terça-feira, 30 de setembro de 2008

O "Véio" Benini

No último final de semana, falei do João Campos, da Stock Car gaúcha e por aí vai. Joãozinho levou o título daquele ano, mas vale um destaque também para um gringo dos mais carismáticos que já acelerou por essas bandas. Falo do piloto de Bento Gonçalves, Darci Benini, o "Véio", afinal, pelo que sei, na última vez em que ele participou de uma prova já beirava os 70 anos (!). Isso foi há uns quatro anos.

Benini chegou à última prova de 81 com grandes chances de vencer o campeonato, pois era o líder com 108 pontos, contra 103 de Hélio Neves e 102 de Campos. Mas acabou ficando com o vice: 129 x 114 a favor do piloto de Farroupilha.

Olhando no última imagem, ví o nome do "Secretário" do vidro. Isso indica que o "Opalon" era feito pelo mecânico do Tedesco. Apenas para constar, o preparador do carro do João Campos era o "Carlão" (Luís Carlos Inácio).

Quem souber por onde anda o "Véio", que conte aqui.

Fonte das imagens: Pódium Graphic e jornal Zero Hora - arquivos Família Tróglio.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

João Campos

Com a conquista do Campeonato Regional de Turismo em 1989, João Campos decidiu por alçar um vôo mais alto. Com a ajuda de seus patrocinadores, juntou-se a Evaldo Quadrado para participar do Campeonato Brasileiro de Marcas em 1990. O carro seria o Chevette, uma aposta da equipe gaúcha frente à maioria dos carros da Volkswagem, mas as regras haviam mudado muito desde o último ano, quando o mesmo Chevette chegou a ter algum sucesso. O projeto de Campos foi revisto, após a participação em algumas provas, e no meio do campeonato, ele migraria para a equipe Rinaldi Racing, onde faria dupla com outro fera, Antônio Miguel Fornari.

Em 1991 João retornaria ao Rio Grande para participar da Copa Fiat, categoria que estava no seu segundo ano, mas já fazia um grande sucesso por essas bandas. Ao lado de Clóvis Groch, campeão da temporada anterior, formou uma das duplas mais fortes, conquistando o vice-campeonato ao final do ano.

A Stock Car nacional era o objetivo do piloto desde o seu título na categoria regional em 1981. Seus planos para participar do Brasileiro de 82 não se concretizaram, mas aquele objetivo não fora esquecido e 10 anos depois, lá estava o "Pequeno Polegar" acelerando ao lado de Ingo Hoffmann, Angelo Giombelli, Paulo de Tarso entre outros. João correu algumas provas do campeonato de 92 sozinho e em outras com o paulista Leandro de Almeida. Ao término do campeonato, o gaúcho foi o quarto melhor na tabela. Em 93 foi o quinto colocado no campeonato, mesma colocação obtida em 94.

João competiu na Stock Car até 1996 quando então passou para a Fórmula Palio, sendo o sexto naquele ano, o quinto em 97 e o quarto em 98.

O sonho do título nacional estava sempre muito próximo e foi a partir da sua transferência para a recém criada Pickup Racing (2001) que o mesmo viraria realidade. O que ninguém esperava - nem ele - era o incrível domínio naquele ano. João entrou para a história da categoria por ter conquistado o Campeonato Brasileiro, vencendo todas as 16 baterias realizadas. Como se não bastasse, o piloto de Farroupilha não deu mole para ninguém também em 2002, 2003, 2004 e 2005, vencendo todos os campeonatos que disputou.

A última participação de João nas pistas, que tenho notícia, aconteceu em 2006 quando participou da Super Clio, conseguindo alguns bons resultados. Já não precisava provar mais nada para ninguém. Seu nome já estava na galeria dos campeões do automobilismo brasileiro.

Abaixo mais algumas imagens da carreira de João Campos:


Termina aqui mais uma retrospectiva de um dos nossos grandes pilotos gaúchos. Espero que tenham gostado.

Fonte das imagens: http://www.inema.com.br/, http://www.motoronline.com.br/, arquivo Luiz Fernando Silva, jornal Esporte Motor, revista Auto Esporte e jornal Zero Hora.

domingo, 28 de setembro de 2008

Classic na TV

O Harry Trein, filho do Ricardo, me informou que as imagens da Fórmula Classic na TV, prova do último final de semana, estão neste link. Ficou bem legal. Não deixem de conferir. Abaixo o vencedor da etapa.


