Um dos pilotos que correu com um DKW naquele período foi Ricardo Albuquerque Trein, o personagem da semana e resposta para o Desafio da semana passada. Eu imaginava que dificilmente alguém acertaria a resposta, mas o blogueiro e expert Paulo Schutz não deu mole para ninguém e meteu uma bucha no ângulo. A imagem realmente era de Rivera no Uruguai, no ano de 1970, há quase 40 anos.
Na última semana bati um papo com o Ricardo e além de ver imagens incríveis - que serão publicadas na sequência - pude saber um pouco mais sobre a história dele nas corridas. Vou tentar contar um pouco dessa história a partir de agora.
Tudo começou quando em 1969 ele adquiriu um DKW de competição que pertencera a Rui Sommer (seria o mesmo Rui que criou o bar "Encouraçado Butikin" aqui em Porto Alegre?). A primeira prova disputada foi a "Encosta da Serra", no dia 16 de Novembro de 1969, etapa de encerramento do Campeonato Gaúcho de Automobilismo daquele ano. A prova era uma das mais importantes do calendário e era disputada entre as cidades de Taquara e São Francisco de Paula (ida e volta). Entre alguns dos tantos nomes que disputaram a prova encontrei o vencedor na geral Rafaele Rosito, Aristides Bertuol, José Madrid, José Luis Madrid, Aldo Costa, Francisco Feoli, Roberto Giordani, Voltaire Moog, Giliat Oliveira, Vadis Antônio Grando e Vingfried Volk. Naquele dia Ricardo não teve muita sorte e acabou capotando o DKW #123, caindo com as quatro rodas no asfalto, em posição normal. Os danos manterias acabaram por impedir que o piloto continuasse na competição. Abaixo uma imagem do carro após o abandono.
Após a estréia na "Escosta da Serra" o carro teve se ser imediatamente preparado para a próxima corrida que seria a inauguração do Autódromo de Guaporé, no dia 21 de Dezembro daquele mesmo ano. Ricardo participou na Classe A, para carros com até 1200 cc. A pista tinha o mesmo traçado que ainda mantém hoje, porém era de terra. Ele ainda lembra que na noite anterior à prova, foi colocado óleo queimado sobre a terra e os caminhões (provavelmente da prefeitura da cidade) ficaram circulando durante toda a noite para tentar compactar o piso. Na imagem a seguir, Ricardo está no DKW que vai à frente.
1970 trazia um calendário movimentado. Ricardo participou de provas do Campeonato Gaúcho, Brasileiro, além de provas no Uruguai. Era comum naquela época os pilotos gaúchos participaram de corridas no país vizinho. Foi assim até meados dos anos 80. Na primeira participação venceu com larga vantagem sobre os adversários, porém a direção de prova e a cronometragem não entenderam assim e ele acabou sendo declarado o segundo colocado. Até o vencedor disse que o resultado estava errado. Na bandeirada Ricardo realmente estava atrás do "pseudo-vencedor", mas sim para colocar a segunda volta de vantagem sobre o mesmo!!! Abaixo a imagem da largada daquela corrida.
A injustiça cometida contra o piloto não desmotivou o mesmo. Naquele mesmo ano novas vitórias viriam, como por exemplo nas "4 Horas de Velocidade", no Autódromo Paulo Pimentel (hoje Raul Boesel), em Curitiba. A prova foi promovida pelo Governo do Estado do Paraná e após o término, houve a entrega de prêmios no Palácio do Governador, feita pelo próprio Paulo Pimentel. Nas duas imagens abaixo aparecem o DKW #112 e depois a entrega do troféu de vencedor. Ricardo está à direita e de óculos aparece também o presidente da Federação Gaúcha de Automobilismo na época, Ibrahim Gonçalves.
No dia 8 de Novembro de 1970 lá estava Ricardo fazendo parte da história novamente na inauguração do Autódromo de Tarumã, alinhando seu DKW preparado pela Mecânica Carrion, agora com o número 12 que o acompanharia por alguns anos. Ricardo participou da prova Antônio Pegoraro, para carros de até 1300 cc e concluiu a mesma na 10ª posição. O vencedor da prova foi Décio Michel com um Corcel. Na sequência chegaram Eloi Heinz (Corcel), Maurício Rosemberg (Fusca), José Luis Madrid (Corcel), Edésio Cé (Corcel), Breno Job Freire (Fusca), Antônio "Janjão" Freire (Fusca), Francisco Feoli (DKW) e Mandel Casemiro (Fusca). Abaixo um registro daquele dia histórico.
Ricardo Trein competiria com o DKW até 1971 (correu inclusive uma prova na beira da praia de Imbé), quando decidiu por aposentar o carrinho e partir para novas aventuras. Amanhã tem mais histórias sobre a carreira do piloto aqui no Blog. Antes de ir, segue mais uma imagem, agora de 71, da abertura do Campeonato Gaúcho daquele ano, no dia 21 de Março. Logo atrás do DKW #12 aparece o VW #45 do Ronaldo Bitencourt, um Corcel não identificado e o DKW #88 do Roberto Giordani.

