Em 1990, Fornari continuaria participando do Gaúcho e Brasileiro de Marcas. No Gaúcho com "Paulinho", ainda utilizando o Escort e no Brasileiro ainda na Rinaldi Racing, tendo como parceiro o João Campos. Também naquele ano a Copa Fiat de Velocidade estreava no estado. Paulo Hoerlle tratou de preparar um carro e nas primeiras provas competiu sozinho, mas não demorou muito para a parceria Hoerlle - Fornari ser reativada. Para os adversários isso era sinônimo de encrencas. E das grossas.
Não deu outra, o time Fornari + Hoerlles + 99 + Baiano + Melitta faturou o título da Copa Fiat de 1991. Para não deixar dúvidas do potencial daquela parceria que se tornaria histórica, o título de 92 também foi arrebatado. Isso não quer dizer que houve moleza. Pelo contrário. Os adversários eram muito fortes. Nomes como Clóvis Groch, João Campos, Normo e Luiz Chies, Paulo Arias, Eduardo Fagundes e por aí vai, disputavam palmo a palmo cada curva dos circuitos de Tarumã e Guaporé. O time trabalhava muito e isso minimizava as chances de erros. Me lembro em algumas provas naqueles anos, principalmente em Guaporé, quando ficávamos até mais tarde no autódromo, sempre via o "Paulinho", no meio da noite, testando os freios ou algum outro componente na parte de trás dos boxes, enquanto que a maioria das equipes já estava no hotel ou no restaurante. Abaixo três imagens de 1990, 91 e 92.
Ainda em 1991 ocorreu um fato engraçado na carreira de Antônio Fornari. Com as atenções voltadas para a Copa Fiat, a equipe não participou do Gaúcho de Marcas, mas seu irmão, Carlos Alberto, o "Neco" dividia o volante de um Voyage com Carlos Tavares, piloto que fora bi-campeão naquela categoria, anos depois. "Neco", que durante toda sua carreira sempre esteve envolvido com o kart, não poderia participar de uma prova em Tarumã, pois estaria acompanhando alguns pilotos no Campeonato Brasileiro de Kart. Assim, o irmão mais velho assumiu o comando do Voyage #17. E não é que eles venceram aquela prova? Até hoje o piloto "tira um sarro" do irmão mais novo por esse fato.
Para 1993, além de continuar na Copa Fiat, os irmãos Fornari decidiram formar uma dupla no Gaúcho de Marcas com o Escort #35. Era a primeira vez que eles faziam um campeonato inteiro juntos. Em oportunidades anteriores já haviam competido, mas em provas esporádicas como 500 km e 6 Horas, por exemplo.
Nos anos seguintes, participando do Gaúcho de Marcas, conquistou mais três títulos, em 1994, 96 e 98. Também participou na Copa Fiat e na Copa Corsa, que estreou em 1995.
Em 1998 enfrentou uma maratona nas 12 Horas de Tarumã, competindo com um Aldee Spyder em parceria com o irmão "Neco" e Cláudio Ricci. Eles conseguiram o segundo lugar na classificação geral. Além disso, Fornari competiu com o filho Luciano, a bordo de um Voyage (imagem abaixo)da classe Turismo.A partir daquele ano, os protótipos começaram a fazer parte da rotina da dupla Hoerlle/Fornari, tendo eles participado de competições como Gaúcho de Endurance, Brascar, 12 Horas de Tarumã, etc. Em 2002 a dupla e os pilotos Vitor Hugo Ribeiro de Castro e Rafael Mocelin, pilotando um MCR, conquistaram o segundo lugar na geral e a vitória na Classe B. O troféu Fita Azul batia na trave por detalhes e não demorou muito para o tão sonhado dia chegar.
Foi em 2002, contando ainda com a participação dos irmãos Luis Alberto e Vitor Hugo Castro, Hoerlle e Fornari venceram as 12 Horas de Tarumã na classificação geral, deixando para trás 45 carros. 40 anos antes, o pai de Antônio Fornari, Breno, realizara o mesmo feito, vencendo as primeiras 12 Horas de Porto Alegre com um Simca, em dupla com Afonso Hoch. A vitória em 2002 talvez tenha sido um dos momentos mais emocionantes da carreira de Fornari. De lá para cá, o piloto tem participado basicamente das 12 Horas de Tarumã.
E em 2008? Será que a dupla Hoerlle/Fornari estará mais uma vez reunida para levar o #99 a mais uma vitória? Suspeito que essa seja a última participação de Hoerlle nas pistas. Não sei quanto ao Fornari. Tomara que eu esteja errado.
Agradeço a atenção do "Neni" para ajudar a registrar essas histórias aqui. Sem ele, seria muito difícil conseguir essas imagens tão boas que ajudaram a preservar um trecho muito especial da memória do automobilismo gaúcho.
Valeu, "Neni"!
Fonte das imagens: arquivo Antônio Fornari, jornal Zero Hora, site Inema e arquivo pessoal.
2 comentários:
Oi! Vi um poste do melhor ano do KART gaúcho... tal poste cita o nome do meu pai, Oswaldo Sperb Xavier, caso alguem que o conheça da época queria contatalo, só me mandar email hehhe! Abraços! marcofence@gmail.com
Falar de corridas sem lembrar da equipe HOERLLE fica muito vago, esta equipe que sempre reuniu muito talento e esforço para andar na ponta, me deixa muita saudades dos bons tempos, Sob o comando do Ivan com a pegada do Baiano e demais membros da equipe, a prova ficava na ponta dos dedos talentosos do "Paulinho" e quase sempre em equipe como "Neni".
A poucos dias tive a oportunidade, num momento raro de descontração na sombra das figueiras de S. Lourenço do Sul,de conversar com o "Paulinho" sobre esta época de outo do automobilismo gaúcho e brasileiro. Fiquei devendo uma visita na oficina, o que deve acontecer no próximo ano.
Forte abraço a todos, tenham um Feliz e Santo Natal e um ano Novo com muita saúde, luz, paz e amor!
Eugênio Tramontini- ENCANTADO RS
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