Fonte da imagem: arquivo pessoal.

Desafio da Semana

Aproveitando que não estou muito inspirado, publico essa imagem - que vai me ajudar a esclarecer uma dúvida - do Campeonato Brasileiro de Marcas de 1984. Esse Voyage era patrocinado pela Vipal, mas não tenho registro de nenhum piloto gaúcho correndo nesse carro. Alguém saberia informar quem eram os pilotos?

Mãos à obra!

sábado, 27 de setembro de 2008

O Pequeno Polegar

Entre as atividades aqui do Blog, a que eu acho mais legal - e a que dá mais trabalho - é a retrospectiva da trajetória de um piloto. Normalmente ela inicia com o Desafio, uma semana antes. Seria como o aperitivo. O prato principal vem sempre na semana seguinte. As vezes vem bem recheado, outras com o suficiente para não deixar ninguém com fome. Para prepará-lo é preciso tempo, dedicação e paciência. As vezes o resultado final é bom, outras nem tanto, mas ao poucos a gente vai "pegando a mão" do negócio.

Por essas e outras, pela falta de tempo, dedicação e paciência, é que estou longe de poder prestar - no curto prazo - uma homenagem a todos os nossos grandes pilotos. Já consegui escrever sobre vários, mas felizmente, temos muitos "volantes", do mais alto gabarito, que ainda vão passar por aqui.

Um deles, estava na minha pauta há tempos, e hoje poderei contar um pouco sobre a trajetória dele nas pistas. Falo de João Clênio de Campos, piloto da cidade de Farroupilha, detentor de vários títulos no automobilismo gaúcho e brasileiro. A imagem do Opala #11, publicada na última semana era realmente de 1981, ano de estréia dele nas pistas, no Campeonato Gaúcho de Stock Cars, do qual saiu vencedor, após grandes duelos com Darci Benini, Antônio Jorge Schilling, Hélio Figueiredo Neves, David Friedrich, Sílvio Bezerra Neto, Henrique João Damo, Paulo Bertuol, Jorge Litwinczuk, entre outros.
Entretanto, fiquei sabendo pelo mestre Renato Pastro que em 1979 o Joãozinho havia participado de algumas provas de Rallye com o Clédio de Campos (provavelmente da família) com um Fiat 147 da Equipe Piemonte de Caxias do Sul. Essa seria então a estréia dele em competições.

Em 1982, a categoria dos Opalas não foi disputada, assim, o piloto passou a competir na Copa Fiat 147, com o Fiat #22. Pelo que consta ele obteve a terceira colocação ao final daquele campeonato. Mesma colocação foi obtida no ano seguinte, no último ano da categoria dos 147.

Em 1984, João Campos, também conhecido como "Pequeno Polegar", por sua estatura, passou a disputar a Copa Itali de Turismo ainda com um 147. Para o ano seguinte, estréia do saudoso Campeonato Regional de Turismo, o piloto faria dupla com Evaldo Quadrado a bordo de um Fiat Uno. No ano seguinte, guiando o mesmo carro, mas fazendo dupla com outros pilotos (Luiz Carlos Ribas foi o primeiro), foi o vice-campeão.

A partir de 1987 passou a guiar um Escort neste mesmo campeonato. Fazendo dupla com Ronaldo Ely foi o terceiro colocado naquele ano. Para 88, João faria dupla com Ely e depois com outro "bota", Egon Herzfeldt. Não estou certo se ele foi o vice-campeão ou o terceiro colocado. Ainda em 88 conquistou uma de suas maiores vitórias, nas 12 Horas de Tarumã, dividindo a pilotagem com Egon e Walter Soldan.

Embalados pelos bons resultados de 88, a dupla João Campos/Egon Herzfeldt foi com tudo para o Regional de Turismo de 89, não dando chance para os adversários e faturando o título daquele ano.

Com a conquista do título, João decidiu que era a hora de tentar um vôo mais alto, participando de um campeonato nacional. Vou contar mais sobre isso em breve. Vem muito mais vitórias por aí.

Abaixo algumas imagens do piloto entre 1981 e 89.

Na sequência: em 81 nos Opalas, seguido pelo Antônio Schilling, depois em 82, no Fiat claro, logo atrás de Renato Conill. Mais abaixo em 84, na Copa Itali, no Fiat escuro na direita. Depois todas são do Regional de Turismo, de 86 a 89.