Amanhã tem mais.
Fonte das imagens: arquivo Ricardo Trein
A primeira etapa de 
No fim da tarde do Sábado, o Marcas vez um treino de aquecimento. Alguns carros que aparecem aqui são o Chevette #5 do "Carlinhos" Andrade/"Baguncinha", Chevette #56 Elemar Cíceri/Rogério Donelli e Chevette #57 Luciano Mottin/Artur Casara/Adriano Baldo. Na de baixo, o Voyage #23 Sérgio Cardoso/Airton Diehl, Chevette #26 André Mello/João Sant'Anna (eu acho) e mais alguns outros.
A Fórmula Ford correu no Domingo pela manhã. No grid estavam Vadis Grando, Paulo Pujol, Paulo Barreto, Alexandre Avino, David Hilgert, José Rossi, Linoir Casarotto, Fernando Maciel, entre outros que não me lembro.

Agora a Fórmula 3. Consegui identificar o Leonel Friedrich, Osvaldo Negri Jr., Christian Fittipaldi, Nestor Gurini, Affonso Giaffone Neto, Augusto Cesário, Rubens Barrichello (que fez as últimas provas do Sulamericano, após conquistar o título da Fórmula Opel na Europa), Cézar Pegoraro, Djalma Fogaça, Alencar Júnior, Dárcio dos Santos, Guillermo Kissling, Ricardo Rissati, Edgar Pereira, Marcos Gueiros, Pedro Muffato, Pedro Paulo Diniz, Fausto Prado, Vital Machado e o Henrique Damo, que correu com um carro da equipe do Muffato.





As três primeiras imagens são de 1987. Na Fórmula Ford teve uma atuação discreta, motivada pela falta de competitividade do chassi Muffatão frente aos modernos JQ-Reynard. Com esse modelo Gil de Ferran ficou com o título e Renato Russo com o vice. No Gol #22 da Gramado Racing fez parceria com Fábio Bertolucci no Campeonato Regional de Turismo. Mais abaixo novamente na Fórmula Ford, aparece na prova de Guaporé, em 1988. Naquele ano disputou apenas as provas realizadas no Rio Grande do Sul. A seguir, com o Chevette #5, em dupla com "Carlinhos" de Andrade, conquistou o quarto lugar em 1989 e o vice campeonato em 1990 no Regional de Turismo/Gaúcho de Marcas. Por fim, em 1994 retornou ao Gaúcho de Marcas onde fez algumas provas em parceria com Eduardo Moller (Voyage #89 da Tipler).






Na sequência: em Guaporé, 1981, quando teve quebrada a suspensão traseira do carro. A seguir, em uma disputa com então campeão Egon Herzfeldt (#1), na etapa de Guaporé, 1983. Neste ano sagrou-se Campeão Brasileiro e também Gaúcho. Mais abaixo aparecem três imagens de 1984, ano em que correu com o #1 e rumava para o bí-campeonato. Liderou até o fim, mas perdeu por poucos pontos para o também gaúcho Luís Carlos Furtado Silveira, o "Kamikaze". Na última imagem a estréia do chassi Muffatão na etapa de Brasília de 1985, em substituição ao antigo Bino que já carregava quase 15 (!) temporadas nas costas. O carro era preparado pelo mestre "Neco" Viola. "Baguncinha" ausentou-se da etapa de abertura em Goiânia e já na primeira prova com o novo carro, obteve um excelente segundo lugar, atrás apenas daquele que se tornaria o mais jovem campeão da história até então, Serge Buchrieser. "Baguncinha" largou da 10ª posição e ultrapassou pilotos como Túlio Meneghini, Aroldo Bauermann, Luiz Fernando Cruz, Milton Sperafico, Djalma Fogaça, Amadeo Campos, Maria Cristina Rosito e Aldo Piedade.








A última imagem mostra o carro, já na carreta, eu, o
Momento da inauguração da pista de Motocross de Encantado. No grid (não havia gates) estavam motos RX 125, TT 125 e até CG 125! O Marcelo é o primeiro da direita para esquerda, mas aparece meio encoberto por uma pessoa.
Aqui quatro motos prontas para mais uma prova, carregadas em um reboque, no centro de Encantado. Todas eram preparadas pelo Luiz Cláudio Grando. A do Marcelo era a # 71.

Uma sequência mostrando o Marcelo (sempre com o # 71) em meio aos adversários, que na época, além do pessoal de Venâncio Aires, eram os encantadenses...
... Luiz Cláudio Grando, o Paulo Horn (irmão do Júlio Horn, que nos anos 80 correu na Hot-Car e Brasileiro de Marcas), Nédio Bagatini, Renato Abreu e Jorge Moreira (pai do Jorginho Cé Moreira). Todos esses aparecem na imagem acima, nesta ordem, da esquerda para a direita. O Marcelo está na esquerda de camisa branca.
Aqui uma imagem do Marcelo saltando com, ao que parece, uma RX 125 (?!). O senhor de pé, ao lado do pneu é o Seu Joarez, pai de um dos envolvidos nessa história toda.
Finalizando com uma imagem de uma prova de arrancada disputada na cidade.

