sexta-feira, 4 de julho de 2008

Os pilotos correram a pé, em protesto pela desorganização.

Resolvido o mistério. Esclarecida a dúvida. Descobrimos a razão daquele protesto realizado antes da largada da prova "500 km de Tarumã" de 1974. Descobrimos também que na verdade aquela prova foi disputada em 400 km. Reproduzo abaixo texto publicado na Folha da Tarde do dia seguinte à corrida, encontrado nos arquivos do Joel Echel.

"Os pilotos que participaram dos "400 Quilômetros", que na verdade deveriam ser "500", não se conformaram com os organizadores da corrida que não queriam dar a largada antes da chegada do carro gerador de espumas do Corpo de Bombeiros.

A prova tinha seu início previsto para às 14 horas, mas como ACRGS e FGA haviam tomado a decisão de não a realizarem sem o auxílio do Corpo de Bombeiros, houve um atraso de 1h25min. Com isso, já que não havia mais possibilidades de que ela fosse disputada em 500 quilômetros, já que o seu final deveria ser então sem a luz natural. Por isso foi reduzida para 400 quilômetros.

Mas se esta decisão de dar início à prova que abriu o campeonato gaúcho de turismo, Divisão 3, mesmo sem que o carro gerador de espumas chegasse, foi tomada ainda em tempo, deve-se exclusivamente aos pilotos.

Ocorre que o público já estava ficando impaciente e com ele o grupo de corredores, que não admitia tanta demora para o início da corrida.

Como já eram 15 horas e o carro do Corpo de Bombeiros não aparecia, os pilotos resolveram se reunir, a fim de encontrarem uma solução. Foi tomada então uma medida de protesto por parte dos volantes, que em número bastante elevado, foram para a pista do autódromo e decidiram largar os "500 Quilômetros" a pé. Enquanto um outro piloto tratava de dar a bandeirada, os demais, ironicamente, aguardavam com seriedade a ordem de largada.

A atitude dos corredores foi recebida pelo público presente e Tarumã com risos e gritos de "muito bem!", "muito bem!".

Diante da manifestação daquele grupo de volantes (não foram todos), tanto FGA como ACRGS decidiram iniciar a competição daquele momento em diante, não considerando mais o fato do caminhão gerador de espumas não ter ainda chegado para melhor garantir a segurança da pista (chovia em Tarumã).

Portanto, por causa de uma falta de previsão dos homens que organizaram a corrida tivemos em Tarumã Sábado último os "400 Quilômetros de Porto Alegre" e não os "500", como estava inicialmente programado.

Tratando-se isto de algo que refere-se à segurança do autódromo, para que não houvesse o atraso que ocorreu e para que o público não esperasse o tempo que esperou, o carro gerador de espumas deveria estar em Tarumã já por volta das 10 ou 11 horas da manhã."

Um comentário:

Anônimo disse...

amor a camisa a parte........eu concordo....segurança é o que diferencia o pica-pau rachador do piloto.

organização sempre, sem atrasos e com segurança.

por essas e outras "deixadas pra lá" que o automobilismo nacional hoje fica restrito a stock globo car.

Quem pode bancar qualquer coisa pra correr?