Fonte das imagens: arquivo Ricardo Trein, jornal Esporte Motor, arquivo pessoal e arquivo Família Tróglio.

Daytona do Sul

"Vejam só o improviso! Nada de macacão, isolamento do público... nada. E ninguém se machucava. Também... a velocidade na areia fofa devia ser... pouca! Nada tinha 80 HPs, talvez o Jaguar."


Com os comentários acima, recebi do assíduo Fernando Esbróglio uma série de inéditas imagens de uma prova disputada na Praia do Cassino em Rio Grande, 1965. Logo em seguida, o Luiz "Magrão" Figueira e o "Beto" Lacombe também me enviaram as mesmas imagens, enlouquecidos com o que tinham visto. Eu estava preparando um novo Desafio com uma delas, para o próximo Domingo, mas o sucesso dessas raridades na web foi tanto que na mesma hora o Saloma já havia divulgado no seu Blog, que, para nossa sorte, na última semana tem prestigiado bastante as histórias do automobilismo gaúcho.

Mesmo assim, gostaria de publicá-las aqui e contar alguns detalhes e curiosidades sobre aquela ocasião.

Bom, as imagens são do acervo do Eurico Estima, o piloto que aparece na quarta imagem. Me contou o Eurico: "fizemos na época talvez três corridas em anos diferentes. Duas "vai e vem" (a praia do Cassino é muito larga) e uma que seguia pela beira da praia para o norte (mar na direita), fazia um 180º, voltava, depois dobrava à direita passando entre os cômoros dobrando novamente à esquerda por trás dos cômoros e fazendo novamente um grande 180º retornando à beira da praia. As provas de "vai e vem" tinham talvez 1,5 km em cada perna e eram demarcadas em seus extremos por duas balizas. Como iam abrindo buracos no "harpin", passadas algumas voltas nós reduziamos a písta em alguns metros!!! Alem do Catharino Andreatta, Breno Fornari, José Madrid (participou talvez de todas, pois veraneava no Cassino), Henrique Iwers, participaram também o Valter DalZotto (de Simca), possivelmente o Karl Iwers e outros que vou lembrar."

Uma curiosidade sobre aquela prova, veio lá do "Papa Omelete", o Jan Balder. Ele escreveu: "eu fui com o meu DKW e o Sr. Iwers acompanhar o Henrique nesta corrida. Eu queria estrear com o meu DKW, mas o Sr. Iwers não deixou porque meu carro tinha freio a disco e ele disse que entraria areia nas pinças. Teria sido minha primeira corrida. Acabei gravando os sons numa fitinha de rolo e me lembro que depois fui na casa do Vitório no Cassino e ouvimos juntos."

Esse registro é maravilhoso. Não sabia da realização dessas provas. Há algum tempo, fiquei sabendo das provas em Imbé, lá por 1969, 70, inclusive tenho algumas poucas imagens. Vou publicá-las em breve.

Agradeço ao Eurico e ao Fernando pelo material precioso.

Fonte das imagens: arquivo Eurico Estima.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Campeonato Brasileiro de Fórmula 2 - 1ª Etapa, 1983

É sempre bom relembrar a Fórmula 2. As minhas maiores lembranças são das provas disputadas com os "hermanos", mas não se pode esquecer que também tinhamos um campeonato nacional, oriundo da Fórmula VW 1600, antiga Fórmula Super V, a sensação dos anos 70.

Para encerrar a semana, encontrei alguns registros da prova de abertura do Brasileiro de Fórmula 2 de 1983, em Tarumã, prova disputada no dia 20 de Março.

Eram 14 os carros inscritos. O grid de largada tinha na pole position o paulista Adu Celso Santos, com Francisco Feoli ao seu lado. Na segunda fila estavam Victor Marrese e Pedro Muffato. Na terceira Ronaldo Ely e Leonel Friedrich.


Adu Celso, que tinha seu motor bem mais competitivo que os demais, preparado por Orestes Berta, disparou na ponta na largada e só foi ameaçado por Feoli nas três primeiras voltas de 33 programadas. A razão de tal supremacia, era o novo comando de válvulas e os pistões maiores, desenvolvido por Berta, mas que para a etapa seguinte já estariam disponíveis para os demais carros. Já na décima volta a vantagem de Adu para Feoli era de seis segundos. Aquela altura da prova, "Bocão" Pegoraro, que largara na oitava posição já era o terceiro, mas na logo depois teve de abandonar com o câmbio quebrado.

Nas demais colocações algumas disputas interessantes, principalmente as ultrapassagens de Aroldo Bauermann, que acabou sendo escolhido pela imprensa como o piloto mais combativo.

Ao final da prova, vitória incontestável de Adu Celso, com Feoli na segunda posição, Leonel, Aroldo, Ely e Muffato nas posições seguintes.

Abaixo, imagens do Adu e de Feoli, primeiro e segundo lugar em Tarumã.

Fonte das imagens: jornal Zero Hora, www.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Mais alguma do baú do Bruno

Estava há dias devendo a publicação de mais umas imagens que me foram enviadas pelo Bruno Picollo, do tempo da Turismo 5000, em 1982. Nessas imagens aparecem, além do Bruno, o José Renato De Léo, o Walter Soldan, que fez dupla com o De Léo em algumas provas naquele ano e o Nei Luiz Biehl, que correu algumas provas com o carro do Bruno, o Dodge que já apareceu algumas vezes por aqui. O Bruno e o Nei não faziam parte da mesma equipe do De Léo, mas tiveram muita convivência com o ele e sua equipe. Eles estavam sempre em sua oficina e nos churrascos que eram feitos com frequência. O De Léo ajudou e incentivou muito quando eles resolveram entrar na 5000.


Nas imagens pude ver como o Maverick do De Léo era muito caprichado. Vejam o detalhe na dianteira do carro, na posição dos faróis, que dava um visual mais agressivo ao carro. Vejam também a pintura e limpeza, sempre bem cuidadas.

Obrigado, Bruno!

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

30 anos depois...

A convite do amigo e PhD em Rallye, Renato Pastro, tive a honra e o prazer de presenciar o lançamento do livro "Rallye Volta da América 1978 - 2008", realizado ontem à noite no Museu de Tecnologia da Ulbra, em Canoas.

Essa história, que já foi divulgada aqui algumas vezes, é muito bonita, mas o evento de ontem, foi emocionante. A começar pelo local. Quem nunca teve a oportunidade de visitar o Museu da Ulbra talvez não tenha idéia da magnitude daquele acervo e do trabalho que lá é feito. Sobre os pilotos e navegadores, protagonistas da história, que agora está imortalizada no livro e no próprio Museu, lá estavam três dos quatro: Christiano Nygaard, Neri Reolon e Jorge Fleck - ficou faltando o português Mário Figueiredo, navegador do Fleck. Todos discursaram, emocionados. Na platéia - que lotou o auditório do Museu - estavam muitas personalidades do Rallye gaúcho e brasileiro: ex-campeões, chefes de equipes, preparadores, patrocinadores, organizadores e toda a turma do Clube Porto Alegre de Rallye (CPR). Eu seu discurso, o Neri não teve dúvidas em dizer que aquele momento, 30 anos depois, trazia muito mais emoção do que a largada da prova - dada por Juan Manoel Fangio - e cercado por milhares de pessoas. Foi realmente emocionante.

A festa ficou completa quando a capa que cobria a réplica perfeita do Fusca campeão daquele Rallye foi retirada, com os protagonistas mostrando ao público o belíssimo trabalho realizado pelo pessoal da Ulbra que ficou 100 dias esmerando-se nesse projeto. É o primeiro carro da modalidade Rallye exposto em um Museu no país.

Na imagem acima, estão, da esquerda para a direita, Fleck, Nygaard e Reolon.

Pude conhecer muitos rallyzeiros e senti um clima de muita união e amizade entre eles. O CPR é um exemplo de dedicação ao esporte. Além dos veteranos, lá estava um grande grupo de jovens que estão iniciando na modalidade e pude perceber o entusiasmo deles e como eles valorizam a história de seus antecessores. Isso é garantia de longevidade ao esporte.

Não poderia deixar de registrar aqui, que o Renato Pastro, que colabora e divulga esse Blog aqui desde o início, foi inúmeras vezes citado pelos protagonistas como um dos principais responsáveis pela realização dessa obra, não somente o livro, mas também o Fusca. O Renato, que ontem era só alegria, como mostra a imagem abaixo, é a memória viva do Rallye no nosso estado e merece todo o nosso reconhecimento. Parabéns, Renato!