo de evitar a batida com Rosito e os dois rodopiaram. Com a batida de Rosito no pára-lama traseiro direito do Fusca da Equipe Magnocar-1120, Freire bateu no guard-rail e voltou para a pista, chocando-se com Ricardo Trein que vinha logo atrás. Rosito também rodopiou e ficou parado no meio da pista sendo atingido pelo Fusca de Jorge Fleck que não teve tempo de desviar da Brasília da Equipe Carro do Povo. Os pilotos não sofreram mais do que arranhões e um grande susto, mas os carros ficaram parcialmente demolidos e tiveram de abandonar a prova."

Ao final daquela prova o resultado foi o seguinte: Bruno D'Almeida em primeiro, seguido de Maurício Rosemberg, Edgar Echel, Vitor Mottim, Julio Renner e Emilio Boeckel.

Abaixo uma sequência de imagens que mostram o acidente e as consequências do mesmo.

Mesmo com esse acidente que colocou fim às pretensões de Ricardo em prosseguir na luta pelo título, ele terminou o ano como vice-campeão da categoria. A perda do carro faria com que ele ficasse afastado das pistas por algum tempo até que retornasse três anos mais tarde.


Amanhã, mais sobre essa história aqui no Blog.

Fonte das imagens: arquivo Ricardo Trein.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ôi
Lindas fotos. Acho que eu estava lá nesse dia. Note q o n.12 usava rodas Scorro de 5 furos para os VW1300 da época, só que alargadas. O n.70, posteriormente preparou uma Brasa vermelha, muito bonita. Em tempos de toca-fitas caros, a rádio 1120 era a rádio da moda. Acho q era a rádio Continental.
Abs
Júlio

Anônimo disse...

É verdade Radio Contineltal 1120 Quem dava o Patrocinio,da Radio era o Luiz Eduardo Moreira,com aquela voz!!!!