Nas provas de longa duração como 500 Km e 12 Horas, os irmãos Joel e Edgar Echel se revezavam ao volante do carro. Nas provas mais curtas, disputadas em baterias, eles se alternavam na pilotagem, correndo uma etapa cada um.
O Joel me falou que o Edgar já tinha iniciado na pilotagem antes. Lá por 1970 ou 1971 o Paulo Hoerlle emprestou seu DKW para o Edgar fazer uma prova para obter a carteira de piloto de competição (PC). Feito isso, a primeira prova do Edgar como PC seria justamente aquela na qual o Joel faria a estréia com a "Saboneteira", em 1971 durante a segunda etapa do campeonato gaúcho. Ou seja, um correria na Estreantes e o outro já como PC. Acontece que o Joel - e isso ele me contou com detalhes - não pode treinar com o carro, pois o irmão mais velho não havia deixado. Mesmo assim ele assumiu a liderança da prova logo na largada, mas quando chegava na curva do Laço fazia sempre por dentro e acabava rodando. Ele lembra que toda a família estava assistindo a prova - e obviamente torcendo - justo naquela curva. Todos ficaram apavorados com a "tocada" do guri. Voltas mais tarde o motor do carro explodiu na curva 9, saltando biela para tudo que era lado. A família se acalmou, mas o irmão Edgar ficou p... com ele, pois assim não poderia correr sua prova.
Para o ano seguinte foi adquirido um VW Fusca que foi pintado com o #36. A primeira prova na qual os irmãos correram juntos, sendo a primeira de Joel como PC, foi nos 500 Km de Tarumã de 1972. Eram 28 carros inscritos, sendo 13 na Classe B (1301 a 1600 cc), onde eles competiam.
Os adversários diretos naquela prova foram:
Fusca #3 - Cláudio Mello/Ronaldo Bittencourt;
Fusca #7 - Arnaldo Fossá/Ricardo Trein;
Fusca #8 - Lino e Denis Reginatto;
Fusca #14 - Luis Tarragô de Oliveira/Antônio João Freire;
Fusca #18 - Airton e Benoni de Carvalho;
Fusca #27 - Ênio e Rogério Guzinski;
Fusca #34 - Raul Machado/Aires Scavone;
Fusca #43 - Raffaele Rosito/Leonel Friedrich;
Fusca #62 - Rejany Franzen/Emílio Boeckel;
Fusca #70 - Vitor Mottin/Antônio Luft;
Fusca #80 - Antônio Monteiro/Fernando Moser;
Corcel #96 - Ervino Einsfeld/Antônio Miguel Fornari.
Os irmãos Echel tiveram um problema sério com o diretor de prova Ênio Lunardi. Os fiscais de pista sinalizaram uma penalidade ao carro #36, pois achavam que o mesmo havia ultrapassado outros adversários em bandeira amarela durante um acidente na pista. Na explicação dos pilotos, o carro que ultrapassou foi outro, que a comissão não tinha visto. Após constatado o erro dos fiscais e perderem cinco voltas nos boxes discutindo o problema, voltaram a prova e completaram na segunda colocação na classe. De acordo com Joel, se não fossem as voltas perdidas, venceriam a prova com três voltas de vantagem para o #18 dos irmãos de Esteio Airton e Benoni de Carvalho. Para completar, Arnaldo Fossá protestou o motor do carro dos Echel, que foi aberto e vistoriado pela Comissão Técnica da FGA. Nenhuma irregularidade constatada, Joel e Edgar acabaram levando 300 Cruzeiros do Fossá.
O vencedor na geral foi o Opala #32 de José Asmuz e Alfredo Oliveira.
Abaixo algumas imagens:
Na sequência: a primeira mostra o #36 saindo dos boxes. Notem que os dois pilotos estão dentro do carro (!). Deveria ser um treino livre. Depois o #36 e o Opala vencedor dividindo a curva 1 de Tarumã. A seguinte mostra a comemoração dos irmãos e do preparador Pelegrini após o resultado obtido. Encerrando com uma imagem do pódio. Da esquerda para a direita estão Joel, Edgar, os irmãos Carvalho, Ricardo Trein e Arnaldo Fossá.
Essa prova quase deu a eles a única vitória na carreira. Mas foi por pouco.
Fonte das imagens: arquivo Joel Echel.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário